Capítulo 18

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A noite seria fria, as pesadas gotas de chuva chicoteavam as carruagens. Trovões começaram a tremer e relâmpagos riscavam o céu.

-- Dominic, quanto tempo temos até às Colinas?

-- Pedi permissão para cortar pela propriedade do senhor Charleston. Vamos ganhar uma vantagem de horas. Se a chuva não atrapalhar muito, chegaremos aí amanhecer.

-- O senhor Charleston nunca permite que se passe pelas terras dele.

-- Precisei ser muito persuasivo.

-- Moedas de ouro?

-- Cinquenta.

O lorde já havia imaginado que a travessia pelas terras de um velho rabugento teria um alto custo. Felizmente, pra ele, aquilo não significava muito.

Custo maior seria se levassem Beatrice.

Queria muito saber como ela estava, na outra carruagem.

Beatrice tinha se cansado de gritar. No começo tinha esperança de que ele viria libertá-la, mas ao ver que a caravana tinha partido, desistiu de pedir ajuda.

Não podia acreditar que estava sendo levada para algum lugar, em sua lua de mel, enquanto fugia de seu irmão. De seu irmão! Magnus jamais lhe faria mal. Mesmo que não se vissem há algum tempo, tinha fé em seu amor de irmão.

Olhava pela janela e via os relâmpagos riscando o céu, estava assustada. Tinha medo de tempestade, ficava apavorada com os barulhos de raios e trovões. Mas estava só naquela carruagem, não adiantaria nada chorar ou pedir ajuda.

Abraçou os joelhos e tentou se manter calma.

O cocheiro não parecia se preocupar com a chuva e continuavam em alta velocidade. Certamente o lorde tinha pressa, deveria estar mesmo preocupado com a ameaça de Magnus. Que ridículo! Justo agora que estava me apaixonando por ele, o lorde me apronta isso! Magnus vindo me raptar, só pode estar de brincadeira..., pensava, enquanto tentava se distrair da forte chuva que açoitava todos os lados da carruagem.

Continuaram naquela situação por cerca de duas horas, Beatrice conseguiu se acalmar, mas se negava a pegar no sono. Já estava cansada e ansiava por um colchão e cobertores quentinhos. Sentia os dedos congelando.

De repente a carruagem parou.

Alguns instantes a porta se abriu, era o lorde. Completamente molhado, tentando se proteger da chuva com uma capa, mas estava falhando miseravelmente. Entrou na carruagem, com os cabelos colados no rosto e pescoço, como ficava atraente de qualquer maneira?

-- Vim ver como a senhorita está, minha querida. Precisa de alguma coisa?

-- eu preciso dormir. Preciso que pare com essa brincadeira. Preciso descansar.

-- infelizmente não é uma brincadeira, mi lady. Mais uma hora e poderemos parar em uma propriedade para o pouso. Embora eu queira me apressar e viajar a noite toda.

-- Minha opinião não vale de nada por aqui, aparentemente.

-- Não diga isso, querida. Estou fazendo isso para te proteger.

-- Realmente acha que meu irmão poderia me causar mal?

-- Se eu estou interrompendo nossa lua de mel e viajando embaixo de uma tempestade dessas, pode ter certeza que eu acho isso. Na verdade, tenho certeza. Eu jamais faria isso se não tivesse bons motivos.

A carruagem retomou a velocidade.

-- Logo adiante faremos uma pausa para descansar. Não quero que sofra algum incômodo.-- ele disse, sereno, tentando se aproximar.

O Grande Amor De Um LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora