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Rey viajou da forma mais aleatória que já voara na vida. Confiando apenas em sua intuição, ela levou a Falcon para a orla que o computador dizia se chamar "setor Auril". Um planeta verde e azul chamou sua atenção, chamou-a na Força, então foi para lá que Rey seguiu.

Aterrissou em frente à entrada de uma caverna, que Rey encarou longamente antes de entrar. Atrás dela, R2 apitou.

-- Fique com a nave, R2.

Para sua surpresa, no interior da caverna havia uma estrutura construída pelo homem, mas abandonada há muito tempo, a julgar pelo aspecto. E uma forte energia do passado permanecia ali, bem como uma presença conhecida.

-- Este lugar é...

-- Um antigo lar dos jedi.

-- Mestre Skywalker! – Rey exclamou. Luke estava ali, etéreo e brilhante.

-- Os jedi encontraram cristais para seus sabres de luz neste planeta por muitos anos. Todo este sistema carrega muito da história jedi, e hoje vai carregar mais um capítulo.

*

Certo de que já aprendera o suficiente ficando em Mustafar, Kylo deixou o palácio de Vader, levando o holocron consigo.

-- Preparar para decolar – ordenou aos Cavaleiros ao embarcar na Abutre

-- Sim, mestre Ren.

-- Senhor, o chanceler Hux enviou uma mensagem. Ele requer sua presença em Coruscant, e diz que a situação não está favorável.

-- Então trace o curso para lá.

Kylo conteve seu aborrecimento. Teria que ir para Coruscant primeiro, mas não pretendia se demorar depois de lidar com Hux.

Ainda havia a questão de Rey. Ela estava sozinha em algum lugar lá fora, e ele ia encontrá-la. Os dois estavam conectados, então cedo ou tarde a Força os colocaria frente a frente de novo.

Era seu destino, do qual nenhum dos dois podia escapar.

*

Rey flutuava de pernas cruzadas a alguns centímetros do chão, e à frente dela flutuavam os dois fragmentos do cristal azul de Luke

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Rey flutuava de pernas cruzadas a alguns centímetros do chão, e à frente dela flutuavam os dois fragmentos do cristal azul de Luke.

-- Isso, Rey, concentre-se. Sinta a Força fluir por você – o fantasma da Força instruía.

Com movimentos suaves, Rey envolveu o cristal quebrado com as mãos e fez como Luke dissera. A Força correu por suas mãos, e sua energia concentrou-se nos fragmentos. Ao abrir as mãos novamente, o cristal era um só novamente.

Luke sorriu satisfeito. Rey ofegava, também sorrindo, mas de incredulidade.

-- Eu consegui!

-- Você curou este cristal. Está na hora de encontrar o seu – o mestre jedi indicou um corredor que Rey ainda não entrara, e para lá ela foi.

O caminho a levou para fora da construção, agora estava na caverna em si. Pequenos buracos na montanha permitiam a entrada de alguma luz, deixando o ambiente na penumbra. Rey adentrou ainda mais, sentindo a intensidade da energia do lugar.

-- Um jedi não deve conhecer a raiva. Nem ódio. Nem amor – uma voz sussurrou no escuro – Enterre seu passado ao qual tanto se agarra bem fundo, se quiser ser uma jedi.

A caverna escura desapareceu e foi substituída pela claridade ofuscante de Jakku. Lembranças antigas, há muito esquecidas, afloraram de uma vez.

Seus pais, sucateiros como ela também viria a ser, eram chamados pelos outros de...

-- Solana – ela sussurrou para si mesma.

Esse era o sobrenome de seus pais! Mas eles mal tinham recursos para criar uma criança, então a venderam.

Unkar Plutt segurava o braço de uma Rey criança, que gritava para a nave que levava seus pais embora do planeta. Rey conhecia bem aquela cena, e era angustiante vê-la de novo, mas o que aconteceu em seguida foi uma surpresa.

Ainda gritando, a pequena Rey estendeu a mão livre para cima, tentando alcançar a nave. Esta então parou em pleno ar, como que presa por uma corda invisível, e depois explodiu, voltando ao chão na forma de uma bola de fogo e metal derretido incandescente.

-- NÃO! – Rey cobriu os olhos e caiu de joelhos no chão da caverna, soluçando encolhida.

Não podia ser verdade, ela não se lembrava daquilo, era uma memória reprimida?

Por isso ainda tinha a esperança de que seus pais voltariam, mesmo tendo-os visto morrer. Por sua causa.

Agora Rey chorava copiosamente. Não apenas o sentimento de abandono voltara, mas agora a culpa pela morte dos pais partia seu coração em dois.

Ela precisou de um tempo até se acalmar e se recompor, e seu primeiro pensamento foi que não poderia ser uma jedi. Os jedi não eram assassinos, os sith que eram, certo?

-- Sim, os sith são assassinos.

Rey ficou de pé num salto. Uma versão dela mesma em trajes negros estava à sua frente, e empunhou um sabre que acendeu dois feixes vermelhos paralelos, e com um movimento eles se separaram e revelaram um sabre de lâmina dupla.

-- Não negue quem você é – com um sorriso cruel nos lábios, a Rey sombria avançou.

Rey não tinha arma, só pôde recuar e desviar das investidas. Seu outro eu lutava exatamente igual a ela, mas com muito mais raiva, e num momento encurralou-a contra a parede da montanha. A Rey sombria mostrou os dentes como um animal selvagem e brandiu o sabre para o golpe final. Rey mergulhou no chão e rolou para longe, e quando olhou para trás, ela tinha sumido.

Por um instante, o silêncio voltou a reinar, e Rey lentamente se levantou, ofegante e trêmula.

Ela não estava sozinha ali. Não era uma presença humana, mas algo menor, e parecia chamá-la, como uma canção ao longe. Rey seguiu essa canção até o fundo da caverna, e viu um pequeno brilho azul no escuro. Era ele que cantava.

Ela estendeu a mão e cuidadosamente o retirou. Entre seus dedos repousava um cristal azul parecido com o de Luke.

-- Cristais adegan. Preciosos e raros de encontrar. Os jedi usam-nos para faze os melhores sabres de luz – outra voz desconhecida ecoou.

-- Eu mereço isso? Eu devo ter um cristal?

-- Se ele te chamou, então sim – Luke voltara – Use-o. faça seu próprio sabre de luz.

Após hesitar por um momento, Rey assentiu.

Star Wars Episódio IX - Duelo dos DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora