Abby e Mia

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Abby era uma professora de negócios meio atrapalhada, seus alunos a respeitavam e adoravam suas aulas. Ela viva sempre cheia de livros por onde andava e seus óculos sempre pareciam estar fora do lugar, ela não ligava muito para as aparências, era confiante o suficiente para ser a profissional que era. Só não prestava muita atenção em algumas distrações como por exemplo em Mia, que sempre a observava passar com todo aquele jeito apressado nos corredores da Universidade. Mia estudava psicologia e seu foco era comportamento social devido à sua profissão. Ela sempre ria quando Abby passava apressada por entre os corredores, não imaginava como aquela mulher conseguia dar aula. Contudo, sempre ouvia bons comentários dos seus estudantes.

Mia era uma stripper vip, nenhum dos seus amigos sabiam muito sobre sua vida profissional. Ela tinha sido descoberta 10 anos atrás por seu primeiro Sugar Daddy e dali em diante fez sua carreira. Ela só tirava a roupa para os homens mais poderosos do país: governadores, senadores, empresários bilionários etc. E tinha tido um alto nível de intelecto durante os últimos anos, era autodidata e decidira fazer uma Universidade só como Plano B. Ela achava bem chato a vida diária das pessoas normais, mas pensou que talvez ter um diploma não lhe faria mal. Como já lidava com as mentes mais complexas e públicas, ela decidiu optar por psicologia e claro, consequentemente aquilo ajudara na sua carreira. Ela só tivera 3 Sugar Daddies em sua vida: Damon, Clint e Jefferson. Mas tinha sido suficiente para ela alavancar todo o Império que acabou se tornando. Obviamente os olhares curiosos não faziam ideia sobre Mia e seus clientes. O mais interessante era que apenas Damon tivera interesse sexual nela, afinal na época ela era bem jovem e um pouco inocente demais. Contudo ela nunca se arrependeu de estar com ele ou nenhum outro homem com quem se deitara, Damon tinha sido o único por dinheiro.

Ter os homens mais poderosos como seus contatos garantia a Mia um certo poder que ela acabou percebendo ter com outras pessoas ao seu redor, a sua persuasão era quase sempre eficaz. Ela era o tipo de pessoa que conseguia sempre tudo que queria uma vez que decidisse o seu objetivo. Mia morava na cobertura de um dos prédios do centro. Já Abby não tinha poder, prestígio e lutava todos os dias para que sobrasse uma grana no final do mês para ela comprar um dos seus pedaços de torta favoritos numa padaria no Centro mesmo com o salário de professora universitária. Ela se deliciava particularmente com a cobertura de chocolate amargo quente que eles colocavam em seu prato. Geralmente, ela não se dava esse prazer sempre que ia comprar café lá antes de chegar ao trabalho. Abby já tinha quisto trabalhar com ações, finanças, mas descobriu ao longo dos anos que seu talento mesmo era ensinar as pessoas tudo que ela sabia. E por mais atrapalhada que ela fosse por carregar sempre algum livro consigo, ou derrubar a bolsa ao ouvir o celular tocando, ela era respeitada demais.

Abby também era consultora para alguns empresários poderosos, mas nunca parava para notar se um cachorro estava atravessando a rua. Sua mente sempre estava em outro lugar que não no mesmo que o seu corpo físico. A única vez que sua mente e corpo estavam em sintonia era na sala de aula, ou quando alguém quebrava seu coração mole. Abby nunca percebia se alguém flertava com ela ou sabia como agir nessas situações. Este era um momento que a travava como ser pensante.

Mia sempre saia da sua torre numa SVU que tinha ganho para trabalhar ou quando tinha que ir à Universidade, mas preferia a adrenalina de dirigir sua moto. Ela sabia bem separar as duas vidas que levava. Até que uma noite encontrou com Abby precisando de papel no banheiro da Universidade, pois o do seu box acabara. Elas estavam a sós no banheiro, então Mia a observou com mais proximidade agora. Abby era cheirosa e não parecia tão desastrada enquanto lava as mãos, ela também percebeu as veias altas em suas mãos. O comportamento corporal dela sugeria a idade, o ajeitar das roupas sua preferência sexual e a forma como ela ajeitava os cabelos um toque pessoal para leitura ávida que também podia ser notada pelos livros que carregava. Ela amava entrar na mente das pessoas, mas quase nunca tinha paciência para elas.

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