CAPÍTULO 11

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            10 anos atrás

           7 anos de idade

- Nós vamos ser às maiores guerreiras de todo o reino - gritou Olívia , em cima de uma grande pedra, com sua espada de madeira levantada em direção ao céu. Sua bochecha estava vermelha por causa do vento frio , que chacoalhava a capa do vestido cinza grosso idêntico ao meu , enquanto  seu cabelo negro estava repleto  de neve.

- Como você tem tanta certeza ? - perguntei.

- Porque nos somos as melhores sua tolinha.

-  Melhores em que ?

- Na luta.

- E como sabe disso?

- Ah pare de fazer essas perguntas Lívia, já está me  irritando - disse , fazendo um bico,ela saltou da pedra -  anda vamos para o castelo, acho que daqui a pouco vai começar a chover -  diz ela toda sorridente .
Olívia estava sempre nos dando a visão de seu sorriso banguelo, era até meio irritante como ela conseguia estar sempre sorrindo.
Nós começamos a andar (pelo menos eu, já que Olívia saltitava sem parar) em direção ao castelo que estava  escondido pela neblina.
Eu andava arrastando minha espada de madeira no chão, marcando a neve. E ao meu lado Olívia pulava, cantando sem parar a música que mamãe sempre cantava para nós antes de dormirmos.
A única diferença era que mamãe cantava bem.

- Se eu ter que te ouvir o caminho todo ficarei louca - digo, a voz estridente dela já estava me causando dor de cabeça.

- Só diz isso porque está com inveja! - diz franzindo o nariz.

- Sua voz não é nem um pouco invejável .

- É melhor que a sua pelo menos - diz toda convencida.

- Umpff

- Cante uma uma parte da música e eu cantarei outra , assim veremos quem canta melhor - ela para e olha para mim que contínuo a andar .

- Se para provar que minha voz é melhor que a sua terei que ouvi-lá cantar novamente, prefiro  deixar tudo como está e preservar minha sanidade -  ela corre até mim e se coloca na frente, impedindo que eu continue meu caminho.

- Impressão minha ou você está com medo de perder - diz provocativa .

- Não estou não .

- Está sim! - diz rindo , mas para quando ouve um trovão- vamos para casa a chuva está próxima.
Ela está achando que eu sou uma medrosa, o que eu não sou, eu não quero ir embora, pelo menos não até provar o contrário. Assim que olhei para a minha direita e vi a floresta, soube o que eu devia fazer.

- Vamos apostar uma corrida- os olhos dela se iluminaram com minhas palavras, ela adorava correr
-  quem chegar primeiro no rio ganha!

- Para chegarmos ao rio teremos que correr pela floresta, é muito longe e já está escurecendo.

- Longe só se for para você que é muito lenta - ela olha preocupada para o céu cheio de nuvens escuras - acho que não sou eu que está com medo agora - eu sei que as palavras a atingem, é muito fácil fazer a Olívia sorridente transformar-se , cotuque um pouco e ela vira uma garota extremamente competitiva.

- Então vamos lá - ela sorri para mim como se já soubesse que iria ganhar. Nos colocamos uma do lado da outra e então ela começa a contar - 1! 2! 3! E... Corre !

Disparamos em direção a floresta pouco iluminada, marcando a neve com nossas botas.
Quanto mais rápido eu corria  mas o vento ficava forte, levantando a capa atrás de mim que tinha se  enrroscado em um galho. Sem diminuir o ritmo deixei para trás um pedaço da capa cinza.
Olívia estava a minha frente, sua capa estava aos farrapos. Aumentei a velocidade para alcança-lá quase escorregando, as árvores  ao redor já não passavam de vultos, e em algum momento da nossa corrida a chuva começou a cair.
A chuva ficava mais forte a cada segundo embaçando minha visão, eu já não conseguia ver mais Olívia e o vestido estava ficando pesado , obrigando- me a diminuir a velocidade.

Lívia (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora