-Como se atreve fazer isso a Lady Lowell? - disse a senhora com os olhos lacrimejando- Eduard o matará quando souber - virando para Lilian acrescentou - Será uma noiva apenas tempo o suficiente antes que o mate, milady, depois será uma sem teto porque Eduard não sairá tão cedo da prisão e...
Rutland a observava, estava tentando valentemente conter as lágrimas, admitia, a senhora tinha força de vontade. Além dela uma lady muito pálida estava com as mãos pousadas de forma não muito feminina sobre os lábios, seus olhos estavam em completo horror. Voltou a atenção a Sra. Davies enquanto esperava pacientemente a dama terminar de narrar detalhadamente sua morte e por consequência a de Eduard por matá-lo.
-E Davies é testemunha das loucuras que passei quando tive que cuidar de vocês, minhas costas ainda doem, não reclamo mas...
Ducan decidiu que sua paciência não seria usada hoje.
-Ora Sra. Davies, não se preocupe, apenas acompanho milady a sua carruagem. Não seria educado deixa-la por aí sozinha. Há perigos em todos os lugares, você sabe.
-Humpf! É claro, estaria com ela se não tivesse fugido como uma louca do salão de baile - virando com os olhos arregalados em uma falsa cara de terror perguntou - É louca milady?
Lilian soltou uma guinada que mais parecia um gato agonizando.
-Foi exatamente o que pensei, Sra. Davies, exatamente o que pensei.
Ducan respondeu com o mais profundo tom de lamento que conseguiu arrancar da alma, decidiu que seria ator se não fosse um duque, faria uma ótima carreira.
-Fui perseguida! Forçada a manter contato com esse Senhor e ainda fui acusada de retrógrada!
Ducan prendeu o riso, não era possível que uma criatura tão pequenina fosse de certo tão mortal quanto a dama a sua frente. Sentiu uma pontada de orgulho. Seria uma ótima esposa. Fez uma careta, sim, uma ótima esposa para outro cavalheiro. As duas o olhavam com raiva, esperando uma explicação então se adiantou:
-Pois bem, as levarei à tal carruagem.
-Sabemos onde está nossa carruagem, milorde, não há necessidade.
Respondeu o anjo vingador perplexo.
-Claro que não, apenas as acompanho para ter maior segurança. Os jardins são lugares perversos.
-Não milorde, os jardins são adoráveis.
-Não os jardins de bailes, Lady Lowel.
Lilian o olhou carrancuda e murmurou baixinho para que não ouvisse.
-De fato, os jardins com flores costumam ser...
Estava zombando dele. Quis mostrar a ela o quão perverso qualquer lugar com com grama poderia ser, mas se segurou. Pelo amor de Deus, era irmã de Eduard, seu melhor amigo. Pegou-a pelo braço na intenção de levá-la a carruagem, mas por um momento esqueceu como respirar, assim que a tocou sentiu uma onda de choque percorrendo por todo o corpo, podia ouvir seus próprios batimentos cardíacos, olhou a dama a sua frente e não deveria ter feito isso, estava com as pupilas dilatadas, os pelos eriçados, as faces rosadas. Deus do céu, ela era uma faísca e ele estava totalmente inflamável. Se não se afastasse imediatamente, corria o sério risco de se perder na imensidão daquela boca atrevida. Respirou fundo e deveria ganhar um prêmio pelo que fez a seguir:
-Tem razão, não há necessidade de levá-las se sabem onde encontrar a carruagem. Boa noite milady -e olhando a dama de companhia - Sra. Davies.
Covarde. Saiu como se o próprio diabo estivesse atrás de si. Uma olhadela para trás, e ele saberia que o diabo estava de fato bem próximo. Entrou no salão de festas e decidiu que arranjaria uma noiva o mais rápido possível. Observou as pessoas e concluiu não muito contente que não seria uma tarefa fácil. Eduard vinha em sua direção com uma cara de quem mataria alguém se não o agradasse de imediato.
-Eu carrego suas compras, me ofereço para abusar de minha companhia, trago para um baile de máscaras... Tinha tudo para dar certo! Ela só precisava escolher um desses pobres homens e como ela me agradece? - Não esperava que respondesse a pergunta - Ela foge Rutland! - Olhou ao duque e não parecia ter ficado contente pois perguntou - Está me ouvindo?
-Sim, mas prefiro viver em negação.
Ducan o olhou em falsa paciência, mas Eduard nunca ligou para isso.
-Vou matá-la. - Prometeu.
Estava verdadeiramente raivoso, talvez estivesse mesmo chateado, raramente conseguia saber o que se passava pela cabeça de seu amigo, tinha a péssima tendência de esconder tudo com humor. Eduard o observou e suspirou.
-Bem, se não consigo encontrar um noivo para minha irmã, certamente não falharei com você, meu amigo. - Deu- lhe um tapinha nos ombros em uma espécie de camaradagem.
-Virou uma velha casamenteira?
-Claro que não, só goza desse privilégio os mais íntimos. - Deu uma piscadela estranha e Ducan não podia acreditar que falava a serio.
-Não me arrumará uma esposa, posso fazer isso sozinho.
Seu amigo o observou com um pequeno sorriso que dizia que não acreditava.
-Ah sim? Já conheceu alguma dama em potencial?
-Bem... Não, mas a noite ainda está pela metade.
Windsor sabia que havia ganhado. Não conhecera dama alguma, exceto por uma certa Lady, mas ela era totalmente inalcançável. Vendo as estatísticas, talvez não conheceria ninguém sem a ajuda dele. Suspirou derrotado. Eduard abriu um sorriso que iluminaria todo um continente.
-Ótimo! Agora vamos lá fingir que somos perfeitos cavalheiros, educados e agradáveis.
-Tudo de uma vez?
Os dois se olharam conspiratórios. Talvez a noite não fosse tão ruim assim.
-Pelos velhos tempos, MacRae, pelos velhos tempos. -disse Eduard o puxando para o centro do baile e uma promessa de casamento.
E aí amados e amadas!!!
Temos um amigo casamenteiro a caminho?
Votem e comentem o que acharam disso.
Beijinhos ^-^
Até o próximo capitulo.
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O Lobo Selvagem
DragosteSeria o amor capaz de curar as feridas da alma? Ducan MacRae, o duque de Rutland teve sua vida transformada após um terrível dia de caça. Seu rosto um dia foco de admiração, agora se tornara alvo de nojo e dó, as damas correm de sua presença. Até c...