32. Husband

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32. Marido

New York City, Manhattan - USA, Maio - 2018 às 10h00 AM

Point Of View Harper Westerfield Foster

Desde o dia em que tomei a decisão de tomar a frente da equipe de Tyler, dormir, relaxar, sair, beber, curtir uma boate ou até mesmo ficar sozinha, se tornaram coisas em uma lista de desejos para mim. Trabalhar, estudar meu conhecimento, estar disposta a ser muito boa, em não depender de ninguém e conseguir resolver todas minhas coisas sozinhas, se tornaram a minha prioridade e não me arrependo, para ser sincera. Acabei crescendo mais do que eu espera e em tão pouco tempo e, de longe e sem dúvidas, sou muito grata por todo o trabalho duro e persistência de minha equipa comigo. Não há palavras para tudo isso, por mais que tenha muitas pontas soltas por aí.

Eu ainda tenho que me acertar com meu pai, mas não em sentido de fazer as pazes, e sim, de tirar satisfações sobre o congelamento do meu dinheiro por nome e sobre suas intromissões em minha vida e então, finalmente, poder fazer aquilo que sempre digo e nunca faço, mata-lo. Acabar com meu pai é uma das minhas grandes vontades, porém, outras acabaram se tornando mais importantes. Ser aliada de Justin, ajuda-lo, e tira-lo da cadeia eram minha prioridades, inclusive, eu fazia isso como prioridade, porque de certa forma, eu me sentia culpado por tê-lo perdido.

Me apaixonar por ele, me fez ter algumas prioridades maiores.

Saber que meu pai estuprou Pattie não foi fácil de engolir e a raiva que sinto ao lembrar, me machuca. E com isso, também já surge outro problema que é o tal meio-irmão ou meia-irmã que tenho com Justin, qual apenas Jaxon parece saber da existência. Me lembro que ele até chegou a comentar o nome, mas não me recordo e também não faço prioridade por saber que não é um risco.

Apesar de tudo isso, estou satisfeita por estar onde estou e de onde cheguei.

— Harper?

Levanto os meus olhos e sorrio de lado, observando Heather me encarando, parecendo preocupada comigo, e isso me incomoda de certa forma. Olhares de pena, cuidado extremo... Não são coisas que eu quero, por mais que eu entenda. Justin, por exemplo, está sendo ótimo para mim. Ele sabe o que fazer, entende sobre os medicamentos, sabe como me ajudar em questão de ajudas médicas e a cada dia que se passa... Eu acabo desejando mais ainda que ele seja quem ele realmente é. O meu coração realmente dói, de verdade, em vê-lo querer sair e não conseguir ou não poder. E me machuca mais ainda saber que ele está fazendo tanta coisa por mim em relação ao tráfico, se desdobrando e ficando em cima de sua linha de limite.

— O que você acha desse? — Pergunto, esticando o vestido em frente ao meu corpo. — Simples demais? É, simples demais. — Respondo minha própria pergunta, abrindo uma careta. — Nenhum está ficando bonito, Heather.

— Você só está escolhendo vestidos parecendo... Lençol, sei lá. Escolha outro estilo. Olha... — Heather se aproxima dos vestidos, e analiso a atendente se afastando. Eu franzo o cenho e Heather puxa o cabide. A atendente olha para trás e levanto às sobrancelhas, confusa. — O que você acha desse?

— Algum problema? — Pergunto, confusa para as duas atendentes. — Não entendi a troca de olhares, vocês querem falar alguma coisa?

— Não, claro que não, apenas... — Ela não fala e Heather ri baixo. — Fiquem à vontade, desculpem-nos. — Pede, e se afasta, me fazendo concordar e olhar para Heather.

Seus olhos ficam presos nos meus e bufo, vendo-a apontar para o vestido. Eu concordo, gostando do estilo e do tecido, e ergo-o em minha frente, analisando-o. Não sei... É bonito, mas não é algo que enche os meus olhos.

Born To Die (Segunda Season)Onde histórias criam vida. Descubra agora