Por Jonathan
Meses depois do acidente, Gabriel estava de volta e se recuperando bem ao lado dos pais, tio Jeremy e tio Daniel. Meus pais fizeram uma viagem ao Brasil para visitarem meu primo Alex, que iria se casar dentro de um ano. Eu não o conhecia, pois não era muito de viajar para fora dos Estados Unidos, o que poderia parecer estranho, mas tinha um motivo: eu não suporto vôos longos, por isso só viajo para Los Angeles mesmo. Atualmente, estou na casa de meus pais, que voltaram de viagem depois de dois meses no Brasil.
— A lei do forte
Essa é a nossa lei e a alegria do mundo
Faz o que tu queres, há de ser tudo da lei
Fazes isso e nenhum outro dirá não
Pois não existe Deus senão o homem
Todo o homem tem o direito de viver a não ser pela sua própria lei
Da maneira que ele quer viver
De trabalhar como quiser e quando quiser
De brincar como quiser
Todo homem tem direito de descansar como quiser
De morrer como quiser
O homem tem direito de amar como ele quiser
De beber o que ele quiser
De viver aonde quiser
De mover-se pela face do planeta livremente sem passaportes
Porque o planeta é dele, o planeta é nosso
O homem tem direito de pensar o que ele quiser, de escrever o que ele quiser
De desenhar, de pintar, de cantar, de compor o que ele quiser
Todo homem tem o direito de vestir-se da maneira que ele quiser
O homem tem o direito de amar como ele quiser, tomai vossa sede de amor, como quiseres e com quem quiseres
Há de ser tudo da lei
E o homem tem direito de matar todos aqueles que contrariarem a esses direitos
O amor é a lei, mas amor sob vontade
Os escravos servirão
Viva a sociedade alternativa — li esse trecho de uma música do Raul Seixas e fiquei pensando nas coisas que os homens podem fazer e as mulheres não. Foi aí que eu me lembrei de uma cena da novela Tieta, da Rede Globo, que eu assisti em DVD aqui em casa, na qual o Modesto Pires trata a Carol, sua teúda e manteúda (amante), como se ela devesse obediência á ele. Aquela cena me deixou chocado, pois naquela época os homens tratavam as mulheres como meras coisas.— Estudando, filho? — ouvi meu pai Maury me perguntar.
— Não, pai. Só estou vendo como a sociedade era antigamente — respondi, mostrando a letra da música pra ele.
— Ah, sim. Meu filho, você me deixa orgulhoso escutando Raul Seixas. Ele foi um grande cantor e compositor brasileiro. Pena ter morrido tão cedo — disse ele, me contando mais sobre o Raul Seixas.
— Ele era baiano, não é?
— Sim.
— Pai, eu quero ir ver o Gabriel — falei, subitamente.
— Meu filho, eu acho que seus tios querem ficar sozinhos com seu namorado — respondeu, me deixando decepcionado.
— Olha, pai, eu amo demais o Gabriel e não quero ficar muito tempo longe dele. Você não sabe o que eu passei quando o Pedro se declarou pra mim naquela maldita noite do acidente — expliquei, chateado.
— O Pedro fez o quê? — ouvi uma voz e, quando olhei, vi Gabriel e seu olhar era de decepção.
E agora? O que eu faço, meu Deus?
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E Se Eu Te Amar? (Romance Gay)
Roman d'amourJonathan é filho de Maury e Chuck Martins. Ele vive em Los Angeles, pois faz faculdade de teatro e música. Quando seu pai Chuck descobre estar com câncer, Jonathan precisa retornar para Nova York para ficar ao lado dos pais nesse momento. Gabriel Al...