Prólogo

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Me chamo Jonathan Martins e moro em Los Angeles. Tenho dezenove anos de idade e meus pais moram em Nova York. São eles, Chuck, dono da maior produtora de filmes eróticos do país, e Maury Martins, escritor de livros infanto-juvenis.

Eles não são meus pais biológicos, mas mesmo assim eu os considero como meus pais. O meu pai Chuck foi quem escolheu meu nome. Desde que eu era bebê, meus pais me mimaram bastante, mas eu não sou um cara mimado. Hoje eu estou com dezenove anos de idade e moro em Los Angeles com meu melhor amigo, Pedro Henrique. Nós dois estamos fazendo faculdade de artes cênicas e foi difícil ter que se mudar para o oeste do país para estudar faculdade, já que a Julliard não tem um departamento de musicais, o que eu amo fazer.

Meus pais me incentivaram e eu vim para Los Angeles aos quinze anos, pois iria morar na casa de praia dos meus pais, que ficava em Malibu.

Conheci o Pedro no primeiro dia de aulas e ele foi o primeiro amigo que eu fiz aqui em Los Angeles. Como a casa de praia dos meus pais era enorme, chamei o Pedro para morar comigo. Claro que ele topou, mas disse que ia ajudar nas despesas de casa.

Hoje é o dia do meu aniversário e resolvi ligar para meu pai Maury para lhe desejar feliz aniversário, pois também era aniversário dele.

— Pai? —  perguntei, assim que liguei meu Skype e vi a imagem dele na tela.

— Oi, filho. Feliz aniversário, que Deus lhe abençoe e lhe dê muita saúde e muitos anos de vida — disse e eu senti um aperto no coração por não poder abraçá-lo.

— Pra você também, pai. Feliz aniversário — respondi, tentando controlar minhas lágrimas.

-Jonathan, por que você tá chorando? - ele me perguntou.

— Pai, eu estou com saudades de vocês — respondi e ele me contou algo que me deixou ainda mais triste.

— Filho, seu pai Chuck está doente. Eu gostaria que você viesse passar alguns dias aqui conosco —  assim que ele me contou isso eu chorei, pois era muito apegado ao meu pai.

— O que que o papai tem?

— Seu pai está com câncer, querido —  respondeu e meu mundo desabou.

Meu pai Chuck está com câncer! E eu preciso largar tudo aqui em Los Angeles e partir para Nova York para ficar do lado dele.

— Você tem mesmo que ir? — perguntou Pedro para mim, depois que eu disse que iria para Nova York.

— Sim, Pedro. Meu pai Chuck está doente e eu tenho que ficar do lado dele. Você pode ficar tomando conta da casa pra mim enquanto eu estiver fora? — perguntei.

— Posso, claro. Irei sentir sua falta nas aulas de música — respondeu, me dando um abraço de despedida.

— Eu vou ficar por uns tempos com meus pais, mas vou voltar, okay?

— Okay — respondeu, os olhos verdes cheios de lágrimas.

[...]

Horas mais tarde, pego o avião para Nova York após arrumar minhas coisas e comprar minha passagem.

O vôo foi tranquilo e não aconteceu nada de mais. Quando chegamos a Nova York, ligo para meu pai Maury e peço para ele vir me buscar.

— Espera só um pouco, Jonathan. Tenho que deixar seu pai na casa dos seus tios Joanna e Nathalio antes — ele respondeu e eu fiquei bastante feliz em saber que eles ainda moravam no mesmo prédio, o que significava que eu poderia ver meus primos.

— Está bem, pai. Vou ao shopping fazer um lanche e te encontro na praça de alimentação, okay? — falei a ele.

— Okay — assentiu e desligou.

Peguei minhas bagagens e fui para o shopping do Aeroporto Internacional de Nova York. O shopping estava vazio, mas ainda havia algumas pessoas que trabalhavam até a meia-noite. (O vôo da Califórnia até Nova York durou mais de cinco horas, e eu havia saído de Los Angeles às cinco horas da tarde).

— Você poderia me informar as horas? —  perguntou um homem de terno para mim.

— Dez horas da noite — respondi, olhando em meu relógio do Darth Vader. Sei que pode parecer infantil, mas eu sou fã da saga Star Wars.

— Obrigado — agradeceu e foi embora.

Continuei caminhando em direção à uma lanchonete quando vejo um rapaz loiro acompanhado por ninguém menos que o tio Daniel, irmão do meu pai, Maury.

— Jonathan! O que está fazendo aqui em Nova York? — perguntou o tio Daniel, ao me ver. Por ele ter feito a pergunta, percebo que ele ainda não sabe que meu pai Chuck está com câncer.

— Eu vim visitar meus pais, tio Daniel. E quem é esse garoto com você? — perguntei, depois de responder a pergunta dele.

— Esse aqui é o Gabriel, meu filho. Não tá lembrado dele? —  perguntou e eu me lembrei vagamente de ter conhecido o filho dele e do tio Jeremy, quando éramos crianças. Mas depois o tio Jeremy decidiu passar alguns anos no Brasil e eu me esqueci completamente do garoto.

— Agora que você falou estou me lembrando. Foi quando vocês se mudaram para o Brasil que eu perdi o contato com vocês — respondi e estendi a mão para cumprimentar o meu primo.

— Jonathan? Jonathan Martins? Filho do Maury Martins? — perguntou Gabriel, olhando para mim.

— Ele mesmo, Gabe. Aperte a mão dele, filho. — disse tio Dan, sorrindo para nós.

Nesse momento, meu celular toca e eu atendo ao ver que é uma ligação do meu pai.

— Jonathan, meu filho, não poderei te buscar. Seu pai piorou e eu tive que ficar cuidando dele. Tem como você pegar um táxi? —  perguntou.

— Eu acho que vou pegar uma carona com o tio Daniel e o Gabriel, pai — respondi, olhando para meu tio e meu primo.

— Daniel? O Daniel tá aí?

— Sim, pai. Quer falar com ele?

— Sim, por favor — ele respondeu e eu entreguei o meu celular para meu tio.

Depois de alguns minutos, tio Dan se despede do meu pai e vamos para casa dele após eu comprar um lanche para viagem.

— Seu pai me contou que você foi estudar música em Los Angeles. Mas porque você voltou ele não quis explicar, pode me contar? — perguntou meu tio, enquanto dirigia o carro.

— Meu pai Chuck está com câncer, tio Daniel. Por isso que eu voltei para casa — foi o que eu respondi, o deixando chocado.

E Se Eu Te Amar? (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora