À Sombra do Caos

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Aviso: Este capítulo pode conter temas e situações que podem não ser adequados para todos os leitores. Isso pode incluir, mas não se limita a, situações de tensão, suspense e conflito. Por favor, não hesite em deixar a leitura caso não goste do conteúdo ou se sentir desconfortável de alguma forma. Respeite seus limites.

Pietra Stone-Jackson
Studio Stone, Manhattan
3 de maio de 1996, 17:29

 A melhor parte de se ter uma produtora e distribuidora de filmes é que você tem muitas pessoas para fazer o trabalho chato por você. A parte ruim é você ser extremamente desconfiada e fazer questão de revisar tudo, linha por linha. Palavra por palavra de todo tipo de documento. Assim que voltei da minha lua de mel, fiz questão de voltar ao meu escritório e revisar tudo sobre tudo. Gosto de ter tudo sob controle e só a possibilidade de algo fora de controle me apavora.

 Olho para a janela que vai do chão ao teto e suspiro profundamente. A paz parece morar aqui no meu escritório. Michael me chamou para ir com ele gravar seu curta, mas eu gosto de passar um tempo na minha própria companhia e essa vida de sair viajando o tempo todo não é para mim. Hoje mesmo, eu nem sei onde esse homem está e também não me preocupo. Ele é grandinho e sabe se cuidar, sem contar que eu não sou a mãe dele.

 Pego meu copo de suco de maçã e o esvazio. O telefone sem fio na minha mesa começa a tocar, interrompendo meu momento de tranquilidade. Com um suspiro, coloco o copo vazio de lado e atendo.

 — Pietra? — a voz feminina pergunta, hesitante.

 — Sim, sou eu. Quem está falando? — respondo, confusa.

 — É a LaToya... LaToya Jackson — a voz responde, um pouco mais firme agora — surpresa me encosto em minha cadeira. Nunca tive contato com LaToya antes, mas conheço o nome. Afinal, quem não conhece a família Jackson?

 — LaToya? O que posso fazer por você? — pergunto, tentando esconder minha surpresa.

 — Eu... Eu preciso de ajuda, Pietra — LaToya diz, sua voz tremendo um pouco.

 — Ajuda? Como assim? — me levanto da minha mesa e ainda ao telefone vou até a porta do meu escritório, abro — Chame Tupac para mim, por favor! — digo a uma moça que estava passando pelo corredor e volto ao telefone.

 — Eu... Eu só preciso que você venha me buscar. Por favor — LaToya implora, sua voz quase um sussurro.

 — Estou indo aí. Onde você está exatamente? — pergunto rapidamente enquanto chamo Tupac para se preparar.

 — No hotel Heritage, quarto 3125. Por favor, seja rápida — LaToya responde, e a urgência em sua voz me deixa um pouco preocupada.

 — Estou indo LaToya! — digo firmemente. Ela desliga o telefone e eu começo a procurar as chaves do meu carro.

 — Me chamou? — Pac pergunta entrando na sala.

 — Preciso de uma arma, me empresta aquela do seu carro? — digo enquanto me agacho para pegar minha chave que simplesmente estava no chão perto da minha mesa.

 — Tá — ele fala despreocupadamente e sai da sala. Com apenas a chave em minha mão, corro atrás dele e o acompanho até o estacionamento. Vamos até o carro dele e ele me entrega sua arma — Ta carregada, não descarrega porque preciso dela com umas duas bala!

 — Acho que só vou precisar de uma bala de todo jeito mesmo! — balbucio enquanto pego a arma da mão dele — Te vejo mais tarde!

 — Até mais tarde — ele fecha a porta do carro dele. Caminho até o meu carro — Pita, você vai onde mesmo? — pergunta antes de eu abrir a porta do meu carro — Não importa, eu vou com você — ele com seu andar cheio de marra se aproxima e estica a mão me pedindo a chave, ele já notou que estou um pouco nervosa.

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