Thalia tinha acabado de terminar com o namorado que a havia traído, ela tinha acabdo de vê-lo na cama com outro homem e tinha saído totalmente desnorteada do apartamento delde. Foi após uns quinze minutos que ela notou que estava sem saber para onde ir, não queria comer ou beber. Só queria o colo da sua melhor amiga, ao puxar o celular para mandar mensagem quase foi atropelada por uma bicicleta na calçada. Tudo parecia estar dando errado naquele dia. Tentou ir até o lugar seguro mais próximo, mas Leo estava viajando com a sua filha. Então ela finalmente decidiu ir para casa chorar e ficar irritada por si só.
Depois de umas três horas, ela tinha encontrado um alívio no resto de vodca da geladeira e no som alto que tinha colocado em sua assistente virtual. Thalia não conseguiu falar com seus melhores amigos, mas abaixou o som ao ver as mensagens no celular. Ela então percebeu que não queria falar com ninguém, muitas vezes o abraço de Leo ajudava nos momentos tristes. Ele tinha 60 anos, mas era um cara bem jovial e feliz, tinha tornando-se amigo da jovem desde que os pais tinham falecido num acidente de carro.
Ela acabou dormindo profundamente no sofá após terminar de beber e só acordou no dia seguinte com uma ressaca enorme, ao som de batidas na porta. As suas amigas tinham feito uma intervenção naquela manhã e após várias conversas, Thalia se rendeu a sair na noite seguinte com elas para tentar se animar. Ela não queria beber mais então sentou-se no bar para pedir bebidas não alcoólicas. Diana que era a bartender naquela noite, nunca tinha visto a outra por ali e estranhou a cara triste e a vontade de ficar sóbria daquela menina.
- Suas amigas parecem animadas. - Notou a bartender, equanto uma delas se aproximava da única pessoa sóbria no bar.
- Ela precisa de álcool. Me entendeu? Álcool para esquecer gente escrota. - Diana riu, mas viu que Thalia tinha repreendido a fala da amiga.
- Eu já volto. – Disse à bartender antes de voltar para a mesa com sua amiga e claro, os drinks.
Thalia não entendeu bem o motivo da bebedeira das suas amigas, afinal, quem tinha sido traída era ela e não elas. Mas acabou descobrindo que todas ali achavam seu ex um tosco, confessaram que não entendiam como eles tinham durado tanto tempo juntos. Ignorando as amigas e as piadas internas um pouco, ela voltou ao bar e conversou um pouco com Diana. Ela não era a primeira e nem a última pessoa traída a estar naquele bar, fosse para se embebedar ou não. No fim da noite, a bartender lhe passara seu número. Tinha gostado da conversa com ela e confessou que não achou tão legal a atitude de sair para beber diante daquela situação toda que ela estava passando.
Claro que a atitude virou uma outra piada entre as amigas de Thalia no camiho de volta para casa. E no dia seguinte ela ficou uns quinze minutos olhando o número da bartender no celular. Thalia nunca tinha se interessado por mulheres, mas talvez estivesse precisando de uma amizade mais sensata naquele momento. Então decidiu mandar mensagem mesmo assim. Com o passar das semanas ela e Diana foram conversando bastante sobre a vida e várias questões, Leo até notou algo diferente na amiga ao chegar de viagem e decidiu ficar de olho.
Thalia quis muito voltar ao bar para rever aquela mulher interessante novamente, mas sabia que por ela estar trabalhando não seria tão legal quanto as conversas que tinham por mensagem. Ficou na dúvida se a chamava para lanchar ou para tomar um café, mas antes de decidir recebeu a notícia de que Diana viajaria por 3 meses para ajudar a irmã que tinha acabado de ter um neném. A bartender acabou indo às pressas e o convite ficou pendente na mente de Thalia. Os meses se passaram também e as duas se depararam com a realidade de não mais largar do telefone por conta do vínculo criado entre si.
Enquanto Diana não voltava, as amigas de Thalia começaram a achar estranho o jeito apaixonado com que a amiga falava daquela mulher, e ela não percebeu dentro dos meses a seguir o que os outros viam. Diana achou melhor também não comentar nada por conta do relacionamento anterior dela, mas tentou ao máximo lhe passar a segurança de que elas iriam se reencontrar novamente quando ela voltasse de viagem. E percebeu-se apaixonada por uma mulher que até então era hétero, tentou não dar muita bola para o assunto e continuar com a boa amizade que tinham, mas algo a incomodava quando a conversa sempre ia para o lado de sua atração por algum homem. A ponta de ciúmes foi ficando maior até o dia de sula volta, quando ela acabou deixando par avisar apenas quando estaria chegando no aeroporto mesmo. Thalia correu para vê-la com medo que a rotina de ambas fosse atrapalhar a saudade que estava sentindo fazia algum tempo.
Ao abraçá-la, Diana sentiu uma felicidade enorme como se estivesse voltado para casa mesmo sem terem tido nada romântico até então. O abraço delas pareceu aqueles clichês de aeroporto, mas logo elas acabaram ficando sem jeito e se afastando um pouco uma da outra. Diana, porém, não aguentava mais e a arrastou para o banheiro com a desculpa que precisava fazer xixi. E após uma mulher loira sair, elas puderam ficar a sós. Percebeu um certo nervosismo instaurado e tentou acalmá-la, não queria lhe passar a impressão errada. Thalia não sabia muito o que sentir, era uma mistura de felicidade com ansiedade que a fez congelar quando sentiu as mãos da bartender em seu rosto antes de beijá-la.
As duas continuaram no apartamento de Diana, que era mais próximo dali. Thalia que nunca estivera com outra mulher antes, não conseguia esconder o nervosismo mesmo que a todo instante, a dona daquela casa a passasse uma segurança enorme. Os olhos de Daiana dela pareciam águas escuras que ela nem se importava em mergulhar apesar dos perigos que também emanavam dali. Os sussuros que saiam da boca dela, atiçaram um lado que Thalia jamais conhecera dentro de si. E ela acabou cedendo a cada pedido, a cada pedido de "calma" e "respira" daquela mulher, que acabou se deleitava com aquele desempenhar. A vontade de poder dentro de si só crescia e ela ficava maravilhada com a timidez e inocência de Thalia apesar dos puderes estarem sendo colocados de lado assim como as suas peças de roupas. Depois de tudo, ao pô-la para cochilar que Diana percebeu que demorou demais para voltar para casa e agora ela só queria mais daquela relação criada.
Durante as noites e dias seguintes, o webnamoro foi ficando cada vez mais real e apesar de conhecer diversas mulheres e homens diferentes no bar; Diana preferia uma tarde de risasdas e carinhos com a namorada que com o passar dos meses começou a pensar em se mudar para o apartamento dela por ser um lugar maior. Apesar da preocupação dos amigos com o novo relacionamento, Thalia ficou surpresa de ver Leo sendo o único a defender a sua decisão e esperava que com o tempo as amigas dessem uma chance a mulher que ela estava apaixonada.
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Madrugadas
Short StoryMadrugadas é um compilado de contos eróticos sáficos no qual mulheres independentes de etnia, idade e gênero acabam se encontrando para viver seus desejos umas pelas outras.