Star Wars Episódio IX - Duelo dos Destinos

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O líder supremo Kylo Ren estava de volta a Coruscant. A situação não melhorara desde o sucesso da Resistência em restaurar a comunicação; havia revoltas acontecendo por toda parte, inclusive no planeta-capital, e nem a presença da Nova Supremacia, flutuando imponente sobre os prédios, conseguira suprimir completamente.

-- Se não é capaz de lidar com simples levantes, talvez deva dar o cargo para alguém que consiga – Ren disse a Hux. Da sala onde estavam no antigo prédio do Senado, podiam ver a Nova Supremacia.

-- Pequenas revoltas não importarão se eliminarmos a fonte do problema. Tenho espiões espalhados por toda a galáxia, e informaram que a Resistência está se preparando para um ataque.

-- Mas não descobriu a localização de sua base.

-- É questão de tempo, e ainda é mais do que você e seus cavaleiros conseguiram – Hux mal terminara de falar e caiu de joelhos, sufocando. A sensação rapidamente passou, e Kylo olhou com desprezo o homem a seus pés.

-- Cuidado, Hux. Não se esqueça de quem o tornou chanceler, e quem pode tirá-lo desse posto.

-- Sim, líder supremo – ele cuspiu a resposta.

Kylo foi para seus aposentos, e uma vez sozinho, tirou a máscara e sentiu a presença de Rey.

Lá estava ela, sentada no chão, mas ainda não o notara, estava muito concentrada em algo em suas mãos. Um sabre de luz, feito com o mesmo material do bastão que ele partira em dois na última vez que se viram, e quase terminado.

Rey deu os toques finais, apertou o último parafuso e se levantou para contemplar seu trabalho. Então viu Kylo.

-- Tem algo diferente em você – ele disse.

-- Sabre novo.

-- Não. Tem mais – Ren inclinou a cabeça – Você sabe agora, não é? Olhe só para você. Tentou provar à minha mãe que era uma jedi, mas acabou provando outra coisa. Agora não pode voltar. Assim como eu.

-- Para de falar! – Rey gritou. Ela estava emocionalmente abalada, isso era claro. Para trazê-la para seu lado, bastava uma pequena pressão. Ele deu alguns passos em sua direção.

-- Não pode negar o que você é, Rey, ou o que nós somos. Você não é jedi – a cada passo que ele dava para frente, ela dava um para trás – E o que você não sabe é nós somos uma díade da Força. Dois que são um.

"O lado sombrio é nossa natureza. Entregue-se a ele. "

-- Não! – Rey gritou, acionou o sabre azul e atacou. Ren bloqueou com o sabre vermelho.

-- Impressionante.

Rey fez uma estocada com o sabre, descreveu um arco e forçou Kylo a recuar. Quando ele se afastou, ela apertou um botão na extremidade oposta do cabo, e outra lâmina se acendeu.

-- Você é difícil de prever – ele comentou.

-- Difícil é me livrar de você.

Eles duelaram. Com aquele novo sabre, Rey lutava exatamente como fazia com o bastão, alternando os golpes entre as duas lâminas. Kylo se defendeu como podia desse novo estilo, mas rapidamente se acostumou e voltou a atacar, golpeando com igual velocidade.

As lâminas colidiram e permaneceram estáticas, pressionando uma contra a outra. Rey olhou nos olhos de Kylo.

-- Você ainda pode voltar. Sei que ainda há bondade em você.

-- Você ainda pode se unir a mim. Sei que há trevas em você – os dois se separaram bruscamente – Quando eu terminar, não haverá mais jedi nem sith. Eu vou deixar tudo ruir, como disse que faria. Você vai entender em breve.

Kylo e Rey desapareceram da vista um do outro. Novamente sozinho, Ren colocou a máscara, pegou o holocron e deixou seus aposentos.

-- Preparem minha nave – ordenou a seus cavaleiros.

-- O líder supremo está de partida outra vez? – Hux o encontrou a caminho da saída – Justamente no momento mais delicado?

Ele falava em tom bastante controlado, mas dava para ver que estava contendo muita raiva. Pelo menos sua disciplina emocional era algo a se admirar, Kylo tinha que admitir.

-- Um assunto de extrema importância requer minha atenção agora.

-- A Resistência está convocando aliados por toda galáxia e desestabilizando a ordem que estabelecemos – aos poucos a raiva se fez mais palpável em sua voz – Se houver um deslize agora, tudo o que conseguimos terá sido em vão! E o que você faz é perseguir uma fantasia!

Hux foi jogado contra a parede com violência e caiu atordoado no chão.

-- Essa sua petulância tem que acabar. Tenho assuntos a tratar, muito mais importantes do que a insignificante Resistência, e não posso ter um chanceler brigando como uma criança que deixa minha Ordem se despedaçar – Kylo rosnou ameaçador – Seja grato por esta última chance que darei para esmagar nossos inimigos. Se a Primeira Ordem cair pela sua incapacidade, espere por um destino pior que a morte como punição, pelas minhas mãos ou pelas deles.

Com isso o líder supremo foi para o hangar do prédio, e a Abutre Noturno já partira quando Hux o alcançou. Um de seus assistentes veio até ele e perguntou:

-- Chanceler, para onde foi o líder supremo?

-- Ele nos abandonou. É um desertor, um traidor – Hux respondeu secamente – Alerte nossos agentes de campo e ponha uma recompensa pela cabeça dele. Não podemos deixar um traidor tão perigoso à solta.

-- Sim, senhor.

-- E alerte todas as nossas tropas. Se a escória da Resistência pretende vir tomar Coruscant para a Nova República, nós estaremos prontos para recebê-la.

Hux seguiu para seus aposentos, pegar uma hologravação da Supremacia. Há muito descobrira a verdade sobre o líder supremo, aguardando o momento ideal para revelá-la, e a espera agora finalmente valeria a pena.