180 days | Joah

Saudades

Primeiro dia de aula.

Eram apenas quatro palavras, mas pra alguns, poderia signficar um milhão de coisas.

Para Noah, poderia até ser exagero, mas significava morte. Era sempre uns dos piores dias de sua vida, porque todas as experiencias que teve no primeiro dia de aula em uma escola nova, foram traumatizantes. E agora, em um país diferente, era tudo novo e poderia ser mil vezes pior do que em sua terra natal.

Ele definitivamente não estava pronto pra isso.

O garoto não sabia nem explicar seu nervosismo. Millie tantava acalma-lo a todo instante, desde o momento em que acordou. Mas Schnapp suava frio e suas mãos tremiam, verdadeiramente desesperado. Sua mente estava tão cheia, a ponto de explodir. Ele era agitado demais pra conseguir se acalmar e cada vez vinham pensamentos piores sobre a escola nova.

Ansiedade: é o estado de preocupação excessiva sobre os possíveis resultados negativos de situações desconhecidas

Noah estava ansioso, muito mais que o normal.

— Millie, eu não estou pronto. – ele choramingou para a garota com os olhinhos cheios de lágrimas e ela no mesmo instante segurou sua mão.

Quando Schnapp viu o carro de Kelly Brown estacionado na frente de casa, esperando apenas os adolescentes entrarem, ficou ainda mais nervoso. A garota ao lado dele estava tensa, apenas por ver o amigo naquela situação.

— Tenta se acalmar, vamos, conte comigo: um, dois, três...

— Quatro, cinco, seis... – Noah respirou fundo, tentando ficar mais calmo. A Brown mais velha olhou cunfuso para os adolescentes, o que estava acontecendo? Ela então fez o toque na buzina e em seguida eles caminharam até o carro, finalmente entrando.

— Vai dá tudo certo, eu estarei com você. – millie sussurrou, ainda segurando sua mão. Ele então apertou firme a mão da amiga, sentindo-se seguro.

Millie era a única coisa que ainda conseguia acalma-lo naquele momento, o seu jeitinho doce trazia paz ao garoto.

Schnapp olhou por fora da janela do carro em movimento e fechou seus olhos, imaginando não estar ali e sim nos braços de sua querida mãe. Era tudo o que ele mais queria agora. Seu coração apertou de novo, como toda vez em que lembra dela.

Ele estava com saudades de sua casa.

— Está tudo bem, Noah? – a voz da mulher quebrou o silêncio desconfortável, causado pelos dois adolescentes. Ela o olhava pelo retrovisor interno do carro e viu que ele rapidamente limpou uma única lágrima que caiu em seu rosto. Noah virou-se para frente e olhou a mulher pelo espelho.

— Sim, Sra Brown. –  forçou um risinho, parecendo está bem.

— Pode me chamar de só de Kelly, querido. – sorriu de volta. A mulher sabia que Noah mentiu, estava estampando em sua testa que não estava nada bem, mas ela apenas deu de ombros e resolveu não perturba-lo com perguntas. O deixando em paz.

A casa dos Browns não era tão longe da escola, levava só alguns minutos, então eles chegaram rápido.

Quando o carro parou em frente a enorme escola, Noah observou tudo em sua volta e sentiu seu coração bater ainda mais rápido. Ele viu um tanto de adolescentes cheios de hormônios e eufóricos, caminhando pela entrada daquela escola, e desejou ser um deles, porque pareciam estarem despreocupados, apenas animados com a voltas as aulas.