Cicatrizes

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Pietra Pritchett
Mansão Pritchett, Encino
7 de setembro de 1970, 12:53

   — NÃO! IMPOSSÍVEL! — exclamo enquanto Jessica lança um travesseiro com toda a sua força em minha direção. Rapidamente, pego o travesseiro do chão e revido. E assim, uma intensa batalha de travesseiros se inicia.

   Os travesseiros voam pelo ar, criando uma chuva de penas. Nós duas nos esquivamos e atacamos, nossos gritos de guerra ecoando pela mansão. A sala de estar se transforma em um campo de batalha, com travesseiros como munição e o sofá como trincheira.

   — Renda-se, Pietra! — Jessica grita, lançando outro travesseiro em minha direção. Eu desvio, rindo.

   — Nunca! — respondo, atirando um travesseiro nela. Jessica se esquiva, mas tropeça em um travesseiro no chão e cai no sofá, rindo.

   Aproveito a oportunidade para atacar, jogando travesseiros nela. Jessica se protege, ainda rindo, e logo estamos ambas ofegantes e cobertas de penas.

   — Ok, ok, eu me rendo! — Jessica diz finalmente, levantando as mãos em sinal de rendição. Eu rio, deixando cair o travesseiro que estava prestes a atirar.

   — Vitória! — exclamo, levantando os braços. Jessica ri, jogando um travesseiro em mim. Eu caio no sofá, rindo. E assim, nossa guerra de travesseiros chega ao fim, deixando para trás uma sala de estar bagunçada e duas garotas rindo. Foi uma batalha épica.

   — Pi — Jess me chama. Olho para ela que se aproxima, ela me estende seu dedinho mínimo — Promete que nunca vamos deixar nada nos separar? — arqueio uma das sobrancelhas para ela.

   — Até parece que isso vai acontecer algum dia — digo entre risos, mas ela continua séria. Respiro fundo e entrelaço nossos dedinhos — Eu prometo.

   Com nossos dedinhos entrelaçados, um pacto é selado. Um pacto de amizade, de lealdade, de nunca deixar nada nos separar. E enquanto a risada de Jessica ecoa pela sala de estar bagunçada, eu sei que esse é um pacto que vamos manter. Porque no final do dia, depois de todas as batalhas de travesseiros e risadas, é isso que realmente importa, a promessa de nunca deixar nada nos separar. E eu sei, no fundo do meu coração, que é uma promessa que vamos cumprir.

Mansão Pimentel, Manhattan
12 de julho de 1975, 21:32

   — O Studio está te dando dores de cabeça? — Jéssica indaga, enquanto seus dedos percorrem meus cabelos. Estou deitada em seu colo, lutando contra as lágrimas.

   — Tudo está complicado. Na verdade, complicado é suavizar a situação. Está insustentável! Nunca vou conseguir ter uma grande produtora, isso é tudo um sonho louco! — esfrego o rosto com as mãos — Eu deveria voltar para casa, pedir desculpas ao meu pai e assumir a direção da Sony como ele e o pai dele desejam — choramingo.

   — Pi, você é mais resiliente do que imagina. Você tem o talento e a determinação para fazer isso acontecer. Não deixe o medo te paralisar. Lembre-se, todos nós enfrentamos obstáculos, mas é a maneira como lidamos com eles que nos define. Não desista dos seus sonhos tão facilmente — suas palavras me confortam, e eu me sinto um pouco mais aliviada. Talvez eu esteja apenas passando por uma fase difícil. Talvez eu só precise continuar lutando. Com essa nova determinação, eu me levanto, enxugo as lágrimas e sorrio para Jéssica.

   — Obrigada, Jess. Eu realmente precisava ouvir isso. Vou continuar lutando. Vou fazer o Studio dar certo, não importa o que aconteça — faço um biquinho para ela que abre aquele enorme e lindo sorriso.

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