Capítulo 8

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Durante a tarde o cardápio estava decidido. As flores também.

Os dias se passavam rápido, logo Beatrice teria de partir. Não voltou a encontrar-se com o lorde e com mais ninguém. Conformou-se em fazer as malas; o lorde ordenou que levasse apenas duas malas.

Beatrice e Molly passaram os dois próximos dias fazendo as malas, escolhendo o que valia a pena levar. O lorde estava na cidade resolvendo os detalhes e contratando os serviçais para o matrimônio, então não se encontraram.

Na quinta-feira, o lorde pediu por Beatrice.

—Seu noivo deseja lhe falar. —anunciou Molly, enquanto Beatrice dedilhava no piano. —Quer que se encontrem o mais rápido possível.

—Oh meu Deus. O que pode ser? —ela disse, levantando-se.

—Eu não sei. O lorde está na sala de estar. Aproveite que o senhor seu pai não está. O lorde deseja resolver os assuntos da festa contigo, apenas.

—Ele não é encantador? —sorriu Frederika, entrando no aposento. —Eu queria um noivo assim.

—Ora essa! Respeite o noivo de sua senhora! Você sabe muito bem que o senhor Stamford não permitirá que se case.

Beatrice olhou para as criadas: Molly tinha mais de cinquenta anos, e em quase todos eles, foi governanta da casa dos Stamford, sempre estivera ao seu lado nas horas boas e ruins, nunca tinha se casado e tido outra vida além daquela. Frederika tinha pouco mais de 30 anos, foi abandonada quando criança e Molly a criou, também estava fadada a vida de criada.

—Por que você nunca se casou, Molly? —indagou Beatrice, ajeitando os cabelos.

—Por causa de seu avô. Eu trabalho para a casa dos Stamford desde menina, e quando fiquei moça, o velho Stamford me proibiu de ver rapazes. Na época, a fazenda tinha muito empregados, e eu também tive meus amores de juventude. Seu avô não permitia, me ameaçava de todas as maneiras. E quando ele finalmente morreu, seu pai assumiu o cargo de carrasco da fazenda e não me permitiu.

—Mas por quê?

—Ele dizia que ter um marido iria me afastar das responsabilidades. Fiquei olhando o tempo passar e todos que eu conheci se casaram e tiveram família. Enquanto isso, eu cuidava da casa dos Stamford. Depois, encontrei Frederika e criei como se fosse minha.

—Mas não é sua. Não foi justo o que fizeram contigo.

—Também acho. Mas eu não posso fazer nada, não é mesmo? —Molly suspirou e continuou com seus afazeres.

Beatrice foi encontrar-se com o lorde, para saber do que se tratava a urgência de seu convite.

Quando entrou na sala de estar, o lorde estava de pé, completamente elegante. Ao seu lado estava um casal, igualmente bem trajados.

—Boa tarde, lady Beatrice. —ele disse, tomando sua mão e beijando. —Esses são Hugo e Zoe Campelli. Os melhores costureiros que eu conheço. Estão aqui para fazer seu vestido de noiva.

Beatrice ficou boquiaberta: imaginou que seu vestido seria o menos usado de seu guarda roupa, apenas para entrar na igreja. Não imaginava que ganharia um vestido de noiva, principalmente pelo casamento estar extremamente próximo.

—Oh. Eu não estava esperando por isso. —ela sussurrou.

—Convidei eles para fazer um vestido especialmente para você. Não se preocupe com o prazo, eles darão conta.

—Mas está tão perto.

—Eu te disse que eles são os melhores, não disse?

A moça elegante convidou Beatrice para tirar as medidas.

O Grande Amor De Um LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora