Caos

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Pietra Stone
Manhattan, NY
18 de Março de 1995
23:51

 Escuto um barulho de tiro, saio do carro em um pulo. Corro em direção a casa. Eu não acredito que esse filho da mãe esta confraternizando com o inimigo. Eu não confio em Suge Knight e eu já disse pra ele um milhão de vezes. E quando foi que ele foi preso? Como não fiquei sabendo? Por que ninguém me contou? Michael não saber eu entendo porque ele não vê jornal ou qualquer coisa envolvendo fofoca mas, os demais? E Petra? Por que ela esta indo embora? Por que ela mesma não o tirou de lá?

 Por que eu tenho a impressão de que Tupac esta afastando as pessoas que o amam? Abro a porta e entro com tudo. Tupac e Suge Knight estão fumando sentado no sofá e cada esta com uma enorme arma na mão. Ando em direção a Pac, tiro o cigarro de sua boca e o jogo no chão. Suge Knight me olha com os olhos arregalados e logo após olha para Tupac que se levanta e me encara sério

– Mas que merda foi que você fez? - berro com ele que coloca as duas mãos na cintura e me encara, frio

– Você não tem o direito de gritar comigo na minha casa, você me deu as costas! - ele diz entre dentes – Você não tem direito nenhum de me cobrar ou brigar comigo, você não é ninguém! Quando eu precisei você não estava lá! Mas, quando você precisa eu sempre estou!

– Mas que filho da mãe. Você realmente quer falar disso? Quer realmente falar sobre ficar ao lado? Ótimo! Vamos lá! Onde você estava quando quase me mataram na frente da minha casa? Onde você estava quando me mandaram partes de corpos humanos? Onde você estava? Eu sei onde você estava. Dentro de um estúdio gravando seu ódio pela policia. enquanto tudo isso acontecia comigo você estava em sua própria guerra e me envolvendo no meio. Você acha que se eu não fosse sua amiga eu estaria tão na merda assim? ACHA? - digo firme para ele e vou até a porta. Paro e olho para ele por uma última vez – Suge Knight vai cobrar, e vai cobrar caro pela ajudinha que te deu! Eu te avisei sobre ele. Eu avisei! - saio da casa em passos rápidos

 Corro para o carro e o motorista acelera. Séria olho apenas para frente. Sentindo que eu preciso de calor humano Michael me abraça. Eu não acredito que isso esta acontecendo. Como isso foi acontecer? Por que Petra foi embora? Eu preciso de respostas, preciso de respostas já.

Mansão Pritchett
19 de Março de 1995
10:13

 Não consegui dormir nada, bem, mas pelo menos Michael conseguiu. Ele esta saindo do carro comigo nesse momento. Estamos prestes a entrar na casa da minha mãe, pra mim é um desafio e tanto porque não piso aqui há anos. Meu pai me odeia por eu ter ido por outros caminhos. Ele queria que eu fosse advogada ou algo ligado a direito porém, isso não é pra mim. eu sou diretora, escritora e atriz, não nasci pra advogar

 Parada perto da enorme fonte, olho para a casa. Me lembro de muitas vezes correr de lá pra cá. Eu amava esse lugar. O mais difícil de ir embora foi que eu sabia que eu iria embora para sempre. Michael se posiciona ao meu lado e segura minha mão. Entrelaça nossos dedos e sorri para mim

– Vamos lá, você vai conseguir! - diz baixinhos para mim e me guia até as escadarias da casa. Subimos as escadas devagar, consigo ouvir minha mãe cantando daqui. ela sempre é tão feliz. Entramos na casa, ela esta colocando novas flores nos vasos. Ela esta usando um vestido floral e seus cabelos estão em um rabo de cavalo. Seu olhar doce e gentil se direciona até nós. com um sorriso lindo anda em nossa direção

– Meus pequenos, que saudade! - diz carinhosamente enquanto puxa a mim e Michael para um abraço caloroso. Nem o sol lá fora é tão quentinho quanto o abraço dela

– Mamãe, eu preciso falar com você sobre Petra! - digo enquanto me afasto de seu abraço – Ela esta aqui? - ela e Patrice sempre se refugiam aqui, é o porto seguro delas

– Ela esta no quarto dela meu amor, se vai atrás dela vai logo! Eu vou preparar algo pra você comer! - ela diz segurando a mão de Michael e o levando em direção a cozinha. Olho para a enorme escada de corrimão de ouro. Vou em direção a ela e subo rápido. Eu tive sorte de não ter encontrado meu pai por aqui. Sem dúvida deve estar na Epic Records, graças a Deus

 Vou até o quarto de Petra, bato na porta duas vezes. Escuto passos. A porta se abre. Ela esta, abatida. Seus olhos estão vermelhos e ela parecia estar chorando. Ela abre mais a porta para que eu entre. Entro. Ando até o pé da cama com dossel e me sento. Ela para em minha frente e fica ali, me encarando

– Petra, você ama Tupac? - pergunto a ela que acena positivamente – Então, por que foi embora? - indago, ela estreita os olhos e balança a cabeça de um lado a outro

– Eu fui embora porque ele aceitou a ajuda de Suge, mas, quanto a mim? Ele gritou e berrou que não queria o meu dinheiro sujo! que branco não servia pra nada e um monte de coisa - ela cruza os braços e volta a me olhar de modo implacável

– Petra, ele estava chateado. Ele é assim, ele explode mas, depois se arrepende. Ele te ama muito, eu vi nos olhos dele o quão assustado ele esta. As coisas estão se complicando pra ele P e você sabe disso - sussurro para ela que morde a boca

– Eu não ligo de ele ter gritado comigo, só não gostei de ele ter aceitado a ajuda daquele bandido - diz firme, é eu também estou chateada por isso. Pelo menos eu não estou fazendo uma tempestade em copo d'água. Ela também pensa o mesmo que eu

– Volta pra casa por favor, ele não vai durar nada sem você por perto. Eu só fiquei em paz porque eu sabia que você estava com ele, Petra, por favor, volta pra casa! - ela respira fundo e olha para o outro lado – P - sussurro para que ela olhe para mim – Eu vou me casar - digo baixinho a ela que me olha imediatamente, mostro minha mão esquerda para ela – Eu não posso cuidar de Pac agora, não posso - ela olha para o chão e logo após para mim

– Tudo bem, mas, se acontecer de ele gritar comigo mais uma vez. Eu juro Pietra, eu vou embora e vai ser bem complicado me encontrar - me levanto e corro para ela. A abraço. Graças a Deus. Eu não quero que ele fique sozinho, a única pessoa capaz de fazer Pac feliz esta na minha frente e ela é adorável quando quer. Só espero que quando ela voltar que ela consiga colocar ordem na bagunça.

Rancho Neverland, Los Olivos
29 de Novembro de 1995
12:53

 Tudo esta pronto e o casamento é daqui dois meses. Vamos nos casar em Fevereiro do ano que vem e logo após vamos viajar em lua de mel. Eu quero ficar em um hotel em Veneza, bem perto da água. Tão perto que eu posso pular na água da janela. Vamos nos hospedar no Hotel Al Vagon, nosso quarto vai ser bem pertinho da água e bem longe da gritaria. Quando precisarmos sair vamos usar um helicóptero, nada vai estragar minha lua de mel, nada!

 Sentada em baixo de uma arvore observo Michael correr de lá pra cá com as crianças da instituição Pritchett. De longe vejo uma loira, ela é alta e seus cabelos são quase brancos. Ela se aproxima de Michael e simplesmente o agarra. Me levanto para ver melhor, isso é inacreditável. Coloco as duas mãos na cintura e os observo se atracarem. Michael a empurra com força e olha imediatamente na minha direção. Ah Michael, acho bom ter uma boa desculpa.

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