SEGUNDAS INTENÇÕES

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Antes de irmos para a casa do Vitor pararmos numa lanchonete estávamos famintos.

-O que você vai querer benzinho?
-Pergunta Vitor me encarando.

-Qualquer coisa que tenha queijo amorzinho. -Respondo entrando na dele.

Vitor abre um enorme sorriso e fala. -Quer dizer que finalmente vai se abrir para mim? -Pergunta ele passando uma mão na outra, como se estivesse bolando um plano.

-Ai, aí! Essa sua insistência em nós dois chega até a ser engraçado. Você não vai transar comigo cara. -Falo isso tocando em seu peitoral para seduzi-lo.

-Esdras, você está brincando com fogo. -Fala ele me segurando pela cintura.

Sentir o clima que estava ficando ali, e acabei com aquilo de uma vez.
-Vamos comer logo, que eu tô com fome, pode deixar que pago tudo.

-Jamais, você acha mesmo que deixaria uma dama pagar no nosso encontro? Não, nunca. -Fala ele abrindo a porta para eu entrar na lanchonete.

-Nossa que cavalheiro! Mas não, eu vou pagar sim e não se fala mais nisso.

-Tudo bem então não é mesmo? Tempos modernos.

Sorrio com o seu comentário e fomos comer.

Sentamos em uma mesa que dava direto para uma janela de vidro, fizemos os pedidos e eu fiquei vendo os carros enquanto o lanche não chegava. Sou tirado de meus devaneios por Vitor.

-Esdras você é linda, parece uma princesa, seu cabelo é lindo, seu sorriso encandeia qualquer escuridão. Porque você está sofrendo por um cara que está com outra? Você não pode sofrer por alguém assim, você pode ter quem você quiser ao seus pés, abre seu campo de visão e vai atrás de outro, ou até mesmo fica sozinha, você não precisa de homem para te preencher. -Fala isso segurando minha mão.

Ele estava falando a verdade, mas eu precisava salvar Johnatan, o meu Johnatan, eu pude ver em seu olhar ele ainda me ama, e eu tenho certeza disso. -Olha só eu prometo que essa vai ser a última vez que vou tentar algo com  John e se não der certo eu parto para outra, eu só preciso ter a certeza que ele não está sob feitiço algum.

Nesse momento a garçonete chega com nossas comidas, nos olha e sorrir. -Vocês namoram? Desculpa a pergunta mas, vocês são muito fofos juntos.

Vitor olha pra ela, passa a mão nos cabelos e fala. -Somos só amiguinhos de cama.

-MENTIRA. -Falo isso quase gritando, chamando a atenção de todos, me ajeito na cadeira e falo quase sussurrando. -Mentira moça, nós só somos amigos.

Ela começa a rir com a minha atitude e fala. -Tudo bem querido. E se retira.

-Pai eterno de todos os mares, você é muito idiota. Amiguinhos de cama? Sério isso?

-É! A gente bem que poderia ser, seria ótimo, você não iria se arrepender tenho certeza disso. -Fala ele piscando para mim.

-Vou fingir que não ouvir teu comentário, vou comer que é o melhor que faço.

-Come aí para depois ser a comida. -Fala ele baixinho.

-O que você falou aí? -Digo sem ter entendido o que ele acabará de falar.

-Nada não, só como aí vai.

Comemos em silêncio, depois das aulas e de ensaiar três horas seguidas, nada melhor que um lanchinho não é mesmo?
Comemos em silêncio, trocavamos algumas palavras uma vez ou outra.

Comemos, eu paguei a conta mesmo com a relutância de Vitor, mas insistir e finalmente ele cedeu.

Já eram quase 18:00 horas quando chegamos na casa de Vitor, entramos e estava tudo escuro.

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