Capítulo 12

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"Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado consegue estar certo duas vezes por dia." - Paulo Coelho

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- Sua sorte é que não atingiu em cheio seu braço - eu olhava para o braço dele mesmo Marcos já estando com o ele enfaixado - Você precisa aprender o mais rápido possível a atirar. Vamos embora daqui ainda hoje para amanhã cedo irmos à academia de tiro.

- Você está maluca? - ele sussurrou - você veio dirigindo igual uma louca até aqui, quase bateu 6 vezes e quase nos matou e agora quer que eu saia antes de ter alta - eu bufei

- Marcos, você ainda não notou que estamos jurados de morte? Nós não vamos mais seguir regra nenhuma, esquece sua vida de bom moço. Pelo menos por enquanto, a gente vai botar pra fuder - eu olhei bem séria em seus olhos buscando que ele compreendesse a real situação que estamos passando - eu disse que seria assim. Seja quem for, que provavelmente é esse tal Jonas, quer nossa cabeça. Então ou a gente mata ele ou ele nos mata - Marcos ainda olhava assustado para mim - agora arranca essa porcaria de soro do seu braço e vamos embora daqui - ele arrancou o soro do braço mas não conseguiu disfarçar a carranca ao puxar o tubo.

Saímos disfarçadamente mas apressados. Marcos segurava o braço machucado enquanto eu olhava para os lados para sair sem ninguém nos ver

- Ei, eu não dei alta a você - o médico veio atrás de nós apressado

- CORRE, MARCOS - começamos a correr e o médico veio atrás de nós

Corremos até o carro e eu entrei no volante de novo. Ele não pensou só entrou correndo. Eu saí feito uma louca. Bati no carro da frente mas não liguei. Imaginei que ele falaria algo mas simplesmente olhava para trás para ver se o médico não vinha atrás, agradeci por isso.

- Merda, tá sangrando pelos pontos - ele reclamou

- Depois eu vejo isso - eu disse - vamos para casa porque já é madrugada - olhei para o relógio no pulso de Marcos que marcava 03:41. Ele se segurava no banco do carro com tanta força que seus dedos estavam amarelos e até arroxeados em algumas partes - Marcos, você confia em mim?

- Claro que confio, Garota.

- Então pelo amor de Deus, largue o banco do carro que você está me deixando mais nervosa ainda.

- Claro que eu tô nervoso, você nunca pegou em um volante. Você pode nos matar.

- Pare de falar isso senão eu vou surtar - eu bufei ainda com a adrenalina passando pelo meu corpo

Depois de pegar minimamente o jeito de dirigir, apesar de ter ignorado totalmente o porquê das marchas existirem, eu consegui chegar em casa. Todavia, quando chegamos na porta do apartamento, eu sinalizei para Marcos e tirei a arma da minha liga.

- Fique aqui, vou ver como está lá dentro - ele abriu a porta e eu fui com arma apontada pronta para matar alguém. Desobedecendo minhas ordens, Marcos foi atrás de mim. Senti vontade de dar um soco na sua cara mas eu não consigo machucar um homem tão maravilhoso. Depois que olhei todos os cômodos eu finalmente disse - está limpo - suspirei colocando a arma na cômoda. Olhei para Marcos e ele me olhava com a mão pressionando o braço ferido. Eu estava tão aliviada que o beijei como se não o visse a anos. Ele deixou seu ferimento para lá e pôs as mão não minha bunda - não, Marcos - eu disse apesar de querer muito - deixa eu ver como está seu braço - eu puxei seu terno que já estava rasgado para olhar - um ponto arrebentou - ele me olhou pressionando seus lábios formando uma linha fina - vou ter que costurar.

- Isso vai ser uma dor desgraçada - ele me olhou receoso

- Não temos muitas opções - eu ainda buscava o olhar doce daquele homem dos olhos cor de mel e cabelos negros penteados para trás mas tudo que eu via era um olhar pesado e obscuro - por favor, Marcos. Não deixe que o homem maravilhoso que você é se perca por causa dessa situação.

A Garota Secreta: Medo AbsolutoOnde histórias criam vida. Descubra agora