Ducan tomava vinho e conversava com alguns cavalheiros sobre a guerra, os homens acreditavam fielmente que a estratégias deles eram melhores que a dos generais, pessoas especializadas justamente para aqueles tipos de situações e treinados em resolver problemas. Era estranhamente engraçado observar aquela discussão. Mas já não sabia mais o que estava fazendo ali, precisava se lembrar a cada dois minutos que deveria arrumar uma esposa. Enquanto pensava nisso olhou em volta e concluiu outra vez que seria uma tarefa mais complicada do que imaginou. As damas tinham medo dele, toda vez que tentava conversar com uma, ela se retraía e não conseguia pronunciar mais que três palavras, a expressão no rosto delas não era muito agradável, algumas pareciam que iria desmaiar, outras demonstravam pânico, haviam ainda aquelas que sentiam receio, acaso achavam que ele pularia no pescoço delas e arrancaria um pedaço? Não, ele era mais original. Mas a pior de todas eram as damas que exibiam cara de nojo. Foi por isso que ele começou a tampar a parte desfigurada do rosto, não suportava aquele olhar, ser ignorado era tolerável, mas quando o assunto era nojo, Ducan se retraía e esquecia onde estava. Daí o apelido de lobo selvagem.Certa vez, uma dama o olhou com tanta repulsa que ele tirou a máscara e deu o sorriso mais malévolo que conseguiu mostrando as presas de propósito, sabia que as cicatrizes se enrugariam e o conjunto dariam a ele um aspecto aterrorizante, entao disse:
_Melhor agora? Gosto das damas tranquilas para o jantar.
A menina o olhou tão aterrorizada que chorou. Não é preciso mencionar que ele nunca mais fizera aquilo. Mas não deixaria de ser uma boa memória.
Ainda pensando nisso, Ducan sentiu uma coceira na mão, a mesma que tivera naquela fatídica manhã do desastre, algo aconteceria e torcia silenciosamente para que desta vez fosse algo bom. Então a viu.[...]
Não soube exatamente como aconteceu, em um momento estava planos mirabolantes e no outro ja estava agindo uma perfeita psicopata. Sentiu que deveria se esconder ou fingir demência, mas não conseguiria fazê-lo nem se sua vida dependesse disso. Dessa vez era diferente, algo em sua intuição dizia que ela acabara de encontrar um problema e se tinha algo que nunca falhava era a intuição de uma mulher, principalmente se a mulher em questão for a Senhorita Lilian Lowel. Então começou a mover sua cabeça a procura daquilo. Talvez fosse loucura, mas ela sabia, alguém a observava e precisava encontrar o dono daquele olhar que lhe provocava no mínimo calafrios. Então virando a cabeça um pouco para a direta ela o viu. Estava la em toda sua glória com o traje de gala impecável, era facilmente o homem mais alto da sala, talvez até mais que seu irmão, era puro músculos e o bronzeado que se via mostrava que ele passava bastante tempo ao sol, os cabelos tão pretos quanto carvão e uma máscara que ocupava toda sua face esquerda davam um efeito de tirar o fôlego. Estava perto da sala de jogos com alguns cavalheiros. Aquele olhar predatório em cima dela só o fazia mais perigoso. Ele não se preocupou se alguém o veria olhando-a daquela forma, deveria pensar nisso, pois era fome que via em seus olhos, como se não tivesse se alimentando a dias. Ele por sua vez, olhou no fundo dos seus olhos, e foi como se ela estivesse recebido um murro no estômago, e aquilo doía. Lady Lowel se sentiu vulnerável e totalmente à mercê daquele cavalheiro, sentiu-se despida por seu olhar. Aquele definitivamente não era um terreno seguro. Então virou o rosto para o outro lado com medo do desconhecido ver mais do que deveria, porque ela tinha certeza que se continuassem se encarando, não teria mais volta.
Quando voltou a olhá-lo, o homem conversava com seus parceiros tranquilamente, como se não tivesse provocado o maior reboliço em suas entranhas e a intimidado mesmo a cerca de dez metros de distância, e Lady Lowel não se deixava intimidar nem por seu irmão. Não poderia deixar alguém olhá-la daquela forma e sair impune, era como se tivessem violado é atacado com todas as forças os muros que ela construíra com tanto esmero por anos, muros estes que guardavam segredos que ela não confiara nem em Eduard.
Lilian não teve tempo de pensar que queria saber quem era o cavalheiro, quando Eduard saiu arrastando-a em direção a ele com o rosto que mais parecia uma rosa desabrochada de tão aberto e feliz, acaso não tinha vergonha de si mesmo naquela aparência? E se fosse esse o caso, será que acabara de ter a prova final de que seu irmão é louco?_Venha, vou lhe apresentar meu amigo mais antigo. E sumido também.
Lilian arregalou os olhos e tentou se desvencilhar do seu braço a todo custo, claro, em vão.
_Eduard, por favor, eu...
_ Rutland! É você mesmo ou o que vejo é uma alma ambulante?
Seu irmão deveria estar possuído por algum demônio, saiam faíscas pelos seus olhos de animação, era demais até para ele. Enquanto observava o comportamento estranho, não se deu conta do quão perto estava do tal amigo, o que foi um grande, grande erro. O homem a sua frente era a personificação do próprio Hades, possuía um ar de perigo e promessas, seus pelos se arrepiaram na mesma hora, sem contar no físico perfeitamente esculpido. Então fez o que era mais sensato, olhou para baixo e tentou ficar invisível.
_Windsor! Achei que havia se perdido no caminho.
A voz era como um trovão, forte e com um claro sotaque escocês, Lilian estava se segurando para não olhar o dono daquela voz tão deliciosa.
_E eu pensando que você havia se transformado em mobilia naquele monte de pedregulho que você chama de casa...
Eduard disse isso com uma verdadeira cara de pesar, e Lílian prendeu a respiração, logo estaria em uma cena de crime, já via claramente seu irmão jogado aos seus pés e espancado até perder os sentidos por aquele deus grego por ter ofendido seu lar e ela gritando e chorando por seu irmão inconsequente... então os dois caíram na gargalhada. As vezes era muito difícil entender os homens, eles eram criaturas estranhas demais. Ainda pensando nisso, foi pega pelo som mais gostoso, como quem não avisa antes de chegar se deu conta que eles ainda estavam rindo, não se conteu e olhou aquele que estava fazendo loucuras com seu estômago. Então seus olhos se encontraram.E aí amados e a amadas!!!
Votem e comentem o que acharam desse capítulo.
Beijinhos ^-^
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O Lobo Selvagem
RomanceSeria o amor capaz de curar as feridas da alma? Ducan MacRae, o duque de Rutland teve sua vida transformada após um terrível dia de caça. Seu rosto um dia foco de admiração, agora se tornara alvo de nojo e dó, as damas correm de sua presença. Até c...