Dose 22: Preocupações.

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Acordei em um hospital horas depois, com Tekila debruçada sobre mim.

— Você tá vivo — falou aliviada, suspirando.

Soltei uma risada e me apoiei nos cotovelos, me sentando na cama da enfermaria.

— To, to vivo.

Ela levantou da cama e deu um tapa no meu braço.

— Achei que você fosse morrer, desgraçado. Se você morresse eu te matava!

Tekila cruzou os braços e olhou para longe, fazendo um bico, que tremia. Ela ia chorar ou era impressão minha?

— Posso ir embora? — perguntei, me sentando e colocando as pernas para fora da cama.

— Não, o médico ainda precisa vim te dar alta.

Tekila se sentou ao meu lado e me olhou brava. Ela estava bem revoltada por achar que eu iria morrer.

Aparentemente foi a fumaça do DJ que atacou minha asma. Muitos jatos seguidos não foi uma boa ideia. Liguei para minha mãe, que quase surtou ao saber o que tinha acontecido.

Quase meia hora depois eu já tinha recebido alta, e seguia para o estacionamento com Tekila.

— Viemos de carro? — perguntei ao ver ela apertar o alarme e um carro preto piscar. — Como?

Se eu me lembrava bem, ninguém tinha ido de carro, já que era uma regra da festa. Carrie não queria ninguém sofrendo acidente por sair bêbado de sua casa.

— Eu peguei na mansão.

— Você... Simplesmente pegou?

— Carrie emprestou.

Entrei no lado do passageiro, sentindo meu corpo dolorido.

— Ela é filha do seu chefe? — perguntei, vendo Tekila entrando do outro lado.

— Não — respondeu, virando os olhos. — A mãe dela é casada com ele, só.

Franzi a testa ao ver Tekila ajustando o banco do carro, e me controlei para não rir. O carro era grande, e as pernas pequenas dela não alcançavam os pedais.

— Quer que eu dirija?!

— Ei, eu dou conta disso. — Ela se levantou um pouco do banco, olhando o retrovisor para poder sair de ré.

— Tekila! — quase gritei, me segurando no banco. O carro que vinha no corredor freou bem a tempo, quase batendo em nós. Se tivesse um carro na vaga atrás de nós ela tinha batido nele. — Você da conta? — falei irônico, me virando para ela.

— Desculpa! — gritou para o carro do seu lado. Com um sorriso amarelo ela colocou a primeira marcha e voltou para a vaga, permitindo o carro passar. — Sim, eu dou conta.

A olhei, sentindo um pequeno medo. Passei o cinto e me agarrei ao banco.

E lá foi ela, colocando a ré e saindo com a traseira do carro.

— Você precisa virar o volante — contei, vendo que ela tinha simplesmente entrado na vaga de trás. Peguei no cambio, colocando a primeira marcha. — Vira o volante pra direita, se você não sair de frente não sai de nenhum jeito.

Ele se inclinou para frente e girou o volante, saindo da vaga.

Algo me dizia que eu iria voltar para o hospital em breve. Tekila iria me matar no caminho para casa.

— Ok, me deixa dirigir — pedi ao pararmos em um semáforo, com o carro morto. — Você deixou o carro morrer pela terceira vez.

— Fica na sua ai.

TekilaOnde histórias criam vida. Descubra agora