V - Até o Caso Está Cansado

5.3K 572 155
                                    

Feliz quinta-feira, boa leitura!
.
.
.
Alex estava a caminho do hospital, o sinal na rua quinze de novembro havia fechado. A diretora, que nunca está alheia ao que acontece ao seu redor, percebeu um homem entrando em um dos becos daquela rua.

Ela deveria continuar seu próprio caminho e encontrar a irmã no hospital, mas sua intuição a mandava seguir aquele homem e foi o que ela fez.

Sorrateiramente, pela entrada dos fundos, seus corredores estreitos e escadas mal iluminadas - que sinalizavam a cada esquina que havia câmeras espalhadas pelo local, mas que ainda assim não o impediam de continuar - Alex seguiu o homem, até que em certo momento, os dois desembocaram num corredor com três portas; duas que a diretora supôs ser a entrada para apartamentos e uma pela qual o homem saiu.

O homem alto e de cabelos escuros arrombou a porta de um dos apartamentos com um aparelho que a ruiva não reconheceu, talvez fosse tecnologia alienígena ainda desconhecida ou talvez fosse trama de alguma das diversas empresas tecnológicas, não podia afirmar qualquer coisa com a visão limitada a pequena fresta que fora deixada aberta pelo homem após sair dos corredores.

A diretora, porém, sabia que aquilo não era um assalto.

Primeiro porque estavam próximos ao centro da cidade, um assalto era registrado uma vez a cada mês naquela região, era raro; segundo porque, nos corredores, o homem teve acesso a diversas áreas administrativas que com certeza lhe renderiam lucro e ignorou todas, logo, a não ser que houvesse algo ou alguém muito importante naquele apartamento - o que Alex também não achou que fosse possível - não era um assalto.

Cogitou que talvez fosse um ex-namorado que não aceitou o fim, afinal, o prédio e suas saídas pareciam ser bem conhecidas por ele e homens... bom, ela sabia que eles normalmente não são criados para aceitar não como resposta.

Alex não o seguiu quando ele entrou no apartamento, mas estava a espreita a espera de alguém que fosse entrar ou qualquer barulho que saísse daquele lugar.

A suspeita da diretora de que não passava de um homem com dor de cotovelo foi confirmada quando uma mulher que parecia muito alheia a situação saiu pelo corredor principal, carregando uma caixa de pizza e um sorriso leve no canto do rosto.

Estranhou ao notar que a mulher de pele caramelada abriu a porta como se ninguém houvesse arrombado, a fechadura estava impecável e abrigou a chave normalmente. Algo estava muito errado, e se aquilo era o começo da cena de um crime, a diretora impediria que se concretizasse.

- ... Eu cheguei e trouxe pizza!

.

.

.

- Senhorita Arias, eu preciso que você respire, esta não foi uma invasão comum. - A ruiva disse com a voz firme e calma.

- Você jura? - Samantha disse sem pensar e encarou a diretora, que abaixou a cabeça. - Desculpe, eu estou tão assustada. - Uma das mãos de Sam esfregava suas têmporas enquanto ela andava de um lado a outro.

- Eu não faço ideia do quanto, senhorita. - Tentou soar o mais compreensiva possível. - Mas quando digo que não foi uma invasão comum, quero dizer que eu estou errada, você não deve ir a uma delegacia.

- O quê? Um homem acabou de apontar uma arma para a minha filha-

- Sim, eu sei que parece loucura. Não posso te dizer muito, vou pedir para o levarem primeiro.

A ruiva rapidamente pegou o celular e deu meia dúzia de ordens a alguns de seus agentes, mas logo voltou a dar atenção a mulher alta e visivelmente nervosa.

AluraOnde histórias criam vida. Descubra agora