Talk to me

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POV. Narrador.

Os dois sentaram e conversaram à fio por longos minutos. As coisas estavam parcialmente em panos mais do que limpos. Aquela sensação de livramento pairando no ar.

- E por onde você esteve esse tempo todo? – Ele perguntou.

- Londres.

- Eu meio que fui atrás de você quando... – Shawn deu uma leve hesitada em continuar o assunto. Não sabia se a ferida em Camila estava completamente cicatrizada.

- É, eu sei.

- Oito anos em Londres? É...

- Foi bom. – A latina o cortou. – Eu passei um curto tempo com meus avós no México, dei um pulo em Cuba, mas passei todo esse tempo em Londres. Estudei, fiz amigos, conheci gente nova.

Shawn entendeu pela maneira desajeitada que ela havia dito, afinal, algumas coisas não haviam mudado tanto assim.

- Ah, sim...

- E você? Eu soube da sua mãe, sinto muito. – Passou a mão rapidamente pelo rosto dele, mas retirou porque seu como se fosse algo estranho.

- É, coisas acontecem, mas eu estou bem. Agora eu estou bem. – Sorriu e pousou as mãos sobre as mãos de Camila. Aquele formigamento familiar, mas aquela sensação à tanto desconhecida tomando conta de tudo de pouco em pouco.

O canadense não queria perder tempo. Não mais. Diminuiu a distancia entre eles escorregando as mãos grandes por pontos estratégicos posicionando-as no rosto da garota e colou os lábios aos dela. Era um sentimento de paz, uma sensação de tranquilidade. Como se estivesse voltando para casa depois de um longo tempo longe dela.

Era isso, para ele, casa não tratava-se de um lugar em si, mas sim uma pessoa. Estar com uma pessoa, no abraço de uma pessoa... Isso era a sua casa e naquele momento ele percebeu que Camila sempre fora sua casa.

O beijo foi se desenvolvendo e ele aproveitou das posições para tentar deitá-la no sofá e quem sabe aprofundar ainda mais o contato, só que Camila espalmou as mãos no peito dele e parou o beijo com selinhos antes de se afastar sorrindo.

- Eu preciso ir.

- Eu mal acredito que você esteja aqui. – Segurou ela que carinhosamente conseguiu se desfazer das mãos ágeis. Ela era ainda mais. Levantou-se sorrindo e fugindo ao mesmo tempo. – Eu não quero que vá.

- Mas eu preciso ir. – Ela riu.

Foi tão bom ouvir a risada dela. Foi um bom fora do normal, de uma maneira que ele riu também e sentiu-se aquecer inteiro por dentro, dos pés a cabeça. O sorriso largo dos lábios cheios e os olhos fechados de seu tom de amêndoa favorito lhe lembraram de sua Camila aos dezesseis anos. Nunca fora tão fácil libertar-se daquele jeito.

- Okaaaay. – Deu-se por vencido, mas abraçou a cintura dela enquanto caminhavam até a porta. – Te vejo amanhã?

- Depende.

- Depende do que exatamente?

- Se isso é um convite para nos vermos, mas vamos com calma. Eu ainda tenho muitas coisas para resolver por aqui.

- Tipo a clínica, presumo.

- Exato.

- Mas acha que pode tomar um café comigo amanhã? É lá por perto.

- Eu posso. Que horas?

- Eu te busco, só vem diz qual é o seu apartamento. – Ele foi solicito. Já estavam na porta.

A Aposta - ShawmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora