9. Ponte para Maré

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Aviso: Conteúdo gatilho. Violência (Massacres e Mortes)

Leia por sua conta e risco.


Ainda não podia acreditar no que acabou de acontecer.

Vendo o sangue de um vermelho tão puro e tenso fez o meu  corpo paralisar. Eu havia atacado e matado alguém de uma forma tão baixa.

Me sinto culpada pelo ato, apesar de ter sido por autodefesa e para ajudar Audrey, ainda assim me fez se sentir horrível porque agora minhas mãos se encontram machadadas por um derramamento de sangue de um ser humano.

Sei também que se eu não tivesse o feito, poderia ter sido Audrey ou eu, ou pior ambas mortas. Mas não sou uma assassina. E isso é algo que nunca desejo ser.

Audrey se levanta e desvia do corpo que está estendido no chão para poder ir ao meu encontro.

- Precisamos sair daqui o mais depressa. Venha comigo. – As palavras de Audrey são firmes e apressadas.

Mas eu não conseguia dizer nada por conta do choque que levei por assassinar uma pessoa.

Ao vê que eu não reagia, Audrey pega em minha mão e me puxa para poder segui-la pela escadaria que levava ao para fora do castelo.

Meu estômago voltava a se revirar, queria que essa reação acontecesse por motivo de questões do meu futuro casamento como sempre foi e não por ter matado alguém.

E me sinto coberta por um sangue de uma pessoa.

Eu não deveria me importar tanto com isso pois não a conhecia. E agora depois do ocorrido nunca vou mesmo conhecer. Ou talvez nem conheceria mesmo se ela me matasse antes.

Mas fico péssima por ela pois parecia uma verdadeira guerreira. E ter sido morta daquela forma é como morrer de jeito tão desonrado.

Acredito que ela merecia morrer de uma forma digna.

Audrey para fazendo com que eu pare também. Havia dois homens que pareciam só o pó pela aparência nada boa, carregavam armas e algumas garrafas de rum, típica bebida de piratas.

Ao vê que eles desaparecem de vista, Audrey volta a caminhar indo diretamente comigo ao estábulo.

Quando chegamos, vamos direto para onde Blanc estava preso, Audrey solta minha mão para poder liberar Blanc porém meu corpo ainda estava paralisado por todo ocorrido.

- Ellie. – Audrey me chama fazendo eu a encarar.

Não consigo controlar, deixo as lágrimas escorrer pelas minhas bochechas.

- Eu... eu matei uma pessoa, Audrey. – Minha voz sai fraca e falha pois era difícil dizer as palavras.

Audrey se aproxima tocando em meu rosto fazendo eu encarar seus olhos negros.

- Ei! Você só fez o que deveria ser feito! – Ela me lança um olhar encorajador. – E se não tivesse feito, eu faria. Então não se culpe. – Limpa as minhas lágrimas. – Agora suba no cavalo.

Faço o que Audrey ordena e a observo pegar uma pequena mochila e colocar sobre meu corpo.

- Espero que tenha comida suficiente para você encontrar seu destino. – Diz Audrey me deixando  espantada.

- Como assim? Você não irá comigo? – Me desespero.

Audrey não podia fazer aquilo. Não pode me abandonar.

Ela prometeu.

- Você deve ir sozinha. Esse é seu destino.

- Meu destino inclui você! – Digo cerrando os dentes.

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