'Queres ir ao cinema?'
Nem queria acreditar no que os meus olhos liam.
Harry encontrava-se sentado diante de mim na mesa. O convite agarrado entre os seus dedos, as suas feições escondidas por detrás do papel.
Lisa e Ellie entreolharam-se antes de se concentrarem em nós novamente. Sorrisos espalhavam-se pelos seus rostos delicados.
Encontrava-me meio chocada pelo seu convite.
Estávamos as três a "conversar" e a alimentar os nossos estômagos esfomeados quando Harry se aproximou lentamente agarrando este mesmo papel numa só mão enquanto o seu segundo membro se esforçava para fazer força suficiente numa só roda.
Lisa ria-se dizendo qualquer coisa ao ouvido de Ellie o que me colocou mais nervosa ainda.
Harry convidou-me para sair. Harry convidou-me para sair? O Harry convidou-ma para sair!
O meu subconsciente gritava, e a minha mente ecoava respondendo.
Sorri-lhe envergonhada. As minhas bochechas num tom indecifrável.
Harry retirou a folha de papel diante das suas faces, dando-me visão total dos seus traços perfeitos. Já começava a ter a noção de como ele era bonito, de como cada pormenor do seu rosto conseguia ser diferente.
Os seus olhos emanavam um verde forte.
Ele sorriu apanhando o meu sorriso.
Espalhou dois papeis sobre a mesa. Nestes eu tinha duas opções.
'Sim.'
ou, 'não.'
Antes dos meus dedos se aproximarem da resposta óbvia; Harry mostrou-me outro.
'Posso dar-te um tempo para pensares se quiseres.'
O seu rosto preocupado. Abanei a cabeça em resposta e peguei no papel importante.
O seu sorriso abriu-se mais quando conseguiu ler a resposta. Parecia menos nervoso do que segundos antes.
O meu rosto parecia que se ia explodir a si próprio; sentia-me tão nervosa.
"Vocês não fazem a ideia de como são fofos." Lisa deixou escapar.
Os lábios dela agora sorriam-nos. Harry ignorou a sua afirmação dirigindo-se a mim.
"Será que podias dar-me," ele começou. Os seus olhos não encontravam os meus; não por eu não querer, mas por ele não parar de os desviar. "O teu número. Tu sabes, para combinar as coisas." Ele despachou.
O meu coração num trampolim, literalmente.
Com o nervosismo dele acabei por ficar ainda mais envergonhada. Principalmente porque não tinha um número de telemóvel.
Mesmo assim peguei no papel diante dos meus olhos e pedi-lhe a caneta.
Consegui apanhar um sorriso que se lhe escapou dos lábios antes de desviar a minha total atenção para o pedaço branco com rabiscos azuis, e escrevi o meu número.
Bem, o número não era bem o meu. Mas não importava.
Devolvi-lhe o papel agora não tão branco.
Este sorriu-me, os seus olhos postos no número escrito.
"Eu ligo-te," ele disse.
Com estas palavras ele foi-se embora.
O meu subconsciente precisava de correr para casa para o meu quarto em casa de Paul e gritar mudamente sozinho.
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Breathe || H.S
FanfictionUma rapariga surda, e um rapaz numa cadeira de rodas. O que pode correr mal? --------------- Uma história onde claramente prova ser difícil perder hábitos aos quais o coração não se quer desapegar.