- Sente-se. - Andrew ordena.
Faço o que ele pede rapidamente, enquanto abraço meu próprio corpo, pois o escritório está tão frio que faz eu me tremer toda.
Apos Antony sair do escritório, Andrew me pediu para ficar para poder conversar. Na verdade não pediu, ordenou como sempre faz.
Andrew se senta na cadeira do Antony, e me encara com seriedade por um longo tempo em silêncio.
- Apesar de eu concordar que fique trabalhando por enquanto, não quer dizer que sua vida será fácil. - Ele enfim fala.
- Já me estou acostumada...
- Cale a boca que ainda não terminei de falar. - Ele me corta.
Mordo minha língua para não começar a xingar esse homem nesse exato momento, porque se eu acabar perdendo a cabeça, também perderei meu emprego.
- Antony é um homem maduro e inteligente, não sei como foi se deixar seduzir por você. - Ele me olha com desprezo.
- O senhor está enganado a meu respeito. - Digo calmamente. - Por mais que eu me defenda não vai adiantar de nada porque já tirou suas próprias conclusões sobre mim, por isso pode pensar da forma que quiser, mas isso não quer dizer que está certo.
- Eu conheço seu tipo de mulher de longe, então não pense que pode me enganar. - Ele ri cínico.
- Não estou tentando enganar ninguém senhor. A única coisa que quero fazer é o meu trabalho e nada mais.
Andrew me olha com ainda mais irritação por eu estar debatendo as bobeiras que ele está dizendo. Eu suporto muito tipo de humilhação, mas não me chame de vadia que minha paciência acaba rapidinho.
Andrew provavelmente foi machucado por alguma mulher no passado, e agora despreza todas como se fossemos iguais. Um idiota que não sabe diferenciar as coisas porque é um escroto idiota e machista.
- Veio trabalhar na minha casa com a intenção de me seduzir? - Ele questiona.
- O senhor não faz o meu tipo, então não se preocupe com isso. - Falo pacificamente. - Não tenho intenção alguma de seduzir alguém que não gosto.
- Acha mesmo que vou acreditar nisso?
- Essa é a verdade, então acredite se quiser.
- Para uma mera empregada, você é bem petulante. - Ele semicerra os olhos para mim.
- Se o senhor fosse uma mulher, e alguém lhe chamasse de vadia iria ficar calado? - Pergunto. - Não estou sendo petulante, apenas estou me defendendo de acusações sem cabimento.
Se ele não fosse meu chefe e eu não precisasse tanto desse emprego, a marca da minha mão estaria estampada em seu rosto.
Mas pelo jeito eu terei que suportar muita coisa vindo desse homem, porque já decidiu que estou em sua casa com a intenção de seduzir alguém.
Como eu preciso desse emprego, terei que aguentar muita coisa quieta, e por mais que eu me cale em alguns momentos, não quer dizer que aceitarei ser inusitada dessa forma.
- Se o senhor disse tudo que queria, agora preciso voltar ao trabalho. - Digo me levantando.
- Sente-se. - Ele ordena novamente.
Suspiro alto enquanto me sento novamente, e tento ter um pouco de paciência para não arrancar a cabeça desse homem.
Estou louca para fugir desse escritório, porque a cada segundo que passa sinto ainda mais frio.
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Uma Luz Na Escuridão
RomanceJoane nunca imaginou passar pelas dificuldades que está enfrentando, logo após a morte dos pais em um trágico acidente de carro. Agora responsável por sua irmã caçula ela não tem idéia do que fazer com suas vidas. Ane está desesperada em busca de um...