Abro à porta do quarto da Julie e o adentro lentamente para não acordá-la.
Assim que a fecho novamente, caminho em sua direção, mas quando estou prestes a me sentar na cama ela pergunta:
- O que está fazendo Ane?
- Posso dormir com você essa noite? - Questiono.
- Não está muito grandinha para estar com medo? - Ela ri baixinho.
- Não estou com medo, só quero sua compainha.
Julie se senta, e em seguida liga a luz do abajur que está em um criado mudo ao lado da cama.
- Deite-se. - Ela diz puxando o cobertor.
Me deito ao seu lado e me cubro, e Julie faz o mesmo segundos depois.
- Pode apagar a luz. - Falo.
- Vamos conversar um pouco.
- Já está tarde. - Bocejo alto. - Amanhã conversaremos.
- Faremos isso hoje.
- Para quem puxou essa teimosia garota? - Pergunto.
- Adinvinha? - Ela retruca me encarando de perto.
Julie pega minha mão e segura contra o peito, e esse simples gesto faz eu me derreter de amor por minha irmã.
Mesmo tendo perdido nossos pais tão novos, ainda temos uma a outra, e isso para mim é motivo suficiente para eu ser feliz.
- O que está acontecendo? - Ela questiona.
- Por que acha que está acontecendo algo? - Retruco.
- Eu te conheço Ane.
- Tão esperta minha garotinha. - Aperto seu nariz de leve.
- Não me trate como uma criança. - Ela bufa frustrada.
- Você é uma criança minha querida. - Lhe monstro a língua.
- Acho que está bem explícito quem realmente é a criança aqui. - Ela sorri largo.
Julie é uma garota muito inteligente, e às vezes é mais adulta do que eu. Gostaria que ela agisse como uma criança, mas acabo me esquecendo que ela está se tornando uma mocinha, e isso me assusta às vezes.
- Já me enrolou demais. - Ela fala. - Agora diga o que está acontecendo para podermos dormir.
- Vou te contar o que está acontecendo com uma amiga minha. - Minto. - Ela começou a trabalhar para um homem rude e arrogante, mas conforme o tempo foi passando ela começou a gostar desse homem. Ele a tratava com grosseria sempre que a via, e do nada ele mudou completamente e até mesmo beijou a minha amiga.
- Você beijou seu chefe Ane?
- Eu?! Claro que não! - Digo com convicção. - Foi uma amiga.
- Quer que eu acredite nisso? - Ela pergunta rindo.
- É a verdade. - Minto novamente.
Por mais que eu queira é impossível esconder algo dessa garota, por isso é perca de tempo tentar fazer ela acreditar que estou falando sobre uma amiga.
- Então quer dizer que você começou a gostar do chefe que você queria matar todos os dias?
- Bem... aconteceu.
- E ele que te tratava com grosseria mudou do nada?
- Sim. - Aceno com a cabeça.
- Ele também deve gostar de você. - Julie fala.
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Uma Luz Na Escuridão
RomanceJoane nunca imaginou passar pelas dificuldades que está enfrentando, logo após a morte dos pais em um trágico acidente de carro. Agora responsável por sua irmã caçula ela não tem idéia do que fazer com suas vidas. Ane está desesperada em busca de um...