🌬 Capítulo 13 - Baile de Revelações 🐺

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— Então, como estou? — Hento dava várias voltas em frente ao espelho. 


Seu kimono ficou pronto no dia anterior e como o ômega queria fazer uma surpresa ao seu alfa, ele optou por se arrumar no quarto da cunhada. O kimono dele era feito de seda negra e com detalhes vermelhos, a vestimenta era tão simples e linda ao mesmo tempo que encantou Hento. Era como se a roupa tivesse sido feita para ele, por isso ele rodopiava feliz diante do espelho, quem diria que um simples kimono o faria sorrir depois da tragédia.


Seus pais, uma sombra de tristeza pairou sobre o rosto de Hento, sua mãe e seu pai decerto ficariam orgulhosos de vê-lo nesse trajes, uma lágrima silenciosa deslizou sobre o seu belo rosto, a saudade da sua família doía na sua alma.


— Porque está chorado? — Perguntou May preocupada.


Ela também estava linda, em um belo vestido esvoaçante, decorado de pérolas e rendas.May estava deslumbrante, a ômega apesar da timidez andava mais confiante e segura de si desde que assumiu o clube de ômegas.


— Eu tenho saudade enorme da minha família, só de imaginar que nunca irei ver eles…— Hento não conseguiu terminar de falar, tamanha era a emoção.


May envolveu o cunhado em seus braços e confortou ele da melhor maneira que podia. Ela sabia e entendia a dor de perder uma pessoa querida, aos poucos Hento foi se acalmando e May olhou em seus olhos tristes e disse:


— Sei que não vai tirar sua dor, mas eu quero que saiba que eu entendo, eu entendo sua dor — May acariciou o rosto de Hento limpando as lágrimas que ali repousava. —Por outro lado, você não estar sozinho, tem a mim e Nap. Somos uma família, não iremos substituí a sua, mas estaremos juntos , sempre.


Hento abraçou a cunhada em gratidão.


— Agora vamos limpar esse rosto, está todo vermelho, meu irmão ficará preocupado se saber que andou chorado.


Hento afirmou com a cabeça e foi lavar o rosto, era incrível como os papéis parecia ter se invertido, antes May era insegura e Hento cheio de si, mas as forças de Hento pareciam  ter sido abaladas pela tragédia que envolveu sua família, no lugar da sua força estava um mar de insegurança.


— Agora sim, voltou a ficar deslumbrante, meu irmão não conseguirá tirar os olhos de você.


Um sorriso cruzou os lábios de Hento, em seguida ele lembrou-se de algo que vinha o incomodado nos últimos dois dias, Nap. Seu alfa andava estranho, era como se ele quisesse falar algo a Hento e estivesse procurado as palavras certa.


—May, ouvir rumores no castelo que Nap sempre esperou por mim, isso é verdade? — Hento ficava todo bobo quando ficou sabendo que assim como ele, seu alfa também sonhava com ele.


—Sim, é  verdade. Ele até reformulou todo o clube para que assim o ômega dele passasse seus conhecimentos aos outros, ele vivia dizendo o quanto sonhava com uma criatura meiga e delicada. E que mal podia ver a hora de mima-lo. — Assim que terminou de falar, May se deu conta de que não deveria ter revelado tal  coisas.


O sorriso que estava no rosto do ômega morreu, no seu lugar tinha confusão, Hento sempre julgara Nap um alfa conservador, mas nunca passou por sua cabeça que o sonho do seu alfa, era ter um companheiro da maneira que ele idealizava.


—Nap sonhava com um companheiro assim? — Sussurrou Hento.


May se aproximou do cunhado apreensiva.


—Hento, era sonhos bobos. Eu tenho certeza que meu irmão te ama do jeitinho que você é.


Hento sabia que May tentava consolar ele, mas a verdade é que Nap nunca disse que o amava, o alfa lúpus nem mesmo o marcou. Hento passou a mão no pescoço de forma involuntária, ali, era para está  a marca do seu companheiro, o elo que mostrava que um pertencia ao outro para sempre. Qual era o motivo de Nap ainda não tê-lo marcado?

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