Enquanto atravessamos a ponte, ninguém fala nada. Oliver está ocupado demais tendo um ataque por estar quebrando uma regra, e Olivia não me choca com seu silêncio. A cada passo, nos aproximamos mais da fogueira, os gritos começam a ser ouvidos, assim como a música animada.
É um alívio para mim quando finalmente chegamos lá. Fico por um segundo observando todas aquelas pessoas pulando e bebendo em volta das chamas. Antes de desaparecer na multidão, olho uma última vez para traz, e vejo Oliver olhando para tudo com admiração, mas não volto. Seus cabelos ruivos e seu rosto são um lembrete constante de quem perdi, e não preciso disso essa noite.
Pelo contrário, sai do castelo em uma busca pela cura do coração partido, mas como isso não existe, o que resta é o esquecimento.Não demora para que eu encontre a barraca de bebida, mas a única coisa que encontro la é uma cerveja de gosto duvidoso.
Viro o copo mesmo assim. E viro de novo e de novo, até que em minha cabeça só aja unicórnios e arco-íris.
Me sinto flutuando enquanto danço, os corpos próximos demais giram, o que me faz rir, enquanto levo a caneca aos lábios. Mãos fortes agarram minha cintura e me viram. Sinto um cheiro forte de bebida, mas não sei se sai da minha boca ou do homem a minha frente. Os cabelos louros presos em tranças, olhos castanhos e o queixo quadrado faziam dele belo, eu diria que ele era só mais um jovem idiota se as cicatrizes em seus braços e na lateral do rosto, não denunciassem que ele era um soldado, e que já travará muitas lutas com os Rodwell.
- Está sozinha ?
Cambaleio para o lado quando paro de dançar, e sorrio.
- Sem enrolação, a pergunta deveria ser se estou interessada.
Ele sorri.
- Devo esperar o sim antes de beija-la ? Me parece que está com pressa.
- Não estou com pressa, mas não tenho paciência para enrolação.
- Podemos pular a formalidade se assim desejar.
- De acordo. - Não espero sua resposta. Seguro sua nuca e aproximo nossas bocas.
Assim que elas se tocam, sinto o sabor da satisfação ao saber que Dylan Barker não seria mais o único e nem o último a fazer aquilo comigo. Mas sou obrigada a me afastar quando sinto a ânsia de vomito vindo.
Caio de joelhos no chão enquanto vomito um monte daquela cerveja com gosto de merda.
Dou risada e o homem estranho me acompanha, seríamos dois idiotas bêbados para as pessoas ao redor, mas elas estavam tão sóbrias quanto eu.
Coloco o restante da bebida na boca e chacoalho antes de cuspir, o que é uma péssima escolha já que a cerveja tem um gosto tão ruim quanto o vomito. Mostro a caneca vazia e faço um biquinho para o estranho.
- Acabou.
Ele me oferece a sua eu pego sem exitar.
- Vou pegar outra para mim, me espera aqui delicia.
Seu delicia me faz querer vomitar de novo, e decido fazer um favor a mim mesma e não espera-lo.
Me levanto, e por pouco não volto para o chão. Mas o que vejo em seguida é quase a mesma coisa que deitar em baixo dos pés dançantes do povo.
Dói tanto ver seus cabelos de fogo brilhando com a luz das labaredas, que nem mesmo a bebida amortece. Dói mas ainda perceber que ele não está sozinho.
Jogo o copo no chão e ando aos tropeços até onde ele está- Seu filho da ... - ele se vira para mim, e agora alí tão perto, percebo que o corpo de Dylan é bem mais forte, assim como seus cabelos mais longos.
- Lívia ? Onde você estava - Oliver me encara confuso, mas não consigo responder. Sem conseguir segurar, vômito em seus pés. A garota com quem ele conversava vai embora enojada.
- Merda - ele me segura antes que eu caia. Enquanto Oli me leva para o tronco de árvore deitado no chão que servia como banco, não consigo fazer as pernas funcionarem, ele desisti de me arrastar e me pega em seus braços.
Começo a rir descontroladamente, e me seguro em seu pescoço enquanto giro a cabeça de um lado para o outro fazendo ele perder o equilíbrio, o que me faz rir mais.- Você é forte, sempre achei você muito magrinho, não gosto do Oliver forte me faz lembrar do Dylan forte - eu provavelmente me arrependeria de tudo que estava falando mas não haveria lembranças dessa noite na manhã seguinte, mas minha mente achou muito racional o pensamento de que se eu não lembrasse automáticamente Oliver também esqueceria.
- Também não gosto da cor do seu cabelo, se quiser continuar a ser meu amigo terá que tira-lo, não gosto, não gosto, não gosto - agarro seu cabelo e puxo. Ele retira minha mão com delicadeza. - Eu odeio todos os ruivos, eu odeio todos os ruivos eu odeio - grito, atraindo alguns olhares antes que Oliver cubra minha boca com sua mão.
- Acho que terei que nascer de novo para me aceitar como seu amigo de novo e também acho que você está irritando as pessoas então que tal você falar bem baixinho ?
- Eu odeio todos os ruivos, eu odeio todos os ruivos - sussurro em seu ouvido e começo a rir - mas sabe qual é o ruivo que eu mais odeio? Isso mesmo seu irmão !! - estava pronta para rir, mas invés disso lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.
- Aquele idiota traídor não merece mais nenhum espaço em meus pensamentos, mas o engraçado é que ele ocupa todos, o que faz eu me odiar também.
Oli me coloca no tronco e se senta o meu lado.
- Achei que vocês não se falavam mais, nunca mais vi os dois juntos.
- Olívia não iria gostar de saber então nós nos encontramos as escondidas, até aquele desgraçado estragar tudo junto com aquela estúpida da Anne, devo acrescentar a minha listinha de ódio o nome dela.
- Pelos Deuses Lívia e se alguém tivesse descoberto ? Eu não acredito... - ele para de falar e me abraça quando ouve meu soluço - ah Lív sinto muito, sinto muito de verdade.
Me afundo em seu peito enquanto choro, e suas mãos acariciam minhas costas, trazendo conforto.- Sabe... você colocou muitas regras para eu continuar sendo seu amigo, agora é minha vez - ele segura meus ombros me obrigando a encara-lo - primeiro, é absolutamente proibido chorar por qualquer homem idiota que tenha se atrevido a partir seu coração.
Ele limpa meu rosto.
- Lágrimas não combinam com você Lív, nem esses olhos tristes, muito menos toda essa bebedeira. Não pode fazer isso consigo mesma toda vez que se sentir quebrada, porque as pessoas sempre vão fazer você se sentir assim. Não se destrua por meu irmão nem por nenhum outro homem, qualquer um que te faça fazer isso não merece nenhum espaço em seu coração.
Meus olhos ardem com as lágrimas contidas e sorriu para ele antes de ter que me virar para vomitar.
- Você é um ótimo amigo Oli - digo quando me recupero.
Ele fecha os olhos por um segundo antes olhar estranho para mim.
- Amigo claro...sou um ótimo amigo.
Ele sorri para mim, e por experiência própria, sei que a última coisa que ele quer é fazer isso. Mas minha cabeça está leve demais para focar nisso, e falo a primeira coisa que me vem a mente.
- Não precisa tirar o cabelo, você é o único ruivo que eu ....
Para minha surpresa, ele sorri de verdade, o que me deixa feliz por ter bebido o suficiente para conseguir falar algo que o alegrasse. Mas não consigo terminar... sinto meu corpo pesado e o sono vindo. E mesmo que eu queira me manter desperta a escuridão persiste, até que eu deite minha cabeça no ombro dele e deixe que ela tome conta de mim.
Obrigada bebida de merda.
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•••👑 Como dito ontem, aqui está mais um capítulo para vocês !!
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Lívia (COMPLETA)
RomanceNo reino Sarabely, a rainha deu a luz a duas gêmeas, a qual deu os nomes de Lívia e Olívia. Mas como a tradição mandava, apenas uma poderia subir ao trono, por isso, as garotas foram treinadas desde pequenas, para quando fizessem 18 anos lutasse...