Quando sobrenomes se anulam

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Rose Weasley

Mais um dia normal e tedioso. Somente mais uma aula de História da Magia com aquele professor entediante. Estávamos no primeiro bimestre do último ano em Hogwarts, nada de interessante acontecia. A matéria que o professor explicava eu sabia inteira, já que estudava em casa e aproveitava para dormir nas aulas dele.

Só que nesse dia eu simplesmente não conseguia dormir. Resolvi me sentar direito na cadeira e usar aquela aula como uma espécie de revisão. Olhei para o lado e o inútil do Albus flertava com Amanda Lore, uma garota da Grifinória de cabelos cacheados, mas ela não lhe dava atenção alguma, anotando com afinco as coisas que o professor falava sem emoção alguma.

— Como ousa trair o nome de Salazar Sonserina flertando com uma Grifinória? – ralhei com o Potter de olhos verdes que me olhou com frieza. O Albus de dezesseis anos não era nada parecido com o que eu conhecera aos onze. O que era ótimo, diga-se de passagem.

— Pare de ficar me controlando! – ele resmungou. – Só quero me divertir. Agora, se me permite... – ele se virou novamente e eu revirei os olhos.

Dei graças a Merlin quando a aula acabou, mas, por ironia do destino, a próxima aula seria com os inúteis da Lufa-Lufa. E você deve estar se perguntando se eu, que pertenço a Sonserina, menosprezo todas as casas. Não menosprezo todas as casas, apenas acho que elas são inferiores devido às pessoas que pertencem a elas. Mas claro que não é uma regra. Na Sonserina mesmo, por exemplo, temos pessoas com cérebros tanto quanto seres sem um mísero neurônio para contar história.

Além do mais eu evito me envolver com qualquer tipo de pessoa dessa escola além dos meus amigos habituais, e as únicas que já tive algum tipo de contato são extremamente inúteis, e adoraria nunca tê-las conhecido. Claro que existe uma pequena parcela de exceções. Mas bem pequena mesmo.

Grande parte dessa escola, assim que cheguei, tentou obter vantagem por causa do meu sobrenome e da minha família. Depois de um tempo fica fácil perceber quem está sendo falso e quem está sendo verdadeiro, e decidi que não preciso manter as aparências. Tal decisão acabou afastando muitas pessoas e me orgulho de ter Albus ao meu lado, que é fiel e me compreende.

Ele também foi extremamente bajulado e julgado pelo seu sobrenome. As pessoas se aproximaram dele no primeiro e ano, e o idiota foi na onda. Não demorou muito para que ele percebesse o veneno que aquelas pessoas exalavam. Não que nós dois somos as pessoas mais dóceis do mundo. Apenas somos sinceros. Extremos demais também não nos agradam. Ninguém é totalmente ruim ou totalmente bom. Então, entre o bem e o mal escolhemos a sinceridade. A sociedade que interprete isso como bem entender, eu e Albus estamos pouco nos lixando.

Sentei-me em uma das últimas carteiras e logo o professor Longbottom chegou.

— Bom dia classe. – ele disse com sua habitual felicidade. – Antes de começarmos as aulas de hoje, tenho um comunicado a fazer. – ele andou pela sala e parou bem no meio.

— Espero que seja interessante. – murmurei.

— Vocês estão no sétimo ano. Com a maioridade chegando, os NIEM's e a escolha do que escolherão para suas vidas vêm grandes responsabilidades. Este ano, portanto, a diretora McGonagall resolveu instituir uma espécie de Grêmio Estudantil. Os alunos participarão diretamente na organização da escola, eventos, atividades escolares e extra-curriculares. A partir deste, autoridades de todos os departamentos mágicos do Ministério da Magia de determinados países vão avaliar os alunos e suas competências. Lembrando que isso exigira muita dedicação e responsabilidade. – um burburinho começou pela sala e Albus me encarou.

— Vai tentar entrar?

— Tenho certeza que eu conseguiria. – sorri de canto e Albus sorriu também.

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