13 | Um bilhete no pote de gorjetas.

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Quando Clarissa imaginou que Will e ela não falariam tão cedo sobre o assunto mais temido: se mudarem para Nova Iorque, foi aí que o assunto apareceu para aterrorizar sua vida e seu namoro.

Eles estavam na banheira de seu apartamento, lado a lado, com a água morna quase fria cobrindo o corpo nu dos dois, quando Will abriu os olhos e arfou quando a mão da menina se movimentou mais rápido, fazendo-o atingir o auge.

- Isso foi demais. - Disse ele, apertando os olhos.

Clarissa sorriu, dando um beijo na bochecha do namorado.

- Sobre o que você queria falar antes?

Will mordeu o lábio inferior, meio nervoso. Os olhos verdes ficaram vidrados na parece a sua frente, quando ele respirou fundo.

- Eu preciso saber o que você decidiu sobre Nova Iorque.

Sem muita emoção, Clarissa segurou a mão do namorado.

- Will, eu realmente acho que temos bastante tempo pra pensar sobre isso depois.

- Um ano e dois meses, Claris. Isso não é bastante tempo.

  Clarissa deu de ombros.

- Não consigo pensar sobre isso agora, Will. Não sob pressão. Não com tanta coisa acontecendo... - Disse ela, meio chateada. - Eu queria que você me entendesse.

- Eu só não consigo entender a dificuldade em dizer: sim, ou não. Você quer ir comigo, Clarissa? - Perguntou Will, meio grosseiro.

Clarissa se sentiu encomodada pelo tom de voz dele.
 
- Na verdade, não. Não, Will. Não pretendo ir a nova Iorque. - Disse com firmeza. - Eu amo Los Angeles. Quero ficar aqui.

  Will balançou a cabeça, parecendo decepcionado.

  - Tudo bem.

Minutos depois, ele não estava mais na banheira. Tinha se enrolado em sua toalha, se vestido e despedido de Clarissa com um beijo na testa.

Clarissa sabia que a partir daquele momento, as coisas não estavam mais bem. As coisas não estavam mais cem por cento, ou resolvidas, e que Will estava chateado pela resposta dela. Mas ela não poderia fazer nada.

Quando a noite caiu, ela se arrumou sem muito ânimo para ir trabalhar.

O bar estava tão lotado que as pessoas se aglomeravam ao redor do balcão, esperando ansiosamente por seus drinks. Clarissa estava com medo de que começassem a bater os punhos no balcão ao som de Guns and Roses. Desesperadamente misturava drinks e bebidas coloridas em copos, despachava cervejas longe neck com rapidez e via moedas e notas de um dólar serem despejadas no seu pote.

Definitivamente não teve espaço nem pra respirar naquela noite. Universitários bêbados tomavam a pista e o balcão, ela não conseguiria prestar atenção nas pessoas nem se quisesse. Tudo aquilo lhe servia de distração para a situação ocorrida mais cedo com seu namorado. Não queria pensar naquilo.

No fim da noite, o dono do bar, Dave, saiu pela portinha de madeira dos fundos, onde ele habitava sempre que estava no bar.

- Hoje foi de tirar o fôlego, Clarissa! - Disse ele, satisfeito com os números da noite. - Até seu pote de gorjetas está lotado.

Clarissa gargalhou.

- Isso é ótimo. Na verdade, o bar tem lotado desse jeito já tem algumas semanas...

Dave coçou a barba rala.

- É. Talvez você esteja precisando de uma companheira... Pra te ajudar com os drinks.

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