FESTA DO ASILO

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Na volta para a empresa Lena recebera uma mensagem de Samantha informando-a que também iria a festa de aniversário do asilo e com acompanhante. De imediato Lena tentara ligá-la mas a Arias não atendera. Lena podia ter uma leve suspeita do motivo para a amiga não atendê-la, e estava certa. Samantha estava acompanhada da suposta companhia que levaria a festa do asilo.

Lena tinha de admitir que estava curiosa onde aquela coisa toda com Alex Andrews daria e no fundo estava torcendo para que realmente se tornasse algo, pois nunca vira a amiga de fato interessada em alguém. Pois bem, Samantha compartilhava do mesmo achismo e não se importava de ter de usar o que podia para se dar bem com a artista.

- Você tem uma empresa de Turismo? Isso é mesmo legal.

Alex Andrews dissera enquanto tomava um pouco do leite que pedira.

- Sim. Eu tive jeito, orientação, sorte e apoio.

A Arias confessou travando o celular, não fazia muito tempo que Lena havia ligado. Mas não estava podendo falar naquele momento e sabia que a amiga seria inteligente o suficiente para deduzir o motivo.

- Eu adoraria ouvir.

Alex disse com um pequeno e brando sorriso antes de pegar um dos biscoitos que também havia pedido, Samantha achara o pedido peculiar, biscoitos e leite, talvez porque ela sempre pedia bolinhos com café.

- De início minha mãe me apoiara bastante, quando ela morreu deixou-me uma quantia considerável. E minha melhor amiga, a qual conheci na faculdade, se ofereceu para ser minha sócia e me ajudou bastante. Mas e você?

Samantha lançou a pergunta escorando as costas na cadeira numa postura mais descontraída.

- Oh eu sempre tive o apoio do meu pai, ele tinha a filosofia de vida de que devemos fazer o que nos deixa feliz. Bem, eu sei que nem todos temos essa sorte, algumas pessoas trabalham no que dá para sobreviver, mas não foi meu caso.

- Sua mãe também a apoiava?

- Oh eu não a conheci... Ela deixou-me num orfanato quando eu era bem pequena, eu não tenho como lembrar-me. Era apenas um bebê. Fui fruto de uma aventura fora do casamento, logo ela se desfez de mim. Meu pai me disse que ela não queria me entregar a ele porque de qualquer forma teriam um vínculo e temia que ao crescer eu quisesse conhecê-la e abalasse novamente seu casamento, mas meu pai descobriu minha existência e adotou-me. Algumas mulheres passaram pela vida dele, mas nunca permaneceram apesar de a grande maioria ser simpática.

A expressão de surpresa no rosto de Samantha era completamente esperada por Alex.

- Uau!

- Pois é!

Alex disse com um meio sorriso, sua mãe tê-la negado foi por muito tempo seu demônio mas não mais.

- A minha é mais simples, meu pai apenas foi embora com uma estelionatária quando eu tinha dois meses. Pessoalmente foi um livramento para minha mãe que trabalhava para nos manter enquanto ele assistia jogos de basquete na sala com cervejas em mãos. Digo, minha mãe tinha de contratar uma babá para mim, ele não gostava que eu fosse uma garota, queria um filho homem. Eu me pergunto: imagine se ele soubesse que eu gosto de mulheres?

Perguntou bem humorada e as duas riram, Alex gostava da facilidade que Samantha tinha de transformar assuntos dramáticos em algo leve.

- Meu pai não importou-se.

- Oh por favor, esse homem foi um anjo!

Samantha respondera com um sorriso largo, estava se fato do seu agrado aquele clima leve. Até que o celular de Alex tocara, ela pedira um segundo e atendera. Era sua assessora falando da entrevista que ela teria de dar naquele dia.

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