O começo

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E aí gente, blz? Essa é uma história que fiz em Janeiro/2017 e postei no site rival, mas teve muita visualização, favoritos e acredito que a galera gostou.

Resolvi passar ela aqui pra vocês.

Espero que gostem também, e perdoem se acontecerem alguns erros :)



POV. Camila

O barulho baixo e persistente do despertador foi o suficiente para me acordar naquela segunda-feira. O sol ainda escondido, apenas esperando o momento certo para dar início a um lindo e ensolarado dia. As férias de meio de ano haviam terminado e eu voltaria à escola depois de três semanas em casa, descansando e estudando, obviamente.

Eu amo a escola e amo o fato de estudar. Ter uma oportunidade de conseguir uma vida melhor, uma condição melhor me faz sonhar. Eu não gosto muito das pessoas ruins que existem na escola. As pessoas que nos diferenciam, humilham e nos ferem.

Estava sendo assim constantemente no último ano. Minha roupa incomodava, meu cabelo incomodava, meus laços, meu jeito de andar, de falar e de sorrir. O fato da minha presença era motivo suficiente para alguém tentar falar alguma besteira, tentando começar uma zoação... mas era só uma brincadeira, como alguns diziam.

Tentar tapar o sol com a peneira não vai resolver o problema, Camila.

O despertador tocou uma segunda vez, tirando-me dos meus devaneios e eu estendi a mão desligando-o antes de me levantar. Era seis horas da manhã e meu horário de entrada era sete horas. Como minha família não tinha muita condição eu ia andando, o que me rendia bons quinze minutos de caminhada.

Levantei me espreguiçando e seguindo para o banheiro para tomar um banho antes de descer para o café. Não demorei, já que meu material e minha roupa já estavam separados desde a noite anterior. Na metade da escada já era possível sentir o cheiro forte do café.

- Bom dia, Mama.

- Bom dia, querida. Dormiu bem?

Minha mãe perguntou daquela maneira sorridente enquanto depositava o bule de café sobre a mesa. Ela era uma amante da vida, e apesar das dificuldades nunca havia deixado a peteca cair, junto com meu pai. Eu tinha muito orgulho deles.

- Uhum – murmurei enquanto pegava uma torrada – Meu pai já foi trabalhar? Se a senhora quiser que eu leve Sofi para a escola é melhor ela levantar agora. Não queria chegar atrasada hoje.

- Seu pai acabou de sair. E Sofia não vai a escola hoje, ela se sentiu mal a noite toda.

- E por que a senhora não me acordou? Eu podia ter ajudado.

- Filha, você me ajuda estudando – me preparei para não me manter calada, mas minha mãe era daquela maneira mesmo – E seu pai deixou alguns trocados para você lanchar hoje, está ao lado da televisão.

Assenti ainda mastigando a torrada e me dando por vencida. A única coisa que meus pais exigiam de mim era que eu estudasse, pois eles não tiveram oportunidade quando novos e completaram seus estudos à trancos e barrancos. Olhei para o relógio próximo ao fogão e arregalei os olhos. Se eu não saísse naquela hora chegaria atrasada.

A Aposta - ShawmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora