Capítulo 7

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Na manhã seguinte, foi acordada pelas criadas. Disseram que o lorde tinha pedido para tomar o desjejum matinal com ela.

Molly a vestiu com um vestido rosa claro, arrumou seu cabelo e fez de tudo para que ela ficasse mais agradável. Beatrice ainda estava corada da noite anterior, mas não tinha comentado nada com ninguém. Aquilo era um segredo entre ela e o lorde.

A mesa do desjejum estava montada ao ar livre. A luz do sol aquelas horas da manhã era extremamente agradável.

O lorde a estava esperando, trajado como se fosse a um baile, como sempre. Elegante e perfumado. Na luz da manhã, era ainda mais bonito. Puxa vida, como ele é lindo, pensou Beatrice, se aproximando.

—Bom dia, mi lady. —ele disse, sorrindo. —Espero que não tenha acordado muito cedo.

—Bom dia. Não foi incomodo algum. —Beatrice se sentou e continuou: —Por que exigiu minha presença?

—Primeiro vamos comer. Temos tempo para conversar. Hoje pretendo me dedicar a minha noiva.

Beatrice sorriu, e obedeceu. Alguns minutos depois, eles tinham terminado o café da manhã.

—Pode me dizer agora?

—Eu decidi que quero lhe incluir nos detalhes do casamento. Se você aceitar, obviamente.

Ela ficou surpresa, sorriu e respondeu:

—Mas é claro que aceito. É meu casamento, afinal.

—Ótimo! Hoje eu pretendo decidir as flores da igreja e o cardápio da recepção. Seu pai insistiu que a recepção fosse aqui mesmo. Embora, eu aposto que os convidados ficariam mais extasiados em conhecer as colinas.

—Eu também. Por que não posso conhecer o lugar que irei morar?

—Em poucos dias irá conhecer. E morará lá até enjoar. Sei que deve ter ouvido muitos boatos a respeito das colinas. Já soube de uma estória de que eu tinha escravos lá.

Beatrice riu, encantada.

—Disseram-me que tem um castelo.

—Isto é verdade. Se você se casar e ir embora comigo, será dona de um castelo. —ele comentou, com um tom de soberba e empolgação.

—Meu pai já decidiu: eu irei me casar contigo.

—Não sei se percebeu, mas eu não gosto de que faça nada obrigada. Eu tenho meus negócios com seu pai, mas não quero levar a senhorita como uma prisioneira. Quero que vá de livre e espontânea vontade.

—Como assim “Livre e espontânea vontade”? Você viu a cena que meu pai fez? Acha que eu posso decidir algo aqui? 

—Ele pode não querer lhe ouvir. Mas eu quero. O que você deseja fazer, realmente?

—Antes de receber a notícia do nosso casamento, eu iria fazer aulas de piano com o mestre Blackwood do conservatório de Paris. Meus planos eram: ser uma grande pianista e tocar em sinfonias. Mas meu pai me proibiu imediatamente de fazer as aulas. E me obrigou a casar com o senhor.

O lorde tinha ouvido atentamente as queixas de Beatrice. Quando ela acabou de falar, ele ficou um minuto em silencio e disse:

—Eu tenho uma sala de piano, no meu castelo. Quando recebo meus convidados em bailes ou jantares, sempre contrato pianistas para entretê-los. Você poderia fazer suas aulas de piano e tocar para as pessoas mais importantes do reino. Eu recebo muitos convidados.

—Faria isso por mim?

—Eu já contratei inúmeros pianistas. E meus convidados adoram. Tenho certeza de que irão apreciar sua música. Não precisa desistir dos seus sonhos.

O Grande Amor De Um LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora