- O que está fazendo na minha casa?! - O homem pergunta rudemente.
- Não sei se você percebeu, mas eu estou na rua. - Reviro os olhos.
- Tudo isso me pertence. - Ele olha em volta. - Inclusive a rua.
- Que bom para você. - Digo com sarcasmo.
Me levanto com calma para não cair, mas novamente uma onde de tontura se apodera de mim, então acabo me apoiando no homem.
- Não me toque! - Ele grita comigo.
Ele me empurra com tanta força, que acabo caindo de bunda no chão, e ralando meu cotovelo no asfalto.
Faço uma careta de dor, mas nem me preocupo em me levantar nesse momento porque seria em vão.
Ignoro a dor do meu traseiro e do meu cotovelo, e coloco as mãos em volta da cabeça e aperto com força.
Parece que a dor de cabeça melhora um pouco ficando nessa posição, e eu fico quieta ignorando o olhar mortal do brutamontes em minha frente.
Ele nem ao menos se dignou a pedir perdão por ter me empurrado no chão, mas vindo desse ser humano desprezível não espero nada.
Não estou generalizando, mas algumas pessoas acham que tem o direito de pisar nos menos afortunados porque são ricas, e pelo jeito esse homem é desse jeito.
Ele é um homem muito bonito, mas toda beleza acaba quando ele abre a boca para se gabar do que tem, e para humilhar as pessoas.
- Você tem um minuto para sair daqui. - Ele diz entredentes.
- Vou sair daqui quando eu me sentir melhor, então pode ir embora e me deixe em paz. - Retruco.
- Acha que vai conseguir minha simpatia fingindo estar...
- Não quero sua simpatia, como também não quero nada de você. - O corto. - O mundo não gira ao seu redor, então pare de ser arrogante.
Ele fica vermelho de raiva, pega meus braços e me levanta para cima com rapidez.
- Vai embora! - Ele grita.
- Você é inteligente, acho que já percebeu que não sou surda, pode falar mais baixo.
- Você está me tirando a paciência. - Ele diz baixinho.
O desconhecido está tão próximo que sinto seu hálito quente sobre minha pele, e apesar de estar cagando de medo não abaixo a cabeça.
- Vai fazer o quê? - Questiono.
- Não me teste.
- Vai me bater? - Pergunto rindo sarcasticamente. - Minha vida tá uma porcaria mesmo, então faça o que quiser. Não faria muita diferença apanhar de um riquinho de merda.
- Está louca?! Nunca bati em uma mulher!
- Parabéns. - Bato palmas. - Vai ganhar um troféu por ser um bom garoto.
Sinto meu estômago embrulhando, e antes que eu consiga me virar acabo vomitando nos pés do homem.
Sua sorte é que não comi nada, por isso vomitei apenas água que eu havia bebido antes de sair de casa, mas isso não quer dizer que é menos nojento.
- Desculpe. - Peço limpando a boca.
- Desculpa?! Sabe como esse sapato é caro?!
- Infelizmente não tenho dinheiro para lhe dar um novo. - Explico.
Não tenho dinheiro para comprar nem um barato, muito menos um caro, então tudo o que posso fazer é pedir desculpas.
- Não acredito que isso está acontecendo comigo. - Ele passa as mãos pelo rosto com nervosismo.
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Uma Luz Na Escuridão
RomanceJoane nunca imaginou passar pelas dificuldades que está enfrentando, logo após a morte dos pais em um trágico acidente de carro. Agora responsável por sua irmã caçula ela não tem idéia do que fazer com suas vidas. Ane está desesperada em busca de um...