XIII

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Noah e eu não tocamos mais no assunto, aliás, não nos falamos mais depois disso.
Já era o dia da tal reunião, o que deixava David louco.

— Se acalma, Harbour! — exclamei. — Nasceu prematuro, foi? — guardo minha pistola na cintura, colocando meu moletom de arco íris por cima.

— Olha o deboche, (S/n) — reviro os olhos. — Pelo visto, já está pronta. — me analisou, jogando a chave para mim. —  Vá com Noah até o Audi e já podem ir.

Assenti, vendo o Noah fazer o mesmo. Assim que chegamos no estacionamento, caminhamos até o Audi R8 vermelho. Ambos abrimos as portas, já entrando e as fechando novamente. Observo de canto de olho Noah pôr seu cinto, enquanto eu encosto minha cabeça no volante.

— Olha... me perdoe se fui muito severa com você — suspirei. — Mas, Noah, você sabe como foi difícil pra mim... — ele tocou em meu ombro, me fazendo olha-lo.

— Fica tranquila, não guardo rancor — rimos. — Apenas não quero que se prive de sua felicidade... não seja igual seu pai, (S/n)...

Isso era o que eu mais gostava no Noah. Por mais que suas verdades doam, elas tinham total razão.

Ainda é cedo, penso.

— Ok —assenti, dando um sorriso fraco.

— Bem, vamos lá, big bang! — debochou, rindo.

— Palhaço — rimos.

Assim que tirei o carro do estacionamento, vejo mais três carros saindo. Acelero, observando Noah apertar as mãos no braço da porta.

— Um dia, você nos mata, garota! — seu tom era de desespero, o que me fazia rir mais.

— Esse dia não vai ser hoje — ele me olhou com os olhos arregalados e sobrancelhas arqueadas. — Prometo. — levantei minha mão direita.

O caminho foi tranquilo. Noah quase vomitou duas vezes, enquanto eu disputava uma "corridinha" com Jack e Caleb. David estava no carro mais afastado, dando bronca em mim, Jack e Caleb apenas por estarmos muito distantes dele.

A festa seria numa floresta que ficava num morro alto, o que nos deu quatro horas de viajem. No meio da floresta, havia uma enorme mansão, na qual haveria a tal reunião. Tínhamos a opção de ficar do lado de fora –– na floresta mesmo –– ou na mansão. E, bem, como qualquer outra festa, tudo era liberado: bebidas, drogas... haviam até quartos caso as pessoas quisessem se pegar.

— Pelo amor de Deus, não me façam ir com essa garota de novo! — Noah exclamou, saindo do carro.

— Nem foi tão ruim —saio do carro.

— Foi divertido — Jack deu de ombros.

Mesmo que eu estivesse rindo com eles, algo me dizia que não deveríamos estar aqui.

— (S/n)? — Jack põe a mão em meu ombro, me fazendo olha-lo. –– Você tá bem?

— Sim... sim, eu tô — sorrio. —  Deve ser fome. –– ele ri.

— Ahn... — ele passa o olhar por lá. — Vamos entrar? Quem sabe não achamos algo para comer. — assenti.

Entrando na enorme mansão, vimos que o lugar era tomado por fumaça. A música era alta, luzes coloridas passavam por nossos corpos e rostos. Havia um pequeno cheiro de comida, o que me deu alívio, pois, eu realmente estava com fome.

— Ali! — Jack apontou.

Fomos até a mesa, dando de cara com vários salgados e doces: veganos, vegetarianos, normais. Por mais que as festas fossem um saco, a comida era a melhor parte.

The Boy | Finn Wolfhard |Onde histórias criam vida. Descubra agora