Capítulo 2

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Após todos estarmos reunidos no apartamento dos meus pais, tio Daniel me ajudou a levar minhas malas para o meu antigo quarto.

— Está gostando de voltar? — perguntou, entrando no quarto comigo.

— É bom estar de volta. O único problema é o meu pai, tio. Eu não entendo como ele foi ficar viciado em bebidas alcoólicas. Quando eu era mais novo, quem bebia era Maury. O Chuck não era assim. O que aconteceu com ele? — perguntei, depois de responder a pergunta dele.

— Eu posso responder, Jonathan — disse Maury, entrando no meu quarto.  — Seu pai voltou a beber após a morte do seu avô, o Mathias. Ele entrou em depressão e eu não fazia ideia de como isso iria afetá-lo. Alguns meses depois, ele começou a sentir dores no pé da barriga e fomos ao médico e ele disse que seu pai estava com câncer no intestino grosso. Eu fiquei bastante chocado e com medo. Seu pai ficou mais ainda e tentou se matar, mas eu o impedi, pois ele não podia causar dor ao próprio filho. Então eu o convenci de que se suicidar não era a solução e sim, o tratamento. Desde então, ele resolveu fazer o tratamento para se curar — explicou, se sentando na minha cama.

— Pai, eu te amo — eu dei um abraço nele e chorei em seus braços.

— O que foi, Jonathan? — ele perguntou, olhando para mim.

— Eu te amo por você ser forte e cuidar do papai enquanto eu estive fora — respondi, enxugando as lágrimas.

— Vou deixar vocês a sós, com licença — disse tio Daniel, saindo do quarto.

— Pai, eu senti falta de seus abraços. Lá em Los Angeles é tudo muito barulhento e eu sabia que não pertencia àquele lugar — falei, depois que tio Dan fechou a porta.

— Você sabe que pode morar comigo e com seu pai quando quiser, Jonathan. Estamos aqui, sempre — ele disse, sorrindo para mim.

— Pai, quero que ouça essa música, pois eu me lembrava de você quando a escutava — eu disse, pegando meu celular e colocando a música The Phoenix, do Fall Out Boy para tocar.

— E aí? O que achou da letra? — perguntei, após o fim da música.

— Essa música é linda, Jonathan. Posso salvar ela no meu celular? — perguntou, sorrindo para mim.

— Pode, pai — respondi e rimos juntos. A música representa o que meu pai estava fazendo com o papai Chuck. Quando ele estava nas trevas, papai Maury o reerguia como uma fênix. Eu estava feliz por estar de volta ao meu lar.

Alguns dias depois, estava no meu quarto lendo um livro do Josué Macedo quando meu pai Chuck bateu na porta do meu quarto.

— Jonathan? Você está acordado?

Me levantei e abri a porta pra ele.

— O que houve? — perguntei, olhando para ele.

— Eu vou ao shopping, quer ir? — perguntou e eu sorrindo. Era a primeira vez que ele me chamava para ir ao shopping com ele.

— Quero, sim, pai — respondi, ao que ele me abraçou e me deu um beijo no rosto. — Pai, aconteceu alguma coisa?

— Não, Jonathan, não aconteceu nada — respondeu e eu fiquei desconfiado.

— Tudo bem, então. Eu só tenho que me trocar para podermos ir — assenti e ele me deixou sozinho.

Estava acontecendo alguma coisa com ele e eu iria descobrir o que era.

[...]

Eu e meu pai Chuck estamos no shopping e ele me comprou um livro do Rick Riordan, A Casa de Hades, da série Os Heróis do Olimpo.

E Se Eu Te Amar? (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora