Fazer um show é ter a missão de poder superar cada performance e a primeira apresentação em Seul naquela temporada havia sido revigorante. O público possuía uma energia fenomenal, eram tantos gritos, letras de músicas sendo cantadas tão perfeitamente em uníssono. Sem palavras.
Para shows desse porte era preciso muito fôlego, sem contar na setlist recheada de músicas agitadas. No final, eu estava com a roupa quase que grudada em meu corpo.
A banda tinha ficado tão animada que não parava de sorrir. Seul era como nossa casa e estava na lista entre os melhores shows.
- Obrigado por esta noite, Seul! - Taemin anunciou, acenando ao público.
Toda vez que eu pisava na cidade me lembrava da primeira vez que fizemos uma apresentação lá. Haviam duzentas pessoas curtindo nossas músicas de forma gratuita. Estávamos divulgando a banda na época e agora era uma lembrança boa, parte da nossa história.
Após o show, comemos e descansamos um pouco para finalmente irmos ao hotel. E eu estava empolgado porque sabia que teríamos mais quatro apresentações na cidade e na mesma arena.
Seria incrível.
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Alguns dias depois pudemos realizar a segunda apresentação na cidade, porém esta fora diferente de todas as outras por um único motivo.
Eu consigo reconhecer quando alguém é fã do The Sweetness ou quando simplesmente alguém é fã. O comportamento diz muito sobre uma pessoa e durante o show eu percebi algo.
Havia um garoto na primeira fileira que estava estático, ele sequer se movimentava com o ritmo da música e não gritava e nem cantava. Parecia absorto em seus pensamentos e provavelmente estava se sentindo perdido num ambiente que claramente não fazia ideia de qual era.
Até a primeira música performada ele utilizava um boné azul marinho, mas assim que o show se desenvolveu, ele retirou o acessório em certo momento e revelou ser o maior gostoso daquela multidão.
Ele era muito bonito. Seu rosto era redondo, os olhos eram grandes e pareciam duas grandes jabuticabas, a sua boca, onde tentei chegar perto para olhar melhor, era perfeitamente desenhada.
Sua expressão facial era de alguém em total choque. Ele estava sendo cutucado a todo instante por alguns garotos ao seu redor, provavelmente seus amigos, mas ele continuou ali, quase que babando pelo o que observava.
Eu tentava a todo momento me distrair com os fãs num geral e procurei me interagir com os outros integrantes também, mas fiquei muito confuso com o comportamento do jovem atraente.
Eu pulava, cantava a plenos pulmões e o mais importante, levava o público à loucura ao rebolar e me sentir completamente sensual pelo ritmo das músicas.
Eu nunca admiti que eu amava meus fãs e como eles enchiam o meu ego. Mas como um todo, eu nunca me sentia completo definitivamente. Como uma estrela do rock, como uma figura famosa, desejar uma vida normal era quase que um pedido impossível de se realizar.
Relacionamentos amorosos saudáveis e andar tranquilamente pela rua eram coisas que eu sempre desejei.
Não era fácil apesar da vida, aparentemente, perfeita de um sonho realizado.
E eu cantei naquela segunda noite, dancei e novamente minha roupa estava grudada em meu corpo por conta do meu suor.
Durante o show, meus amigos, os integrantes da banda interagiram muito com o público durante a parte de perguntas dos fãs. Era uma forma de nos sentir ainda mais próximos deles.
E eu também continuei olhando o garoto. Até o final da apresentação eu estava lá, vendo-o esboçar sorrisos fracos e se divertir com seus amigos.
Pensei em querer saber seu nome e no final do show pedir para um dos meus seguranças o chamá-lo, mas senti que eu poderia parecer um stalker sem noção e não faria o menor sentido.
E foi assim, a segunda apresentação chegou ao fim, mas cheia de interrogações sobre aquela figura atraente e tão perdida no lugar. Havia sido a primeira pessoa desconhecida em muito tempo que não gritou quando me viu.
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- Percebi que você não parou de olhar para aquele garoto na primeira fileira. - Eunwoo de repente me questiona.
- Eu? - Rio fraco. - Eu não fiquei olhando para ninguém, o que faz você pensar nisso? - Ele riu alto.
- Me engana que eu gosto, Jimin, você não parou de olhar para ele um segundo sequer, estava curioso para saber quem era? - Engulo seco. Droga! Ele tocou na ferida.
- Não espalha, tá bem? É só que me fez questionar o fato de que ele estava tão estático em seu lugar. - Eunwoo olhou para mim e eu o observei.
- O garoto tinha diversos outros garotos ao seu redor e é provável que você esteja se perguntando quem ele era. - Assinto. Ele sempre sabia o que eu pensava. - Jeon Jungkook, aquele que mencionei esses dias, o gostosão CEO daquela empresa de games que só você não conhece. É por isso que só tirou o boné por um momento e botou de novo. Sabe que o pessoal o reconheceria.
- Jeon Jungkook? - Rio. - Nunca ouvi falar. - Eunwoo sorriu.
- Ele é incrível, você adoraria conhecê-lo. Procura depois no YouTube, tem um vídeos legais dele falando de jogos.
- Aparentemente só eu não o conheço. - Ele assente na minha direção. - Eu odeio games.
- Dá pra ver. - Eunwoo dá um tapinha no meu ombro e coloca sua mochila nas costas, estaríamos indo para o carro em direção ao hotel.
Durante o caminho peguei meu celular e pesquisei o nome do garoto não mais misterioso e pude descobrir que na realidade era um prodígio e super bem sucedido, apesar da pouca idade. Parecia ser filhinho de papai e muito bem sustentado, mas não posso desmerecer que aparentemente os universos que criou, foram totalmente de sua autoria.
Procurei diversas fotos dele, para conhecê-lo melhor. Queria saber mais.
- Cuidado para não se apaixonar. - Eunwoo brinca, rindo.
- Hahaha! Muito engraçadinho você, Eunwoo. Eu não vou me apaixonar.
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Um Rockstar Na Minha Vida | [Jikook]
Fiksi Penggemar[jikook + flex] [CONCLUÍDA] Park Jimin é vocalista de uma banda de rock em ascensão. Elogiado e aclamado pelos fãs, gosta de desfrutar a atenção daqueles que enchem o seu ego. Contudo, a presença de um jovem desconhecido nos seus shows desperta sua...