- Narração dele -
Numa tarde de sexta, passo no CT do Flamengo com meus filhos. Aquela história, aquela magia... ser parte disso é uma honra sem tamanho.
Para cada parede, cada troféu e cada medalha, consigo explicar um pouco da história para eles. Espero que sejam tão rubro-negros quanto eu e a mãe.
Lembro também de tudo que vivi nesse lugar mágico, meus melhores e piores momentos.
Thuler me vê lá e chega
- Parece até que é rubro-negro de berço - ele brinca
- Já sou carioca, pô - rio e dou um abraço nele
- Deixa eu testar: biscoito ou bolacha?
- Aí já tá forçando muito - gargalho
- Leon, diz pro tio, você pede biscoito ou bolacha pro lanche? - Thuler pergunta
Contrariando às expectativas, Leon não se assusta com o Thuler e até gosta dele. Desde que o zagueiro foi pai, mudou muito. Certeza que eu também.
- Se for pro papai, bolacha. Se for pra mamãe, biscoito - ele ri
O sotaque carioca dos meus filhos me encanta. Bixxxxcoito.
- Esse menino é um diplomata - meu amigo ri também
- Puxou para mãe dele, né? A rainha dos negócios
- E jogo bola que nem o papai - meu filho completa
- Cadê ela, por falar nisso? - Thuler questiona
- Vindo. Tava em reunião.
Continuamos explicando a história do Flamengo para Leon e Jolie, até que minha esposa me manda mensagem
"Ajuda? Acabei de estacionar, a barriga pesou"
"To indo"
Deixo o Thuler com as crianças e vou buscar meu amor. Realmente, a barriga estava grande. 37 semanas e gêmeos... foda.
- Ei, Thulão - ela abraça nosso amigo assim que o vê
- Oi, Feeh - ele sorri - cuidando bem do meu afilhado?
- Com certeza, bem seguro e protegido
- Não esquece que um é meu também - ouço a voz do Rodrigo seguida de sua risada
- Ainda bem que fizemos muito filhos para todo mundo poder ser padrinho de um - minha mulher ri
- A minha princesinha tá bem aqui - Gerson pega a Jolie no colo
Já que estávamos reunidos, aproveitamos para marcar uma pizza. Chamamos Marie, Vicky e Mylena para começar a curtir o fim de semana.
Assim que minha esposa demonstra cansaço, vamos para casa. Ela dorme trezentas vezes mais quando está carregando bebês: e eu acho isso fofo.
- Narração dela -
Numa tarde linda, estamos com nossos filhos observando aquela vista magnífica da sala de casa. Eu sou tão grata...
- Você me traz paz - dou um beijo no meu marido
- Queria sempre estar assim: despreocupado e descansado com você - ele passa a mão na minha barriga
- Ah, hoje eu nem ligo tanto para estresse - falo
- Como cê faz?
- Teu sorriso me dá certeza que aqui é meu lugar - passo a mão no cabelo dele
- Meu sonho sempre foi ter uma paixão assim, sabia? No dia que eu te conheci... bem, você realizou
- Naquele dia eu soube que você era o amor da minha vida
Os hormônios da gravidez me deixam romântica e emotiva, mas tudo bem. Me permito ser vista demonstrando o amor que o mundo todo já sabia.
Nossos novos filhos chegam ao mundo poucos dias depois.
O menino, maiorzinho e com o sorriso do Gabriel que todos, felizmente, puxaram, chama-se Lucas. A menina, que também tem o sorriso mais lindo do mundo, só que a primeira coisa que reparo é que ela tem o meu nariz. Nossa Luiza.
Dessa vez, não quebro minha própria licença, então consigo ver uma das cenas mais lindas do mundo assim que saio do banho: Gabriel cantando baixinho "Dezembro de 81" para os bebês. Nem eu acreditava que ele realmente faria isso com nossos filhos...
Leon via tudo atento, ele sabia a música. Jolie também.
- E agora seu povo... - canto também baixinho - pede o mundo de novo...
A vida de mulher, de mãe e de empresária não é das mais fáceis. A vida do Gabriel como marido, pai e ex-jogador - agora auxiliar técnico que trabalha junto com o Mister, homem que tanto ensinou para ele no futebol - também não.
Eu não sabia que aquela conversa para chamá-lo para ver o contrato me renderia quatro filhos e um casamento lindo. Eu não sabia que aquela foto na arquibancada seria a primeira de vários álbuns de fotos e vídeos que fizemos incluindo viagens, títulos, um pedido de casamento em rede nacional, gravidezes, fotos dos nossos filhos mamando, comendo pela primeira vez, primeiro dia de aula, a primeira palavra de cada um...
Embora sentisse, eu não sabia que aquele homem seria quem me acompanharia em todos os prêmios da carreira que ganhei.
A vida pode sim ser difícil - especialmente tendo que conciliar um bando de coisa - mas tá tudo bem, afinal, nós temos um ao outro.Fim
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We have each other - Gabriel Barbosa (Gabigol)
FanfictionUma estudante de engenharia é filha de um empresário importante. Após voltar de um intercâmbio, se apaixona por um grande jogador do seu time do coração. Juntos, eles veem que conquistar sonhos é difícil. Ainda assim, está tudo bem, pois eles têm um...