Capítulo 25

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Abro à porta do quarto da Julie e o adentro lentamente para não acordá-la.

Assim que a fecho novamente, caminho em sua direção, mas quando estou prestes a me sentar na cama ela pergunta:

- O que está fazendo Ane?

- Posso dormir com você essa noite? - Questiono.

- Não está muito grandinha para estar com medo? - Ela ri baixinho.

- Não estou com medo, só quero sua compainha.

Julie se senta, e em seguida liga a luz do abajur que está em um criado mudo ao lado da cama.

- Deite-se. - Ela diz puxando o cobertor.

Me deito ao seu lado e me cubro, e Julie faz o mesmo segundos depois.

- Pode apagar a luz. - Falo.

- Vamos conversar um pouco.

- Já está tarde. - Bocejo alto. - Amanhã conversaremos.

- Faremos isso hoje.

- Para quem puxou essa teimosia garota? - Pergunto.

- Adinvinha? - Ela retruca me encarando de perto.

Julie pega minha mão e segura contra o peito, e esse simples gesto faz eu me derreter de amor por minha irmã.

Mesmo tendo perdido nossos pais tão novos, ainda temos uma a outra, e isso para mim é motivo suficiente para eu ser feliz.

- O que está acontecendo? - Ela questiona.

- Por que acha que está acontecendo algo? - Retruco.

- Eu te conheço Ane.

- Tão esperta minha garotinha. - Aperto seu nariz de leve.

- Não me trate como uma criança. - Ela bufa frustrada.

- Você é uma criança minha querida. - Lhe monstro a língua.

- Acho que está bem explícito quem realmente é a criança aqui. - Ela sorri largo.

Julie é uma garota muito inteligente, e às vezes é mais adulta do que eu. Gostaria que ela agisse como uma criança, mas acabo me esquecendo que ela está se tornando uma mocinha, e isso me assusta às vezes.

- Já me enrolou demais. - Ela fala. - Agora diga o que está acontecendo para podermos dormir.

- Vou te contar o que está acontecendo com uma amiga minha. - Minto. - Ela começou a trabalhar para um homem rude e arrogante, mas conforme o tempo foi passando ela começou a gostar desse homem. Ele a tratava com grosseria sempre que a via, e do nada ele mudou completamente e até mesmo beijou a minha amiga.

- Você beijou seu chefe Ane?

- Eu?! Claro que não! - Digo com convicção. - Foi uma amiga.

- Quer que eu acredite nisso? - Ela pergunta rindo.

- É a verdade. - Minto novamente.

Por mais que eu queira é impossível esconder algo dessa garota, por isso é perca de tempo tentar fazer ela acreditar que estou falando sobre uma amiga.

- Então quer dizer que você começou a gostar do chefe que você queria matar todos os dias?

- Bem... aconteceu.

- E ele que te tratava com grosseria mudou do nada?

- Sim. - Aceno com a cabeça.

- Ele também deve gostar de você. - Julie fala.

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