🌬 Capítulo 9 - Tentar Mudar O Inverno 🐺

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Cinco horas, esse foi o tempo exato que Nap levou para desvendar aquela caixinha de surpresas que era chamada de Hento, e coloque surpresa nisso! O alfa lúpus bebeu praticamente uma garrafa cheia de conhaque, entre uma história e outra das peripécias de seu pequeno ômega, ele não sabia se ficava mais aflito, ou se tentava encontrar uma solução para toda aquela bagunça.


Nap também pensava nas variações de suas emoções durante as histórias relatadas por Ake. Ele agora entendia mais o outro alfa e já não o achava um pai relapso como ele previra anteriormente, longe disso, Nap reconheceu que errou em seu julgamento.

A primeira emoção de Nap foi medo, ele sentiu medo quando soube que seu companheiro quase nasceu morto. Era difícil para ele imaginar que naquele mesmo dia -vinte anos atrás- Nap estava completamente feliz com a chegada do seu tão sonhado companheiro, e que a sua felicidade esteve a ponto de ser interrompida, ele não queria nem imaginar como seria o mundo sem Hento.


Outras, e mais outras histórias vieram, Nap sorria divertido com algumas travessuras de Hento, como do fato de seu ômega amassar as tulipas do jardim da mãe, pelo simples fato dela não permitir que o filho brincasse com terra. Nap olhava os olhos de Ake brilharem divertidos em cada história, e o alfa lúpus admitiu para si mesmo que ele também sentia uma ponta de orgulho, por mais estranho que fosse era viciante conhecer cada pedacinho da vida de Hento.


O episódio da greve de fome para entrar na faculdade foi surpreendente, Nap entendia o porquê de Ake não querer que o filho fosse exposto. Ainda era uma surpresa para ele também, o fato de Hento ser um ômega da lua, desenho? Então seu ômega gostava de desenhar, o alfa lúpus passou o polegar nos lábios diante dessa grata surpresa, um sorriso misterioso cruzava seus lábios.


Por fim, as peripécias de Hento terminaram com a fuga dele até o campo de batalha, e Nap mesmo surpreso com tudo teve que concordar que seu ômega era corajoso, corajoso demais para seu próprio bem. Ake alheio a reações de Nap, estranhou o silêncio do alfa lúpus.


- E por fim, eu nem mesmo tive chance de aplicar um castigo nele, por sua última travessura. - Ake fez uma pausa e tomou um gole do conhaque, em seguida franziu a fronte em indagação. - Não vai dizer nada?


Tudo o que ouviu do alfa lúpus foi um suspiro, essa resposta de Nap foi o suficiente para Ake falar para o outro alfa lúpus tudo o que realmente queria, desde que ele descobriu que Nap era o companheiro de seu filho.


- Você se manteve em silêncio durante esse tempo todo, naturalmente isso me faz pensar que o assuntei quanto a Hento. Veja Nap, diante dessa situação temos dois cenários. O primeiro e o mais óbvio, a separação! Sei que seria doloroso para ambos se separarem, são companheiros de alma, talvez pudéssemos encontra uma forma de romper os laços. A segunda opção é você aceitar Hento como ele é - Ake se inclinou na poltrona e olhou diretamente para os olhos de Nap - Um ômega da lua. Hento não é como os ômegas tradicionais, ele é teimoso, impulsivo, explosivo, travesso, se alguém falar a ele algo que no ponto de vista dele está errado, ele vai gritar e agir de modo intempestivo. - Ake respirou fundo. - Mas ainda assim ele é meu filho, Meu amado filho, e se for para o companheiro dele o fazer sofre, eu prefiro que ele sofra por rompimento dos laços não pelas mãos de um companheiro.


Nap quebrou o silêncio pela primeira vez depois de sua chegada.


- Eu jamais o machucaria, não de forma agressiva. - murmurou Nap tentando controlar sua fúria, só de pensar que o pai de Hento imaginou tal hipótese o deixava furioso.


- Eu sou pai, e como pai só desejo a felicidade de meus filhos. Se for para romper o laço, o façamos agora.


Nap pensou na palavra do alfa, sua mente foi inundada dos insultos que Hento proferiu naquela manhã contra ele, o alfa também se lembrou do exato momento em que viu Hento, da conexão deles, pensou no gesto dele de passar a língua numa tentativa de umedecer os lábios vermelhinho.

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