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Dm on

Assim que chego na minha casa fico completamente surpresa ao ver o pessoal do morro da Rocinha ali.

Só q estavam todos com cara nada boa.

Rd: pq vc fez isso com a gente.

Fala assim que abro a porta .

Fico sem entender.

Ana: poxa vc sabe quanto tempo ficamos a sua procura Izabela, passamos a merda desses 3 anos te procurando, queriamos ter a oportunidade de te pedir perdão.

Vivi: ai vc volta e mente para gente.

Continuo sem entender, o que está acontecendo.

Rd e Gs estavam de cabeça baixa.

Gs: ja sabemos q vc é a cabelos azul, que vc é a nossa Izabela, mas não consigo entender o pq vc mentiu, pq n falou que era vc ?

Eu entrei em choque, eles estão me culpando sério? Depois deles n terem confiado em mim eles estão me culpando ?

Eu: como vcs descobriram ?

Rd: VC SO PODE ESTÁ DE ZUERA POHA, TANTA COISA PARA EXPLICAR E TU VEM COM ESSA DE COMO A GENTE DESCOBRIU ? MANO VAI TOMAR NO CU.

Ele se levanta com odio, cheguei a pensar que ele ia me bater mas não ele so deu um soco na parede mas próxima.

Lagrimas desceram pelo meu rosto sem eu permitir.

As limpei rapidamente.

Eu: AHHH QUE LINDO, AGORA A CULPA É MINHA ? POHA VCS LEMBRAM O QUE VCS FIZERAM ? VC ACHAM QUE EU FIQUEI COMO EM ? VCS SO OLHAM O PONTO DE VCS, NÃO TEM CORAGEM NEM DE SE PERGUNTAREM OS MEUS MOTIVOS, MAS NÃO ENTENDO O PORQUE DE ESTAREM FAZENDO ESSE BARRACO TODO, SO ME EXPLIQUE? ADIANTARIA SE EU EXPLICASSE O PQ QUE N FALEI A VERDADE ? VCS FARIAM COMO A ULTIMA VEZ, VC NÃO CONFIARIAM EM MIM POHA.

Peguei a chave da minha moto e sai batendo a porta sem nem olhar para trás.

Desci o morro na velocidade da luz.

Não sabia para onde estava indo, era como se minhas mãos tivesse vida própria.

Só percebi onde eu estava quando me ví parada na frente de um predio que eu conhecia muito bem.

O prédio estava do mesmo jeito.

Ali estava eu, no predio onde eu afoguei minhas magoas com grafite durante anos.

Ali estava o prédio onde passei tantos momentos felizes com o André mas tbm onde ja tive tanta vontade de me jogar e acabar com essa vida inútil.

Ele estáva do mesmo jeito, o mesmo predio abandonado em um lugar digamos que deserto.

Quando eu fui embora para Italia eu comprei esse prédio para não deixarem a prefeitura derrubalo.

Eu avia me esquecido dele nesses 3 anos.

Mas a vê-lo tudo mundou, o baque de Realidade bateu de cheio comigo.

O Realidade que eu ja não tenho o André mas, que não tenho meu pai mas, e que talvez eu perca até mesmo as pessoas a quao peguei tanto carinho que são o pessoal da Rocinha.

Deixei minha moto encostada ali e subi para o terraço.

Algumas lágrimas de saudades desceram de meu rosto a ver os tantos grafites que fiz mas o André.

A dor de ver o último grafite que ele fez antes de Morrer.

Mas um grafite me chamou a atenção, o grafite que o Ricardo fez quando ainda estudavamos no Colégio Interno.

Do Colégio à MarfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora