11 | As garotas de Boca Raton.

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Quando Theo acordou no dia seguinte depois de ter ido até a Stars and Sky, tinha se sentido muito culpado por, em primeiro lugar: chavecar a melhor amiga da sua namorada, que atualmente era sua ex. Ele simplesmente não sabia explicar que bicho tinha o mordido naquela noite, e não queria se atrever a botar a culpa na bebida outra vez: não era justificativa.

    Segundo lugar: Clarissa, a garota mais bonita do bar com sua pele brilhante e bronzeada, seus cabelos em reflexos dourados e uma boca perfeitamente desenhada, vulgo a garota chavecada, era a namorada de seu amigo de infância, William James.

  Após aquela noite, o coração de Theo doía de culpa, como se tivesse exatamente cometido o ato em si da traição, mesmo não tendo de fato, cometido. Mas uma coisa não havia mudado: ele não conseguia olhar para Clarissa com os mesmos olhos de antes. Ela parecia simplesmente ser a garota mais interessante e bonita do mundo.

   O que mais complicava tudo, é que ela era sua amiga, e que a atração que estava sentindo por ela, era tão incomum quanto nova para Theo. Ele não sabia porque se sentia assim sobre ela.

    Clarissa se vestia como uma garota dos anos noventa, calças de cintura alta com rasgos no joelho e camisetas estilosas que a maioria das meninas da faculdade não ousavam usar, pois preferiam tops colados e ousados. Inclusive Carly, sua ex namorada, era do tipo que usava vestidos curtos que chamavam a atenção dos caras por onde ela passava. Carly era maravilhosa, ele tinha a amado por anos e transavam loucamente, nunca tinham tempo ruim para o sexo.

   Mas com Clarissa, o negócio era bem mais embaixo. O que o intrigava era que ela sabia solucionar um problema mais rápido do que ele tinha aparecido, sabia aceitar as coisas do jeito que elas eram e domava as situações, por mais ruins que fossem, para parecerem lições a serem aprendidas. Era fascinante.

  Quando os boatos começaram a correr pela fraternidade, Theo se enfureceu. Tinha que lutar todos os dias contra a atração que tinha em Clarissa para no fim das contas Brian lhe dizer que Will tinha ficado com duas garotas na viagem a Boca Raton.

  - Will disse que ficou bêbado num bar, levou duas garotas para um motel de beirada de estrada e daí você já sabe... - Disse Brian, contando como se achasse Will o cara mais incrível do mundo.

  O rosto de Theo se contorceu de raiva.

  - Você tem certeza do que está falando, Brian?

- É, ele mesmo me disse. - Afirmou Brian, fumando seu cigarro de palha. - Não sei como você não soube. Os caras estão todos venerando Will.

- Eu sei porque eu não soube antes... - Disse Theo, com certa fúria na voz.

Brian deu de ombros.

- Você é meio que amigo da mina dele né?! Deve ser isso então.

  Theo saiu da varanda da fraternidade tão rápido quando chegou, procurando Will pela casa. Ele estava na cozinha, encostado na ilha, rodeado de homens da fraternidade, usando um jeans novinho e com o cabelo empapado de gel, perfeitamente alinhado na cabeça. Um sorriso convencido estampava seu rosto, mas ele se desfez quando viu a carranca no rosto de Theo.

  - A garota da lanchonete não está dando pra você, está? Você está com uma cara ruim pra cachorro, mano. - Zombou Will, fazendo os caras na cozinha soltarem risadas.

Theo se aproximou de Will, o pulso cerrado, tentando focar que a cara dele não precisava ser arrebentada ainda... Não sem antes ouvir a merda de história dele.

  - O que você fez em Boca Raton? - Disse ele, com o rosto a centímetros de Will.

Quem olhasse de fora acharia engraçado o contraste de tamanho entre os dois. Theo era bem mais alto e mais largo que Will, que estava tremendo por dentro.

  - Qual é a sua, cara? Eu fiquei com umas garotas, nada demais. - Disse Will, afastando de Theo. - Não te contei porque você vive na cola da minha namorada.

  O pulso de Theo se cerrou com mais força. Ele tentou pensar que Will, apesar de estar sendo um filho da puta do caramba, era seu amigo de infância, e que só podia ter algo de errado com ele. Não bata na cara dele, Theo. Não quebre o nariz dele, repetiu Theo para si mesmo.

- A Clarissa é minha amiga, seu imbecil. Há quanto tempo você tem feito isso com ela?

Will soltou uma risada abafada.

- Desde que eu decidi que estava precisando variar. - Afirmou ele, despreocupado.

- Qual é Theo, vai dizer que nunca quis foder outra garota que não fosse aquela chata da sua ex, Carly? O que ela tem de gostosa pra caramba, ela tem de insuportável. - Disse Otávio, dando um gole na cerveja longneck que segurava em mãos.

   Theo se virou para trás, andando em passos lentos e ameaçadores em direção a Otávio, que arregalou os olhos e levantou as mãos na altura da cabeça.

  - O que foi que você disse? - Perguntou Theo, irritado. - Você nunca mais fale assim de Carly.

- Tá legal. - Disse Otávio, se encolhendo no canto da cozinha. - Foi mal.

- E o que você tem com isso, Theo? Otávio pode chamar Carly de gostosa o quanto quiser, vocês não estão mais juntos. - Afirmou Will, voltando a se encostar na ilha.

- Cale a boca, Will. - Disse Theo, com raiva.

- Qual é a sua, cara? Vai contar pra minha namorada, é isso? - Perguntou Will, meio trêmulo. - Vai dizer que eu a traí? Eu estava bêbado, cara. Eu não tive intenções propositais de fazer um ménage naquela noite em especial. Só... Aconteceu.

Então Theo se lembrou da noite em que dissera para Clarissa que ela estava perfeita e parecia um anjo. Lembrou se de dizer que queria beija-la mesmo sabendo que ela não era Carly. Ele deveria se sentir tão culpado assim? Will tinha feito coisas piores, coisas que realmente a magoaria se Clarissa soubesse. Ele não a merecia, Theo sabia disso. Will não a merecia e não era o príncipe encantando que Clarissa pensava.

- Se acontecer outra vez, arrebento sua cara. - Disse Theo.

Um calafrio percorreu o corpo de Will. Ele conhecia Theo e sabia que ele estava falando sério.

- Você não vai contar pra ela, vai?

- Se você der um vacilo que seja, Clarissa vai saber. Se acontecer outra vez eu juro, William, pela nossa amizade de dezesseis anos, que eu quebro sua cara.

 

O CAPÍTULO NAO FOI EDITADO, PERDOEM OS ERROS DE ESCRITA.
   

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