A primeira coisa que eu notei ao acordar foi a dor de cabeça. Em seguida, a claridade. Girei na cama, puxando a coberta e cobrindo o rosto. Ou eu havia dormido com a luz acessa, ou a janela estava aberta. Julgando pela claridade, não era cedo.
— Filho, você vai se atrasar!
Ouvi minha mãe bater a porta e resmunguei, não querendo me levantar. Podia dormir por mais cinco minutos?
NÃO, pareceu gritar meu despertador, começando a soar pelo cômodo.
Xinguei baixo, girando outra vez e me afastando da coberta. Minha garganta estava seca e minha cabeça parecia pesar cem quilos.
Maldita ressaca.
Me levantei e arrastei meu corpo até o banheiro, só notando na frente do espelho que eu havia dormido com a roupa de ontem. Minha mãe ia me matar.
Tentei me livrar da roupa, perdendo o equilíbrio e caindo sentado na tampa do vaso, resmungando enquanto tentava tirar os braços das mangas e desenroscar a camisa do pescoço. A batalha só serviu para aumentar a dor de cabeça.
— Me solta! — falei para a blusa ao jogar ela no chão. — Sai. — Pisei na ponta da calça, a puxando para baixo.
Após ganhar aquela disputa entre ressaca e roupas, eu entrei no chuveiro.
Foi difícil parar ali dentro sem precisar me apoiar na parede, sentindo o meu mundo ainda rodando. Precisei de bons minutos para sentir a ressaca começar a sair de mim. Mas é claro que não era água que faria esse milagre.
Meu celular tocou no quarto, e após enrolar uma toalha na cintura, eu o peguei enfiado no meio do lençol. Era Richard.
— Tá vivo?
— Um zumbi é algo vivo, certo? — perguntei, indo até o guarda roupa.
— Meio vivo, mas tá vivo ainda.
— Sabe a outra metade morta? — Coloquei o celular no viva voz e tirei a toalha, vestindo uma cueca. — Eu sou ela.
— Não seja mórbido, ainda nem é meio dia.
— Exatamente!
— To passando para te buscar em dez minutos.
— Trás café! — gritei antes dele desligar. — E aspirina!
— Pode deixar — cantarolou em resposta, desligando.
Bufei, procurando por roupas dentro da pequena bagunça que havia feito na noite anterior. Mais um item para minha mãe querer me matar. Não era nem meio dia e a lista já tinha duas posições.
Me troquei, vestindo calça de moletom preta e uma blusa sem mangas da mesma cor. Eu não iria ter tempo para arrumar o cabelo, e por isso, após seca-lo apenas com a toalha, escondi os cachos dentro da touca.
A minha mãe me mataria.
Escovei os dentes três vezes até apenas 10% do gosto ruim sair da minha boca. Calcei os tênis, pegando meu celular e o carregador ao sair do quarto.
— Arrumou a cama? — perguntou minha mãe quando cheguei a sala, colocando os pratos na mesa.
— Claro — respondi.
Ok, a lista já tinha quatro itens itens.
— Vejo vocês mais tarde. — Passei por ela, lhe dando um beijo rápido e partindo para a porta.
O estúdio de dança estava vazio, e enquanto Richard aproveita os minutos para se alongar, eu tomava o segundo copo de café do dia. Já tinha perdido a conta de quantas aspirinas havia tomado.
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Tekila
FanficEm uma noite na mais famosa balada de Miami, a Mynt Lounge, Joel conheceu Tekila, uma carismática atendente da casa noturna. Após aquela noite, eles passaram a se encontrar por situações que julgavam ser mera coincidência, apesar de Joel estar sempr...