E Se Eu Te Amar? (Romance Gay)

Capítulo 3

As semanas seguintes foram tensas, pois meu pai, Maury, estava viajando à trabalho e eu fiquei cuidado do meu pai, Chuck.

— Eu odeio quando o seu pai tem que viajar à trabalho — disse meu pai, enquanto estávamos assistindo ao filme High School Musical 2.

— Pai, é o trabalho dele. Como você acha que ele se sentiria se fosse o contrário? — perguntei, olhando nos olhos castanhos dele.

— Tem razão, Jonathan. Isso é coisa da minha cabeça — assentiu e novamente fiquei bastante desconfiado.

— Pai, o papai Maury não vai te trair, está bem? — falei, pegando no braço dele.

— Está bem, Jonathan. É que eu nunca fiquei tanto tempo sem seu pai e agora que esse dia chegou, eu estou com ciúmes. Não que eu não sinta ciúmes do seu pai, longe disso. Eu sempre vou sentir ciúmes do Maury, pois eu o amo desde a primeira vez que nos conhecemos — explicou, os olhos castanhos se enchendo de lágrimas.

Meu iPhone começa a apitar e vejo que é uma chamada de vídeo do meu outro pai, Maury.

Atendo e ele diz:

— Jonathan, posso falar com seu pai? É que eu deixei meu celular no Hotel e aqui no meu iPhone só tem o seu número.

— Está tudo bem, Maury? — papai Chuck pergunta, pegando meu iPhone na mão e olhando para a tela dele.

— Está tudo bem, sim, Chuck. Mas acho que vou ter que ficar mais uns dias para divulgar o filme Falling Bad, baseado no meu livro — papai Maury explicou, os olhos verdes brilhando sob à luz da lua.

— Mas, Maury, você combinou que íamos jantar no Qznos, onde nós conhecemos, lembra? — papai Chuck disse, preocupado.

— Eu sei o que eu combinei, Chuck. E vou te recompensar com uma coisa que mais ninguém pode te dar — explicou Maury, sorrindo maliciosamente para meu pai. — Preciso ir, mais tarde eu ligo.

Nesse momento, escutamos uma batida na porta e eu vou atender.

— Tio Nathalio?  Aconteceu alguma coisa? — perguntei para meu tio.

— Seu pai está em casa? — perguntou, entrando sem esperar pela resposta.
— O que eu vou contar para o Chuck é urgente — respondeu, indo na direção do quarto dos meus pais.

— Nathalio?

— Chuck, liga a televisão no canal sete — disse tio Nathalio para meu pai.

Meu pai liga a televisão e coloca no canal indicado e fica chocado ao ver meu pai, Maury, aos beijos com a tia Joanna em uma premiação em Paris. Meu iPhone toca e eu vejo que é uma ligação do Maury.

— Pai? Pode me explicar porque você estava beijando a tia Joanna? — perguntei, triste.

— É sobre isso que eu quero falar com o seu pai, Jonathan. Aquele foi um beijo técnico, não era real — ele se explicou e meu pai Chuck se acalmou.

— Maury, me perdoe por querer te pedir o divórcio. Eu não sei o que seria de mim sem você aqui ao meu lado — disse papai Chuck, secando as lágrimas.

— Tudo bem, Chuck. Eu nunca te trairia com outro homem ou com uma mulher. Eu só tenho olhos para você — disse Maury, olhando para meu pai.

— Pai, mas porque esse beijo foi necessário? — perguntei para ele, que respondeu rapidamente.

— Eu e a Joanna nos beijamos para protagonizar a cena do beijo dos personagens de Falling Bad, Mauro e Gabrielle. Nathalio, sei que foi você quem mostrou o vídeo para o Chuck e eu te perdoo por isso também. Além de tudo, você é meu irmão e eu te amo muito — ao ouvir isso, tio Nathalio se aproximou e sorriu para ele.

— Meu desculpe, Maury. Mas eu precisava confirmar se era verdade o que eu estava vendo — falou tio Nathalio para Maury.

— Eu entendo. Mas eu e a Joanna só somos apenas amigos — papai explicou e se despediu de nós. — Bom, agora eu vou ter que dar autógrafos para os leitores. Tchau, amor, Jonathan e Nathalio.

— Tchau, Maury — disseram tio Nathalio e papai Chuck ao mesmo tempo.

— Pai, posso falar com você em particular? — perguntei, pegando meu iPhone.

— Bom, eu já vou indo, tenham uma boa noite — tio Nathalio se despediu e eu fechei a porta depois que ele foi embora.

— Boa noite, tio — retribuí e voltei para conversar com Maury.

— Bom, Jonathan, seja breve — disse meu pai, quando eu voltei para o meu quarto.

— Pai, você sabe que pode confiar em mim. Me responda, você já traiu o papai  Chuck? —  perguntei, depois que tranquei a porta do meu quarto.