Rose Weasley
Deixei a água quente escorrer pelo meu rosto e pelo meu corpo enquanto mantinha os olhos fechados. Qualquer resquício de álcool que pudesse estar em meu sangue com toda certeza já tinha ido embora à essa altura. Abri os olhos e enxergava tudo enevoado devido ao vapor do banho fervente. Não demorou muito até minha mãe bater na porta perguntando se estava tudo bem. Suspirei e desliguei o chuveiro.
— Está tudo bem. - respondi alto. Não obtive resposta. - Já vou sair.
— Estou te esperando. - minha mãe tinha um tom claramente preocupado em sua voz e de repente me senti com o coração pesado. Me enrolei na toalha e me encarei no espelho. Minha pele estava combinando com meu cabelo de tão vermelha que havia ficado devido o banho quente. Sei que não era lá uma coisa muito boa para pele e também para os cabelos, que ficavam ainda mais oleosos, mas nada que um ou outro tônico não resolvessem.
Abrir a porta foi como um choque térmico. Dessa vez eu realmente tinha praticamente cozinhado dentro do banheiro e lidar com o frio do restante da casa me fez correr rapidamente para meu quarto. Queria não ter corrido, para conseguir aproveitar mais alguns minutos sem precisar encarar o questionário de Hermione Granger-Weasley. Obviamente que, dado uns dez minutos, ouvi batidas na porta. Mas para minha surpresa:
— Querida. - a voz de meu pai soou. Não trocávamos tantas cartas igual eu fazia com minha mãe, mas eu sabia do amor que meu pai tinha por mim. Em partes era um pouco de culpa minha afastá-lo. Mas veja bem, os Weasleys representam a Grifinória em sua mais pura essência. E mesmo que meu pai diga que não liga para eu ter ido para a casa que representa tudo aquilo que ele sempre rivalizou, eu não conseguia agir normalmente quanto à isso. Pode parecer idiotice, mas quem não quer que os pais tenham orgulho? E nada me tirava da cabeça que eu não pertencer à Grifinória era sim uma espécie de demérito na minha família. Mas eu não poderia ter mais orgulho de estar onde eu estava, pois sentia que era ali onde eu deveria estar. - Como foi a festa? - ele perguntou finalmente quando finalmente abri a porta. Ele não entrou, ficou encostado no batente da porta analisando minha escrivaninha sem muito interesse.
— Foi boa. - dei de ombros, não querendo entrar em muitos detalhes. Meu pai pegou um dos porta-retratos que estavam na escrivaninha. Éramos nós quatro, quando eu era criança e Hugo praticamente recém nascido. Minha mãe estava com ele no colo, que dormia, enquanto meu pai me tinha em seus ombros. Eu ameaçava gritar para acordá-lo, mas acabava caindo na risada depois junto com meus pais.
— Voltou em segurança, como pude perceber. - seu tom de voz estava mais agudo que o normal, como quando discute com minha mãe por alguma coisa trivial. Ele pousou a foto e eu fiquei incrédula. Meu pai estava realmente tendo uma crise de ciúmes? - O que exatamente Malfoy anda querendo? Ele está muito próximo ultimamente. - ele cruzou os braços, ficando um pouco vermelho. - Vocês nunca foram muito próximos, certo?
— Ronald, pelo amor de Merlin. - minha mãe voou para dentro do quarto, com as mãos na cintura.
— Hermione, você estava nos ouvindo? - meu pai ralhou, mas seu tom divertido era evidente.
— Pare de atazanar sua filha. Malfoy fez apenas uma gentileza trazendo-a aqui.
— Sei bem que tipo de gentilezas ele gostaria de estar fazend... - mas antes que ele pudesse terminar, minha mãe lhe deu um pescotapa que poderia entrar facilmente no seu top 5.
— Estamos fazendo parte do mesmo Grêmio, por isso estamos mais próximos. - respondi antes que a discussão dos dois se estendesse. Eles olharam para mim com admiração.
— O Grêmio que conta com alguns dos Ministérios mais influentes do mundo? - minha mãe estava radiante. Meu pai sorria feito um abobalhado.
— Por que não nos contou antes, Rosinha? - torci o nariz para a citação do meu apelido de infância, mas meu pai estava tão feliz que não achei conveniente levantar aquela bandeira. Além do mais, estava gostando de toda aquela atenção.
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Freedom
RomanceRose Weasley e Scorpius Malfoy. Presos ao peso de seus sobrenomes, até que o Chapéu Seletor resolve acabar com tais rótulos. A rivalidade de suas famílias nunca importou de fato, até que no sétimo ano eles se vêem obrigados a competirem por uma vaga...