Reencontrar algo, ou alguém, que marcou muito seu passado, é difícil. Mesmo que você tenha enterrado tudo que tem relação com a pessoa, quando você a vê, tudo volta a tona.
–– Fica tranquila. –– Caleb sussurrou.
–– Não tô nervosa pra ficar tranquila, McLaughlin. –– observo os cinco carros em nossa frente.
–– Não pula no pescoço da Brown.
–– Não espanca o Matarazzo.
Eu e ele rimos, observando atentamente cada pessoa que desceu dos carros. Estava entre Caleb e Finn, observando o olhar e expressão séria de ambos. Já eu, estava calma.
Calma até de mais, penso.
A máfia Ryder era grande, assim como a minha. Pelo que percebi, nesses cinco carros que chegaram, haviam cinco pessoas em cada e estavam vindo mais três vans.
–– Achei que chegariam mais cedo. –– David comentou assim que Winona se aproximou.
–– Tivemos alguns problemas. –– ele assentiu.
David me olhou, no mesmo momento que Winona.
–– Que foi? –– questionei.
Eles se entreolharam e não responderam.
David fez todos, absolutamente TODOS, de nossa máfia cumprimentar os da Ryder. Winona fez o mesmo com eles. Sempre que íamos cumprimentar alguém, só dávamos apertos de mão, com expressões sérias e olhares mortais uns para os outros. Quando Lucas e Finn foram se cumprimentar, percebi que seus olhares e expressões eram sérios, mas seus olhares tinham ódio e... sofrimento, vamos dizer.
Quando toda aquela cerimônia acabou, David nos levou para dentro da casa, nos guiando até a sala de treinamento, no qual era o maior cômodo da casa.–– Acredito eu que já saibam sobre o motivo pelo qual juntamos ambas as máfias. –– David começou.
–– Sabemos o quanto vai ser difícil a convivência de ambas, mas pedimos que...
–– Como tá se sentindo? –– ele sussurrou.
–– Normal. –– dei de ombros e o olho. –– Você parecia meio triste... –– ele desviou o olhar. –– Qual o problema?
–– Te explico depois. –– voltou sua atenção para Winona e David.
Aquilo me intrigou, não vou mentir. Em todos esses anos que eu o conheci, nunca o vi triste ou chorando pelos cantos, o que me deixou curiosa para descobrir o porquê de ele estar assim. Como meu olhar estava fixo num ponto aleatório no chão, só despertei dos pensamentos quando senti dedos estalarem em minha frente.
–– Harbour? Tá aí?
–– pisco várias vezes. –– Quê?
–– O treinamento, garota. –– Caleb alertou. –– David quer que você comece.
–– Ah, tá. –– assenti.
[...]
Quando todos estavam alimentados, com roupas necessárias e aquecidos, iríamos começar com o treino. David e Winona iriam nos treinar, o que me preocupou, já que ambos não eram muito bons em concordar um com outro em certos quesitos.
Já sei de quem eu e Jack herdamos isso, rio com esse pensamento.
–– Tá rindo do quê? –– Noah franziu o cenho.
–– Nada, ué. –– dei de ombros. –– Vem, vamos treinar. –– puxo Noah para o tatame.
–– Prometo não machucar meu afilhado. –– sussurrou, rindo.
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The Boy | Finn Wolfhard |
Roman d'amour[Concluída] (S/n) sabia dos riscos de participar de uma das máfias mais procuradas de toda a Califórnia. Risco de ser pega, risco de acabar se ferindo - tanto emocional como fisicamente -, risco de ser obrigada a escolher um lado. Finn Wolfhard tamb...