Prólogo

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Continuo aqui. Estática.
Presa nos meus sentimentos.
Eu tentei, mamãe.
Tentei me afastar dele. Mas as mentiras dele me deixaram sonhando.
Promessas lindas e cheias fraudes.
Gosto quando ele me toca.
Apesar de as vezes doer.
Mas não é isso o amor? Às vezes dói, ora machuca.
Ele conhece a minha pior parte e alimenta meus demônios interiores, porque eles já se acostumaram com a sua rudez e com a dor proporcionada. Eles gostam mamãe , clamam por isso. A dor é o que nos faz estar vivos, não é?
Sinto muito, mas necessito de cada gota de veneno que caem dos lábios dele.
Ele provocou minha queda.
Eu caí de amores por ele.
Ele me fez afogar. Afogar nele. 
Invadiu meus pensamentos. Me deixou passar por noites em claro. Me fez abandonar todos ao redor.
E tudo pelo que?
Pelas suas falsas palavras? Do amor que ele diz sentir por mim?
Mas que amor é esse? Esse amor privativo? Esse amor tóxico?
Não adianta mais. Eu tentei. Juro que tentei.
Mas quando segurei suas mãos , minha vida se esvaiu.
Tornei-me vassala desses sentimentos habitantes.
Presa em minha pele. Na minha cabeça. Presa nele.
Quero fugir. Fugir daqui. De tudo.
Mas para onde iria? Se sou cativa desse falso amor? Eu não me pertenço. Ele me tirou tudo.
Estou cansada de chorar, meu amor.

ImersaOnde histórias criam vida. Descubra agora