Capítulo 4 - Segunda Temporada

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POV - Maury Martins

Já faz quase um mês desde que eu, Chuck e  Anderson fomos ao Brasil fazer a divulgação de meu livro mais recente: Tons Frios.  No começo, Chuck ficou com ciúmes do Anderson, mas logo resolvi isso e liguei para o Nathalio, pedindo para ele vir nos encontrar no Brasil. Ele topou, mas disse que iria passar uns dias com Jonathan, meu filho e do Chuck. Agora eu e o Anderson estamos no Aeroporto de Vitória esperando pelo Nathalio, meu irmão do meio, já que ele é filho do meu pai com outra mulher.

— Anderson,  eu vou ao banheiro fazer uma ligação pro Jonathan e já volto — falei, me levantando do banco onde estávamos sentados e indo ao banheiro fazer a ligação.

— Pode ir, Maury. Eu te espero aqui — respondeu ele, pegando um gibi da Turma da Mônica pra ler enquanto espera por Nathalio.

Fui ao banheiro o mais rápido que pude e liguei para Jonathan. Depois de alguns segundos ele atendeu.

— Pai? Tá tudo bem? — perguntou, seu tom de voz preocupado.

— Sim, meu filho está tudo bem. Aconteceu alguma coisa? — perguntei, me preocupando com ele.

— Nada, pai. Eu estou bem, o tio Kalberty está bem também — ele respondeu e eu abri um sorriso.

— Que bom, manda um abraço pra ele por mim — falei, sentindo algumas lágrimas escorrerem pelos meus olhos. É, eu estava com saudades do meu filho.

— Te amo, pai. Estou com saudades — respondeu, a voz um pouco embargada. Ele também estava chorando de saudades.

— Fica com Deus, meu filho e se cuida — me despedi dele e liguei para o Chuck, que havia ido na casa de nossos amigos, Marcelo e Rodrigo e percebo que ele está rouco.

— Amor, você está bem? Sua voz está rouca — falei, preocupado.

— Eu não quero te deixar preocupado com isso, Maury — ele respondeu e eu fiquei ainda mais preocupado.

— Chuck, sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe? Eu sou seu marido, e mereço saber o que está acontecendo com você — rebati, nervoso e triste. Depois de alguns minutos em silêncio, Chuck responde.

— Maury, meu câncer se agravou e eu tenho que voltar para Nova York para continuar o tratamento em casa — após ele dizer isso, me apoiei na pia do banheiro e lágrimas começaram a cair de meus olhos. — Maury? Você está aí?

— Estou — respondi, enxugando minhas lágrimas.

— Eu sabia que não podia te contar isso, Maury — ele disse, preocupado.

— Eu não consigo entender, Chuck. Estava tudo indo bem com sua saúde, meu amor. Como isso aconteceu?

— Eu sei que não devia, mas eu bebi um pouco na casa do Marcelo e do Rodrigo e acho que isso fez com que o câncer piorasse — respondeu e eu fiquei decepcionado. Como ele pôde fazer isso? Ele sabia que não podia mais beber e mesmo assim ele bebeu e agora precisa continuar o tratamento em casa.

— Chuck, você bebeu? Eu sabia que não podia deixar você sozinho que você ia cometer uma besteira dessas. E o Rodrigo, por que ele não te impediu de beber?

— Maury, ele não sabe de nada. Eu fui visitar o Marcelo para matar a saudade e quando cheguei lá ele tava fazendo um churrasco sozinho e eu fiquei com ele e bebi um pouco.  Quando voltei para a Pousada Vitória eu senti dores no corpo e fui no hospital e os médicos disseram que meu câncer se agravou e que eu tenho que voltar a fazer o tratamento em Nova York  — explicou e eu fiquei em prantos.

— Chuck, você vai voltar para Nova York, vai fazer esse tratamento e vou pedir pro Daniel verificar se você está fazendo direito , por que não vou te perdoar nunca se você morrer e me deixar sozinho com nosso filho — expliquei, chorando de raiva. Ele tinha que entender que o que eu estava fazendo era para o bem dele.

— Tudo bem, amor — ele assentiu e eu desliguei na cara dele.

Saio do banheiro e vou ao encontro de Anderson e Nathalio, que á essa altura já deveria ter chegado. Vejo Anderson conversando com um homem loiro e corro para abraçar meu irmão. 

E Se Eu Te Amar? (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora