Sete

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Não acreditava que me encontrava neste lugar. Bufei para o ar.

Era impressionante como a minha mãe conseguiu mostrar-se mais animada do que eu quando lhe perguntei se podia vir. 'Claro que podes' e um grande sorriso espetado na  cara.

Não quis carregar que era segunda feira.

Não que estivesse a ser grande coisa; eu praticamente estava apenas a fazer parte da mobília.

As pessoas a dançar à medida da música que pelo meu aparelho auditivo, parecia ser apenas barulho. Desliguei-o.

Lisa estava a dançar com um rapaz qualquer que reconheci da universidade. Ellie por outro lado encontrava-se lado a lado comigo.

"A Lisa divertisse mais do que nós." Comentou rindo-se, e virando-se o suficiente para que a linguagem labial fosse possível.

Ri-me em resposta, sem vontade de gesto ar em frente a estas pessoas.

Sabia que não iam passar slows nesta festa. Mas isto parecia o filme Madagáscar modo exagerado.

Senti uma cotovelada e olhei para Ellie. Esta sorriu-me apontando com o olhar para um rapaz sentado em duas grandes rodas colocadas de lado. 

Harry.

Na última vez que nos tínhamos encontrado, ele viu-me chorar. Definitivamente não era algo que eu gostasse de voltar a fazer ou que gostasse que ele voltasse a ver, embora o seu ombro fosse algo incrivelmente confortável.

O seu olhar encontrou o meu e eu apenas sorri timidamente. 

Bastou ele lançar-me um sorriso com direito a covinhas, para o meu coração começar a dançar à medida da música que não ouvia.

Mais envergonhada do que gostava encontrar-me desviei o olhar.

Ellie apanhou as minhas bochechas rosadas.

"Ainda me dizes tu, que nada sentes por aquele rapaz," ela gesto ou desta vez.

Não respondi.

Num momento para o outro senti-me nervosa pois sabia que ele ainda me observava. Ellie bateu-me no ombro para que eu olhasse para ela. 

"Ele está tão afim de ti." Riu-se encarando-o.

Olhei novamente para ele e tive direito a que ele me acenasse. Os seus lábios a prenunciar um olá sem som.

Senti um enorme toque no meu braço pelo que olhei horrorizada. Ellie batera-me.

"Estavas a apertar-me o braço." Ela queixou-se.

Eu toquei-lhe no braço? Deus, nem reparei.

Um pedido de desculpas pronto a ser anunciado pelos meus dedos, quando um toque leve se fez sentir no fundo das minhas costas.

Ellie calou-se afastando-se certos centímetros; fazendo-me perceber quem seria.

Wow, para um cadeirante; ele acabou de ser mesmo rápido, a minha mente disse.

 Mas na distância a que ela se encontrava, ainda pode desfrutar da bebida cor de rosa que consegui deixar cair espalhando-se no chão e na sua camisola.

Levei a minha mão aos lábios em forma de choque, e Ellie continha a boca aberta, como que sem ar.

Num impulso peguei num guardanapo; um lado positivo de se manter sempre ao pé das mesas; e limpei-lhe a camisola freneticamente.

Ellie conteve uma careta que me fez recuar.

"Magoei-te?" Gesto ei.

"N-não," ela engasgava-se nas suas próprias palavras. Podia ser surda, e a linguagem labial ser constantemente a mesma. Mas sabia que a tinha magoado.

Breathe || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora