14: Sentimentalist/ Andra Steget

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Sentimentalist = Sentimentalista em Islandês
andra steget = segundo passo em Sueco

'-'

Talvez eu estivesse enlouquecendo.

Eu tinha esse louco pressentimento no peito. Grudado como um carrapato fedido e gosmento.

Eu iria sair com o cara que eu descobri que gosto.

Eu sentia que estava morrendo com apenas uma ansiedade. Ah, a ansiedade...

Vocês devem se lembrar que eu tenho a maldita ansiedade. Aquela que me deixa nervoso e que me faz perder a cabeça ao ponto de querer me cortar.

Sim, a própria!

Eu lembro das várias vezes que essa maldita me arruinou e arruinou todas as chances boas que eu tinha com a vida.

Mas dessa vez não. Não mais!

Eu andava me cuidando bastante para não correr o risco de surtar e me cortar, ou sei lá o que mais.

Seokjin anda me espionando, vendo se eu vou ou não enlouquecer. E por incrível que pareça, eu não enlouqueço.

Hoseok sabe que tenho depressão, mas por incrível que possa parecer, ele não se importou. Pelo contrário, se mostrou alguém bem indiferente, quase como se ela não estivesse presente. E olha, eu o agradeço muito.

Sei que posso estar maluco com toda essa coisa de paixão e de sentimentos por Hoseok, mas confiem em mim, ele é o certo.

Hoseok sempre se mostrou alguém presente, mesmo quando eu não o queria por perto.

Eu sabia e sei que ele é quem eu quero perto de mim.

Ele é quem eu quero ter uma família.

Mas, não posso confessar toda essa explosão de sentimentos por ele sem ao menos saber os seus. Preciso dos seus sinais. Os três sinais mais importantes da minha vida.

Então, quando deu cinco e vinte cinco da tarde, eu comecei a caminhar para a praça onde se abrigava a espuma.

Vestido com apenas um conjunto preto de moletom e sentindo que posso vacilar a cada passo, eu vi Hoseok sentado em um banco velho na esquina da minha rua.

Parei rente a ele, completamente confuso.

— O que faz aqui? Não íamos pra praça?

Ele me olhou, sorrindo com aquele sorriso que eu amava.

— Mudanças de planos, baixinho. — Eu o olhei feio. — Tô brincando. Você é alto.

— Para de mentir e diz logo aonde vamos.

Apesar da irritação, eu sabia muito bem que eu amava quando ele implicava comigo.

— Vamos a galeria de artes onde você trabalha. — Ele disse e eu sabia que coisa boa não podia ser. — Não vai ser besteira, sério. Nem perda de tempo. Sei que foi lá a semana inteira, mas quero passear com você aonde te conheci. Posso?

Eu o encarei desconfiado, mas acabei por aceitar. Eu sempre aceitava.

Ele tinha esse poder sobre mim desde o primeiro dia em que nos vimos. Eu já estava preso a seus encantos naquele ano e nem ao menos sabia.

Eu estava imerso nos meus pensamentos, completamente aéreo. Mas, minha consciência voltou por completo quando Hoseok segurou em minha mão.

Eu o encarei de baixo, nervoso e feliz, esperando por algum sinal seu. Mas, para meu azar, não veio nenhum. Apenas a sua indiferença quanto ao toque de nossas mãos.

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