We have each other - Gabriel Barbosa (Gabigol)

O Leaozinho

Começo a olhar umas fotos que o Gabriel tinha me mostrado quando fomos a Santos. Nelas, o cabelo dele solto com os poucos cachinhos era a coisa mais linda do mundo. Sim, meu marido alisa o cabelo quando não está raspado, por que jogador tem essa mania de estragar o cabelo?
Bem que nosso filho poderia puxar esse cabelo, né? Eu iria amar cuidar de uma juba cacheadinha
  Então, me lembro de uma música do Caetano: O Leaozinho.
Coloco na caixinha enquanto continuo tomando meu chá. Naquele momento, me vem uma ideia de nome à cabeça
Decido esperar meu amor chegar para ver a opinião dele
  - Cheguei - ele fala da sala e eu ouço
  - To no jardim - respondo
  Ele me abraça por trás
  - Como vocês estão, minhas vidas?
  - Pensando... tenho uma sugestão de nome
  - Qual?
  - Ouve
Coloco a música do Caetano para ele ouvir
  - É bonita, mas o que tem a ver?
  - Leonard. Leon. Léo... enfim, nosso leaozinho. O que acha
  - É fofo, mas por que não o comum, tipo, Leonardo?
  - Pra ficar diferente. Leonard é mais difícil de ter na escola, mas todo mundo sabe falar. Além disso, fica bonito em outras línguas também, caso você queira jogar fora do país
  - Gostei, amor. Pode ser então.
  - Nosso Leon - sorrio e passo a mão na barriga
  - Vim me arrumar pro jogo. Você vai?
  - Claro - vou até o closet
"Roubo" uma blusa larga do meu namorado e coloco uma leggings. Já está começando a ficar difícil esconder...
Depois de mais uma vitória, chegamos em casa já bem tarde, tomamos banho e ele dorme. Eu fico vendo BBB.
  - Narração dele -
Umas duas da manhã, acordo rápido com a Fernanda chorando baixinho. Morro de medo em pensar que ela está com dor ou algo com nosso filho
  - O que foi? - levanto
  - O Babu - ela chora
  Ah, não... Babu, eu te adoro, cara, mas fazer minha mulher me acordar chorando é demais. Respiro fundo e volto a deitar
  - O que tem o Babu, vida? - faço carinho nela
  - Tão excluindo ele... bando de racista desgraçado - ela continua - Gabriel, faz ele ganhar
  - Vou ajudar, amor, claro que vou... mas para de chorar, tá? - dou um abraço nela
  - Eu não consigo parar - ela ri - esses hormônios estão me deixando doida
  - Tá bom... então chora, to aqui pra ouvir
  - Desculpa por te acordar
  - Não tem problema, você só me assustou - rio um pouquinho - tenta dormir, vai
Ela desliga o celular e deita no meu braço, dormindo em seguida.
Na manhã seguinte, ela está bem agarradinha em mim, dormindo feito uma princesa. Passo a mão devagar na barriga dela, mas ela nem se mexe. Eu preciso ir ao treino, só que não quero perder isso
Me rendo e relaxo um pouco até ela acordar. Posso muito bem tomar café no Flamengo.
  Ela abre os olhos e percebe minha mão em sua barriga
  - Bom dia, amor - falo e dou um beijo na bochecha dela
  - Bom dia - ela sorri - tudo bem?
  - Uhum, e você?
  - Com fome e com sono - rio
  - Vai para empresa hoje?
  - Preciso ir - ela levanta - vai tomar banho ou eu tomo? Que horas são?
  - Eu tomo com você. Tá na hora, relaxa - levanto também
Tomamos nosso banho e, enquanto me arrumo, percebo que ela está só de calcinha e sutiã se olhando no closet
  - Ele tá crescendo - ela fala enquanto passa a mão em seu quadril e na sua barriga
  - Tá feliz?
  - Demais, mas to me sentindo... diferente, sabe? Tipo, eu me preocupo com ele acima de tudo, mas tenho pensado no meu corpo também e aí eu me sinto egoísta. A gente pode conversar melhor depois, né? Não quero que você se atrase
  - Tá tudo bem - sento na cama, pego os cremes dela e ela senta na minha coxa
Enquanto o passo o creme com cuidado na barriga dela, continuo falando:
  - Eu to te achando linda grávida, sério, e daqui pra frente acho que vou achar ainda mais, pois você está gerando o meu maior sonho. Só que tá tudo bem você se preocupar com você, é normal e bom. Você precisa estar bem para ele e não deve se colocar em segundo plano
  - Eu to com medo, mais irritada, chorona...
  - E não tá sozinha, a gente fez esse bebê juntos e vai ficar juntos até o fim. Tá tudo bem - a encho de beijos
  - Obrigada, vida - ela sorri - Me empresta uma camiseta? Pode até ser uma mais jogada, ainda que não queira trabalhar jogada, mas minhas roupas estão apertando e eu ainda não quero anunciar na empresa
   - Pode pegar, mas você não quer comprar roupas?
   - Depois de anunciar pra todo mundo. Até agora tá dando pra segurar e não chamar atenção
   - Narração dela -
Descemos, eu pego minha salada de frutas de café da manhã, meu lanche, meu almoço, meu lanche da tarde... Leon já dá trabalho antes mesmo de nascer.
Meu marido me deixa na empresa e parte para o treino.
Sento na mesa e começo a trabalhar.
No meio da manhã, enquanto tomo meu iogurte, não consigo resolver uma conta para um projeto. Eu simplesmente... esqueci. Eu não conseguia me concentrar