Além Do Inverno ( ABO, Literatura lgbt+ , MPREG)

🌬 Capítulo 8 - Verdades Vindo à Tona🐺

A respiração de Hento estava presa em sua garganta, ele não acreditava, e tão pouco aceitava que realmente estivesse escutando aquelas cruéis palavras da boca do homem que ele amava.

Aquelas palavras tinham o mesmo efeito de mil punhais afiados, entrava por sua pele rasgando e ali deixando uma cicatriz que ficaria para sempre. Sua mente se recusava a repetir as palavras, pois sua alma no momento doía, uma dor nova, sufocante, uma dor que ele nunca sentiu na vida. O  fato de saber que esperou por esse homem a vida toda, o fazia se sentir pior.

Hento não era de chorar, e Nap não haveria de ver isso dele, o ômega queria mesmo era gritar, de raiva, frustação e acima de tudo de ódio. Foi pensando nisso que ele ergueu o queixo e olhou de forma desafiadora para Nap através de seus cílios longos, ele iria mostrar para aquele alfa estúpido, o tipo de ômega que ele era.

Hento esperou sua raiva tomar conta de todo seu corpo, assim ele deixava a mágoa de lado, quando ele cerrou os punhos, se sentiu pronto para ensinar uma boa lição aquele alfa da pré-história.

Nap alheio a toda confusão que Hento sentia, levantou-se da cama, nu, ele começou a procurar sua roupa para vestir-se. O  alfa tinha planos para aquele dia, um deles era mostrar o castelo a seu ômega e apresentar o clube de ômegas de Kurohk, ele mal podia esperar para ver o sorriso no rosto de Hento, os olhos dele brilhando de felicidade.

Talvez fosse por isso que ele ficou espantado ao ver um jarro que  passou a centímetros de sua cabeça se espatifar na parede, deixando os cacos espalhados pelo chão.
Nap ergueu o rosto totalmente confuso para aquela cena inusitada, ele automaticamente olhou para Hento, numa tentativa de ver se seu ômega estava machucado, mas tudo o que ele via em seu belo rosto, era fúria!?

— Meu pequeno, o que está acontecendo…

—Cala a merda da sua boca, seu babaca! — Explodiu Hento em um rompante.

Nap ficou paralisado, sem reação, por um momento tudo o que se ouvia no quarto eram as respirações de ambos.

— Será que você pode me explicar o que está acontecendo aqui? Que modos impróprios são esses Hento? — Nap estava confuso, por outro lado ele queria muito saber o motivo que fez seu ômega agir de uma forma estranha.

Imprópria? Pensava Hento, ali estava novamente aquela palavra.

— Quem você pensa que é para dizer o que um ômega deve ou não fazer? Quem é você para decidir o que é ou não impróprio? — atacou Hento.

Nap estava começando a entender, mesmo que ele ainda tentasse encontrar um motivo plausível para aquele rompante.

— Um momento! — Nap ergueu as mãos. — Você está assim por eu ter dito que um ômega não pode caçar? — Terminou Nap erguendo os cílios.

Hento bateu com as mãos na testa de uma forma debochada e ao mesmo tempo que revirava os olhos, como se dizendo "é óbvio babaca". Nap só não ficou furioso porque Hento ficava lindo quando estava bravo, ele se perguntava como era possível? Até que para o bem dos dois, ele tentou pôr um ponto final naquele assunto. Mal sabia ele que ambos estavam mal começando.

— E por acaso eu disse alguma mentira? É errado da minha parte querer proteger e zelar pelo bem-estar do ômega? Aliás, do meu ômega? Que eu saiba isso não é nenhum crime!

Hento fincou suas garrinhas em seus pulsos e sibilou para o alfa. A vontade dele era de voar na direção de Nap e arranhar toda a cara linda daquele alfa babaca. Aquilo só podia ser uma brincadeira, ele se recusava a acreditar que justo seu alfa fosse igual e pensava de maneira semelhante a outros alfas.